Mensuração da adesão aos medicamentos imunossupressores em pacientes adultos no pós transplante renal

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Data
2016-08-31
Autores
Leite, Renata Fabiana [UNIFESP]
Orientadores
Roza, Bartira de Aguiar Roza [UNIFESP]
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Introduction: Adherence to treatment regimen following transplantation is a multidimensional phenomenon determined by the interaction of five agents namely: health staff, social and economic, the treatment, the patient and the disease. Various methods, in order to detect non-adherence (NA) in transplantation patients, have been suggested in the literature, but there is no single method that is considered efficient. Objective: measure adherence to immunosuppressive medications in the post renal transplantation by using the Scale Basel Assessment of Adherence to Immunosuppressive Medications Scale (BAASIS). Method: The sample consisted in adult patients in post-renal transplant, which had stayed at least four full weeks at home after hospital discharge and outpatient care. They were evaluated by the BAASIS instrument: the intake of prescribed medication; days using the correct dose; time within 25% of the prescribed time; break from medication; ingestion time exceeding 24 hours; dose changes on their own, complexity of prescribed doses, perception of the patient towards treatment, creatinine levels, blood levels of immunosuppressive medications. The basic and clinical forms were used to identify possible causes of decreased adherence and the relation with patient?s survival. Results: 181 patients with renal transplantation (TXR), the mean age at the time of visit to outpatient care center follow-up was 44.2 years (DP4 = 13.4 years), noting the minimum age was 18 years, and the maximum was 74, 43.1 % of patients were of brown skin (mulatto), 53.6% were married, 64.7% had family income between 1 and 4 minimum wages, 38.7% had high school education. Regards the participation in economic life in the family group were 29.8% of sickness assistance and 31.0% retirement, they were used 1.3 (SD = 0.7) different types of means of transport especially the bus (38%) and ambulance (31.8%) for outpatient care visits, 41.4% of patients had BMI 25.81 kg / m2, the outpatient follow-up was 276.8 weeks (5.3 years), 92.8 % underwent dialysis and 49.2% received kidney transplantation from deceased donor (TXRF). Only 4.4% had a caregiver, 7.2% in outpatient pharmaceutical monitoring and 1.7% had RAC. The average time to separate the medication is 3.62 minutes. Regards adherence, the brown skin patients had 100% compliance. Married patients had the highest percentage of adherence compared to other patients. The autonomous group and obese group showed 30.8% and 20% of the NA sample. The adherence to immunosuppressant drugs in the past four weeks was more than 94%, that is, never stopped taking several consecutive doses of immunosuppressive medications (Q2) and never took a lower dose of their medications than prescribed by the doctor (Q4). Additionally, 87.8% of patients showed never forget to take immunosuppressive medications ever (Q1). But the item that deals with delay in medications (Q3) had the lowest percentage of answer ?'never" compared to the other items - 64.1% reported never having experienced such a situation. Overall, 58.6% answered "never" in the four items pointing total adherence, 18.8% failed to adhere to one of the four situations once a month. So it has to be 41.4% failed to adhere to one of the four situations in the past four weeks. Conclusion: This study showed that patients who had difficulties to have adherence were white, living alone (separated, divorced), obese, unemployed or self-employed, probably because they had a very fragile routine or lack of it in their lives. A significant part of the sample, i.e. 41.4% failed to adhere to the immunosuppressant drugs in one of four situations in the last 4 weeks of the BAASIS questionnaire. No differences in measures of creatinine values in the items of the same questionnaires were found. We conclude that we should focus efforts on direct and indirect issues surrounding adherence, going beyond the comprehension, closer to reality, the active participation of the individual in their treatment. With this scenario, we could develop strategies that lead them to higher levels of adherence. Thus, the study leads us to believe that adherence and persistence are synonymous for success in transplant (TX).
Introdução: A adesão ao regime terapêutico após o transplante é um fenômeno multidimensional determinado pela interação de cinco agentes sendo estes: a equipe de saúde, o social e econômico, o tratamento, o paciente e a doença. Vários métodos, com o objetivo de detectar a não adesão (NA) em doentes transplantados, têm sido sugeridos na literatura, mas não há único método considerado eficiente. Objetivo: Foi mensurar a adesão aos medicamentos imunossupressores no pós transplante renal, mediante o uso da Escala Basel Para Avaliação de Adesão a Medicamentos Imunossupressores (BAASIS). Método: A amostra foi constituída por pacientes adultos no pós-transplante renal, que tinham no mínimo 4 semanas completas em casa, após alta hospitalar e em acompanhamento ambulatorial. Foram avaliados por meio do instrumento BAASIS: a ingestão de drogas prescritas; dias utilizados de dose correta; horário-dentro de 25% do horário prescrito; pausa da medicação; tempo de ingestão excedente de 24 horas; alterações de dose por conta própria, complexidade das doses prescritas, percepção do paciente frente ao tratamento, valor de creatinina, nível sanguínea de imunossupressores.Os formulários básico e clínico foram utilizados para identificarmos possíveis causas da diminuição da adesão terapêutica e a relação com a sobrevida do paciente. Resultados: 181 pacientes com TXR, com média das idades no momento da visita para acompanhamento ambulatorial foi de 44,2 anos (DP4 =13,4 anos), observando a idade mínima de 18 anos e máxima de 74 anos, 43,1% dos pacientes eram da cor parda, 53,6% casados, 64,7% possuíam renda familiar entre 1 e 4 salários mínimos, 38,7% com ensino médio. Com relação à participação na vida econômica no grupo familiar eram de 29,8% de auxílio doença e de 31,0% aposentadoria, foram utilizados 1,3 (DP=0,7) tipos distintos de meio de transporte com destaque ao ônibus (38%) e ambulância (31,8%) para consultas ambulatoriais,41,4% dos pacientes apresentavam o IMC 25,81 Kg/m2, o acompanhamento ambulatorial foi de 276,8 semanas (5,3 anos),92,8% realizaram diálise e 49,2% receberam TXRF. Somente 4,4% possuíam um cuidador, 7,2% em acompanhamento farmacêutico ambulatorial e 1,7% apresentaram RAC. O tempo de 3,62 minutos, em média, para separar as medicações. Quanto adesão, os pacientes transplantados renais de cor parda apresentavam 100% de adesão. Os casados apresentaram porcentagem maior de adesão comparativamente aos demais pacientes. Quanto ao grupo dos autônomos e dos obesos apresentaram 30,8% e 20% da amostra de NA. A adesão aos imunossupressores nas últimas 4 semanas foi de mais de 94%, ou seja, nunca deixaram de tomar várias doses consecutivas das medicações imunossupressores (Q2) e nunca tomaram uma dose menor de suas medicações do que a prescritas pelo médico (Q4). Adicionalmente, 87,8% dos pacientes apontaram nunca se esquecer de tomar medicações imunossupressores alguma vez (Q1). Já o item que trata sobre atraso nas medicações (Q3) apresentou a menor porcentagem de resposta ?nunca?, comparativamente aos demais itens - 64,1% citaram nunca ter passado por tal situação.De uma forma geral,58,6% responderam ?nunca? nos quatro itens apontando adesão total,18,8% deixaram de aderir a uma das quatro situações uma vez por mês.Assim, tem-se que 41,4% deixaram de aderir a uma das quatro situações nas últimas quatro semanas. Conclusão: Este estudo evidenciou que os pacientes que apresentaram dificuldades para ter adesão foram os de cor branca, os que viviam sozinhos (separados, divorciados), obesos, desempregados ou autônomos, provavelmente porque tinham uma rotina muito frágil ou ausência desta em suas vidas. Uma parte significativa da amostra estudada, ou seja, 41,4% deixaram de aderir aos medicamentos imunossupressores em uma das quatro situações nas últimas 4 semanas do questionário BAASIS. Não foram encontradas diferenças de medidas dos valores de creatinina nos itens dos mesmos questionários. Concluímos que devemos concentrar esforços nas questões diretas e indiretas que envolvem a adesão, além da compreensão, mais próxima da realidade, da participação ativa do individuo no seu tratamento. Com este cenário, poderíamos traçar estratégias que os levem a níveis superiores de adesão. Deste modo, o estudo leva- nos a acreditar que adesão e persistência são sinônimos para o sucesso no TX.
Descrição
Citação
LEITE, Renata Fabiana. Mensuração da adesão aos medicamentos imunossupressores em pacientes adultos no pós transplante renal. 2016. 87 f. Dissertação (Mestrado) - Escola Paulista de Enfermagem, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2016.