Correlação entre dosagem de calprotectina fecal e marcadores de atividade inflamatória em pacientes com doença de crohn de intestino delgado
Data
2016-04-29
Tipo
Dissertação de mestrado
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
Introduction: Small bowel Crohn?s disease (CD) is a disorder of restricted onset and difficult to acess through out convencional ileocolonoscopy. Characterized as a cronic inflammatory process it can evolve with related complications as fistulas and stenosis, and with permanent tecidual damage and loss of function. Moreover, presents high morbidity and have a negative impact on quality of life. Since, it demands an early and agressive treatment along with a multidisciplinary approach. Management is grounded on deep sustained remission that includes symptomatic, laboratorial, radiologic, colonoscopic and histologic control. Clinical parameters may be subjective and it can not reflect real inflammation. Therefore, it was mandatory to search for more accurate and objective parameters to acess inflammatory activity in CD. Fecal calprotectin (FC) is described as a surrugate marker to evaluate inflammation of the colon. It remains controversy its utility in exclusive small bowel Crohn?s disease. Objective: Correlate fecal calprotectin and clinical activity acessed by Crohn?s Disease Activity Index (CDAI), laboratorial by C- reactive protein (CRP), and radiologic by enterotomography (entero-CT) in patients with small bowel CD. Methods: We included a total of 39 patients, 3 were excluded by fail in compliance thus the final analysis contemplated 36 individuals. At the first medical consultation after inclusion criteria requirements. Calculation of the CDAI was performed by the responsible researcher as blood and fecal samples were collected for CRP dosage and exclusion of infection of the gastrointestinal tract. Subsequently patients were conducted to schedule entero-CT and collect feces for FC dosage. Tests to evaluate the correlation between CDAI, levels of CRP and FC, and radiologic findings were applied (Sperman and Kendall t-b). Results: All patients (100%) presented with CDAI values below 150 wich means clinical remission, 29 (80%) with CRP levels above the normal limit (1,0mg/L), 31 (86%) with FC dosage above 150?g/gr. The mean value for CRP was 15,0mg/L and 1.003?g/gr for FC. At least 90% of the radiologic procedures by entero-CT reflected presence of inflammation activity that was classificated as mild (27,7%), moderate (45,45%) and severe (27,7%). Sensibility and especificity calculated for FC (>150?g/gr) were 90,5% and 66,7%, respectively. We demonstrated that there is a positive correlation between high levels of FC and inflammatory activity when evaluated by CRP and entero-CT, but not with CDAI. Our results are similar to those found in literature. Conclusions: FC and CRP can be used as reliable markers of inflammatory activity and serve as usefull tools in the management of patients with small bowel CD. Likewise, they can reduce the need for more invasive procedures to evaluate inflammation in that region
Introdução: A doença de Crohn de intestino delgado apresenta localização restrita e de difícil acesso aos exames endoscópicos convencionais. Caracterizada por processo inflamatório crônico pode evoluir com complicações relacionadas, como fístulas e estenoses, e dano tecidual permanente com perda de função da estrutura comprometida. Com elevada morbidade e impacto negativo na qualidade de vida, exige tratamento agressivo e abordagem multidisciplinar. A terapêutica medicamentosa baseia-se na remissão profunda sustentada que envolve normalização das alterações clínicas, laboratoriais, radiológicas, endoscópicas e histológicas. Sabemos que os critérios clínicos utilizados são subjetivos e podem não refletir o verdadeiro grau de inflamação. Considerando esse fato, fez-se necessária a busca de parâmetros mais objetivos e fidedignos. O marcador fecal, calprotectina, é descrito como bom indicador inflamatório para casos de DII com acometimento de cólon. Permanece controversa a sua utilidade na doença restrita de delgado. Objetivo: Avaliar a correlação entre os valores do biomarcador CF com atividade inflamatória clínica pelo IADC, laboratorial pela PCR e radiológica pela entero-TC, em pacientes com DC exclusiva de intestino delgado. Métodos: Foram incluídos 39 pacientes, sendo 3 excluídos por falha de seguimento; portanto, a análise final contemplou um total de 36 indivíduos. Na consulta inicial, após preenchimento dos critérios de inclusão, foram coletadas informações para o cálculo do IADC, pelo pesquisador responsável, assim como amostras sanguínea, para dosagem da PCR, e fecal para excluir infecções. Posteriormente os pacientes foram encaminhados para agendamento da entero-TC e da coleta de amostra fecal para dosagem da calprotectina. Testes para avaliar correlação entre IADC, níveis de PCR e CF, e achados radiológicos (Sperman e t ? b de Kendall) foram aplicados. Resultados: Todos (100%) apresentaram valores de IADC compatíveis com doença sem atividade ou em remissão clínica (<150), 29 (80%) com níveis de PCR acima do limite superior da normalidade (1,0 mg/L), 31 (86%) com valores de CF acima de 150 ?g/gr. O valor médio para PCR foi de 7,5 mg/L, e para a CF de 1.003 ?g/gr. Cerca de 90% dos exames de entero-TC refletiram presença de atividade inflamatória que foi classificada em leve (27,7%) , moderada (45,45%) e intensa (27,7%). A sensibilidade e especificidade calculadas para o método em análise (CF) foram de 90,9% e 66,7% , respectivamente, utilizando como valor de referência para a CF 150 ?g/gr. Demonstramos que há correlação entre valores elevados de calprotectina fecal e atividade inflamatória da doença quando avaliada pela dosagem da PCR e entero-TC. Não encontramos associação entre níveis elevados de CF e presença de atividade estimada pelo IADC. Os resultados encontram similaridade com aqueles publicados na literatura. Conclusões: A calprotectina fecal e a PCR podem ser utilizadas como marcadores inflamatórios confiáveis e servir como ferramentas úteis no manejo e seguimento de pacientes com doença de Crohn exclusiva de intestino delgado e que diminuem a necessidade de procedimentos invasivos para avaliação da inflamação nessa localização.
Introdução: A doença de Crohn de intestino delgado apresenta localização restrita e de difícil acesso aos exames endoscópicos convencionais. Caracterizada por processo inflamatório crônico pode evoluir com complicações relacionadas, como fístulas e estenoses, e dano tecidual permanente com perda de função da estrutura comprometida. Com elevada morbidade e impacto negativo na qualidade de vida, exige tratamento agressivo e abordagem multidisciplinar. A terapêutica medicamentosa baseia-se na remissão profunda sustentada que envolve normalização das alterações clínicas, laboratoriais, radiológicas, endoscópicas e histológicas. Sabemos que os critérios clínicos utilizados são subjetivos e podem não refletir o verdadeiro grau de inflamação. Considerando esse fato, fez-se necessária a busca de parâmetros mais objetivos e fidedignos. O marcador fecal, calprotectina, é descrito como bom indicador inflamatório para casos de DII com acometimento de cólon. Permanece controversa a sua utilidade na doença restrita de delgado. Objetivo: Avaliar a correlação entre os valores do biomarcador CF com atividade inflamatória clínica pelo IADC, laboratorial pela PCR e radiológica pela entero-TC, em pacientes com DC exclusiva de intestino delgado. Métodos: Foram incluídos 39 pacientes, sendo 3 excluídos por falha de seguimento; portanto, a análise final contemplou um total de 36 indivíduos. Na consulta inicial, após preenchimento dos critérios de inclusão, foram coletadas informações para o cálculo do IADC, pelo pesquisador responsável, assim como amostras sanguínea, para dosagem da PCR, e fecal para excluir infecções. Posteriormente os pacientes foram encaminhados para agendamento da entero-TC e da coleta de amostra fecal para dosagem da calprotectina. Testes para avaliar correlação entre IADC, níveis de PCR e CF, e achados radiológicos (Sperman e t ? b de Kendall) foram aplicados. Resultados: Todos (100%) apresentaram valores de IADC compatíveis com doença sem atividade ou em remissão clínica (<150), 29 (80%) com níveis de PCR acima do limite superior da normalidade (1,0 mg/L), 31 (86%) com valores de CF acima de 150 ?g/gr. O valor médio para PCR foi de 7,5 mg/L, e para a CF de 1.003 ?g/gr. Cerca de 90% dos exames de entero-TC refletiram presença de atividade inflamatória que foi classificada em leve (27,7%) , moderada (45,45%) e intensa (27,7%). A sensibilidade e especificidade calculadas para o método em análise (CF) foram de 90,9% e 66,7% , respectivamente, utilizando como valor de referência para a CF 150 ?g/gr. Demonstramos que há correlação entre valores elevados de calprotectina fecal e atividade inflamatória da doença quando avaliada pela dosagem da PCR e entero-TC. Não encontramos associação entre níveis elevados de CF e presença de atividade estimada pelo IADC. Os resultados encontram similaridade com aqueles publicados na literatura. Conclusões: A calprotectina fecal e a PCR podem ser utilizadas como marcadores inflamatórios confiáveis e servir como ferramentas úteis no manejo e seguimento de pacientes com doença de Crohn exclusiva de intestino delgado e que diminuem a necessidade de procedimentos invasivos para avaliação da inflamação nessa localização.
Descrição
Citação
ARGOLLO, Marjorie Costa. Correlação entre dosagem de calprotectina fecal e marcadores de atividade inflamatória em pacientes com doença de crohn de intestino delgado. 2016. 63 f. Dissertação (Mestrado) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2016.