Avaliação de protocolos adicionais visando otimização do tratamento cirúrgico do hiperparatiroidismo associado à doença renal crônica

Date
2013-08-30Author
Ohe, Monique Nakayama [UNIFESP]
Advisor
Vieira, Jose Gilberto Henriques Vieira [UNIFESP]Type
Tese de doutoradoMetadata
Show full item recordAbstract
O decaimento dos níveis de PTH-IO em 80% ou mais com relação ao valor basal antes da paratiroidectomia foi preditor de cura cirúrgica em todos os pacientes portadores de hiperparatiroidismo associado à DRC durante o seguimento do estudo. 2 – A queda do PTH-IO abaixo de 70% com relação ao basal é sugestiva de presença de paratiroide supra-numerária ou não reconhecida durante o ato cirúrgico, sendo preditor de falha cirúrgica em 66,6% dos casos. 3 – A queda “marginal” do PTH-IO entre 70-79% com relação ao basal delega ao cirurgião a decisão de continuar ou não a exploração cirúrgica. 4 – O uso da estereomicroscopia como método auxiliar na escolha de tecido paratiroideano no tratamento cirúrgico do hiperparatiroidismo associado à DRC pode proporcionar uma padronização na técnica de seleção deste tecido a ser usado no autoimplante, objetivando índice potencialmente menor de recorrência do hiperparatiroidismo no enxerto. 5 – A doença mais severa observada nos pacientes em tratamento dialítico no grupo com estereomicroscopia pode ser uma explicação para o encontro de recorrência de hiperparatiroidismo no autoimplante similar entre os dois grupos. 6 – A contínua exposição do enxerto paratiroideano ao ambiente urêmico pode ser o principal indutor da recorrência do hiperparatiroidismo no autoimplante nos pacientes em tratamento dialítico há longo tempo. PERSPECTIVAS: Os protocolos adicionais aqui estudados representam apenas algumas das respostas às intermináveis perguntas que o estudo do hiperparatiroidismo na doença renal crônica nos apresentam. Este trabalho surge como uma continuidade do esforço realizado ao longo de anos, por diversas equipes e serviços, em busca do melhor tratamento, ou quando muito, do melhor tratamento possível da DRC e de suas comorbidades, no caso, o hiperparatiroidismo. E todos têm o grande mérito de conviver com esta busca. Há, entretanto, ao meu ver uma peculiaridade da condição do cirurgião: ele inicia o trabalho, quando todos estão no fim. Esgotadas as possibilidades de um transplante de rim imediatamente à falência renal, o que minimizaria o risco do desenvolvimento do hiperparatiroidismo, esgotadas as expectativas com as diversas modalidades de terapia de substituição renal, esgotados os recursos de tratamento clínico do hiperparatiroidismo, frente a uma piora clara e progressiva, então o paciente segue para a cirurgia. Mas, apesar do quadro difícil, é onde todos, pacientes e médicos adquirem uma nova perspectiva. A busca pelo sucesso cirúrgico é o maior objetivo neste momento, onde se renovam as esperanças de proporcionar uma melhor qualidade de vida ao indivíduo. E este é o intuito dos protocolos adicionais aqui estudados: em última análise, dar um suporte a mais a esta tarefa tão árdua, em uma doença que ainda compreendemos tão pouco, no paciente que consegue sobreviver à falência renal, mas que convive com as limitações das diversas comorbidades. Portanto, novos estudos nesta área são muito bem-vindos, e na realidade, necessários. Seriam de grande interesse: - desenvolvimento de metodologias futuras que contemplem melhorar ainda mais a segurança do autoimplante, através da pesquisa molecular do tecido paratiroideano, selecionando áreas livres de mutação monoclonal para o autoimplante; - possibilitar aumento na quantidade de tecido paratiroideano, livre de mutação monoclonal, a ser implantado, diminuindo o risco de níveis de PTH insuficientes para manutenção de turnover ósseo adequado nos pacientes com DRC; - desenvolvimento de técnicas de cultura de célula paratiroideana para autoimplante, ou de técnica de microencapsulamento de tecido paratiroideano exógeno para autoimplante. Todas estas perspectivas são instigantes, uma vez que a pergunta persiste: - “Há algo mais que se possa fazer?”. Possivelmente, a finalização desta dissertação de Doutorado signifique apenas uma resposta parcial a diversas perguntas que ainda surgirão, pois: “Most people believe ignorance precedes knowledge, but in science, ignorance follows knowledge.” (Firestein S,)
Citation
OHE, Monique Nakayama. Avaliação de protocolos adicionais visando otimização do tratamento cirúrgico do hiperparatiroidismo associado à doença renal crônica. 2013. 124 f. Tese (Doutorado) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2013.Keywords
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