Estudo prospectivo, controlado, randomizado para avaliar a influência da intervenção farmacêutica na variabilidade intra-individual das concentrações sanguíneas de tacrolimo, nos 3 primeiros meses após o transplante renal

Date
2016-06-30Author
Bessa, Adrieli Barros [UNIFESP]
Advisor
Pestana, Jose Osmar Medina de Abreu Pestana [UNIFESP]Type
Dissertação de mestradoMetadata
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Introduction: Intraindividual variability of tacrolimus concentrations is related to inherent characteristics of this drug, pharmacokinetics and adherence to treatment. Objectives: (1)Evaluate the influence of pharmaceutical care in tacrolimus intraindividual variability; (2) percentage of patients who achieved target levels of tacrolimus in study visits; (3) tacrolimus bioavailability profile; (4) patient adherence and patient knowledge about immunosuppressant treatment and (5) evaluated clinical outcomes. Methods: We randomized 128 kidney transplants recipients to receive pharmaceutical care consisted of predefined and standardized instructions provided by a pharmacist (PhC group, n=64) or standard nurse staff instructions (Control group, n=64) from day 3 to day 90 after kidney transplantation. The study was powered to detect at least 50% reduction in the coefficient of variation (%CV), calculated from six dose-corrected tacrolimus whole blood trough concentrations, in the PhC group. Patient adherence was evaluated using BAASIS validated questionnaire. Results: There were no difference in the mean of coefficients of variation between PhC group and control group (31.4±12.3% vs. 32.5±16.1% p= 0.673). Mean TAC blood trough concentrations were maintained on therapeutic range in both groups and we observed on this period a progressive increase in tacrolimus bioavailability. There were no difference on proportion of nonadherent patients in PhC group and control group in study visits Day 28 and Day 90, respectively( 17 vs. 26% p=0.135, 27 vs. 25% p=0.457). Similarly, patients that understood well immunosuppressant treatment in day 10, 28 and 90 were equally distributed, in PhC group vs control group (55 vs. 45%, p=0,021, 55 vs. 51%, p = 0,524, 50 vs. 52%, p = 0,570), respectively. There were treated acute rejection episodes in both groups (18 vs. 11% p=0.213). Final eGFR in PhC group and control group were 52.5±20.2 vs. 55.3±21.1ml/min, p=0.863. The incidence of infection was similar in both groups and viral infection had higher frequency (38 vs. 35%,p=0,564). There were no difference in hospital readmissions, treatment discontinuation, graft loss and death. Conclusion: Pharmaceutical care on first 10 days after transplant improve patient?s knowledge about immunosuppression therapy. However pharmaceutical intervention indiscriminately didn?t show differences in others outcomes. Long term of follow up is necessary to verify if the benefit of this action will be observed in the future, when nonadherence is more frequent due to less frequent return to outpatient clinic. Introdução: A variabilidade intraindividual das concentrações sanguíneas de tacrolimo está relacionada a características intrínsecas da droga e parâmetros farmacocinéticos, como também a aderência ao tratamento. Objetivos: (1) Avaliar a influência da atenção farmacêutica na variabilidade intraindividual do tacrolimo; (2) a percentagem de pacientes que atingiram níveis alvo do tacrolimo nas visitas de estudo; (3) o perfil da biodisponibilidade do tacrolimo; (4) avaliar a aderência e conhecimento do paciente sobre o tratamento imunossupressor e (5) avaliar os desfechos clínicos. Métodos: Foram randomizados 128 receptores de transplante renal, para receber orientações predefinidas e padronizadas fornecidas por um farmacêutico (grupo c/ AtenFar, n = 64) ou as instruções padrão da equipe de enfermagem (grupo controle, n = 64) a partir do dia 3 ao dia 90 após o transplante renal. O estudo foi desenhado para detectar, pelo menos, 50% de redução do coeficiente de variação (% CV) no grupo c/Atenfar, calculado a partir de seis concentrações sanguíneas de tacrolimo corrigidas pela dose administrada,. A adesão do paciente foi avaliada utilizando o questionário validado BAASIS. Resultados: Não houve diferença na média dos coeficientes de variação do tacrolimo entre o grupo com atenção farmacêutica e o grupo controle (31,4 ± 12,3% vs 32,5 ± 16,1% p = 0,673). A média das concentrações sanguíneas de TAC foram mantidas na faixa terapêutica estabelecida para ambos os grupos e no período observado houve um aumento progressivo da biodisponibilidade do tacrolimo. Não houve diferença na proporção de pacientes não aderentes no grupo com atenção farmacêutica e no grupo controle nas visitas de estudo dia 28 e dia 90, respectivamente (17 vs 26% p = 0,135, 27 vs. 25% p = 0,457). Da mesma forma, os pacientes que compreenderam bem o tratamento imunossupressor nos dias 10, 28 e 90 estavam igualmente distribuídos no grupo com atenção farmacêutica vs grupo controle (55 vs. 45%, p = 0,021, 55 vs. 51%, p = 0,524, 50 vs. 52%, p = 0,570), respectivamente . Não houve diferença quanto aos episódios de rejeição aguda tratados em ambos os grupos (18 vs. 11%, p = 0,213). A TFGe final no grupo com atenção farmacêutica e no grupo controle foram 52,5 ± 20,2 vs. 55,3 ± 21,1ml/min, p = 0,863. A incidência de infecção foi similar em ambos os grupos e a infecção viral apresentou-se em maior frequência (38 vs. 35%, p=0,564). Não houve diferença nas readmissões hospitalares, descontinuação do tratamento, perda do enxerto e óbito. Conclusão: A atenção farmacêutica nos primeiros 10 dias após o transplante resultou em melhora do conhecimento do paciente quanto ao tratamento imunossupressor. No entanto, a intervenção farmacêutica indiscriminada não mostrou diferença nos demais desfechos. Maior tempo de seguimento é necessário para verificar o benefício desta intervenção em longo prazo quando a má adesão ao tratamento é mais frequente devido a menor frequência de retorno ao centro médico.