O impacto do diagnóstico pré-natal de anomalia fetal: estratégias de enfrentamento utilizadas pelas gestantes
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Data
2015-12-23
Autores
Nunes, Tatiane Santos [UNIFESP]
Orientadores
Abrahao, Anelise Riedel [UNIFESP]
Tipo
Dissertação de mestrado
Título da Revista
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Resumo
After the development of techniques in fetal evaluation, the use of a prenatal diagnosis of fetal anomalies has become a reality. With the diagnostic possibilities, it arouses the concern about them in relation to pregnant women and to their families. The announcement of a fetal anomaly causes a state of ?post-traumatic stress?, because it represents an immediate or later response towards a stressful event or situation, and the strategies of coping are strictly linked to the subjective stress generated in the pregnant women as a result of prenatal diagnosis of fetal malformation, both with viability and inviability prognostics. OBJECTIVE: To evaluate the impact of fetal anomaly diagnosis and strategies of coping used by pregnant women resulting from this stressful event, and to compare the coping strategies subsequent to viable and inviable fetal anomaly diagnosis. METHODOLOGY: This is a transversal study of quantitative analysis, developed in a Fetal Medicine ambulatory in São Paulo (SP), Brazil, between January 2014 and January 2015. The sample was composed of 120 pregnant women with the diagnosis of fetal malformation subdivided into two groups: viable and inviable fetuses. The data collection was performed in two phases: the first one at the admission process of the pregnant women in the ambulatory, after the pregnant women signed the Informed Consent Form; and the second one, after they took part in medical consultation of reproductive genetic counseling and at least in two psychoprophylactic consultations. A questionnaire for obtaining de socioeconomic and demographic data and the coping inventory were used. Chi square test, Fisher?s exact test or likelihood ratio were used in order to compare the categorical variables between viable and inviable. Student?s t test was used to compare the continuum variables between viable and inviable and, if necessary, variance analysis was also used. RESULTS: The women who were interviewed identified themselves as white in 50.8% of the cases; 58.3% were married or stable union; 59.2% presented high school level; 47.8% were Catholics; and 55,8% refered themselves as housewives. Regarding the coping strategies, it was possible to verify the social support (factor 4) as the more common coping factor used by the pregnant women, followed by the positive re-evaluation (factor 8), which the strategies that received a highlight were ?I had professional support?, and ?I prayed?. When compared both groups, a significant difference with higher score of the self-control strategy (factor 5) in the pregnant women presenting fetal inviability diagnosis, rather than in the viable fetus pregnant women, was found. CONCLUSION: The pregnant women who received the diagnosis results of fetal anomaly used more frequently the strategies focusing on the social support and on positive re-evaluation. It became evident the tendency of self-control in the group of pregnant women with inviable fetuses.
Introdução: Com o desenvolvimento de técnicas de avaliação fetal, o estabelecimento de um diagnóstico pré-natal de anomalia fetal passou a ser uma realidade. Com as possibilidades diagnósticas, surge a preocupação quanto ao impacto deste, tanto para a gestante quanto para sua família. A notícia de uma anomalia fetal pode gerar um estado de ?estresse pós-traumático?, por apresentar uma resposta imediata ou tardia frente a uma situação ou evento estressante, e os modos de enfrentamento estão estreitamente ligados ao estresse subjetivo gerado nas gestantes diante do diagnóstico de malformação fetal, tanto com prognóstico de viabilidade como de inviabilidade. Objetivo: Identificar o impacto do diagnóstico de anomalia fetal e as formas de enfretamentos utilizadas pelas gestantes diante deste evento estressor, e comparar as estratégias de enfrentamento mediante ao diagnóstico de anomalia fetal viável e inviável. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal de análise quantitativa, desenvolvido em um ambulatório de Medicina Fetal na cidade de São Paulo (SP), entre janeiro de 2014 e janeiro de 2015. A amostra foi composta por 120 gestantes com diagnóstico de malformação fetal subdivididas em dois grupos: fetos viáveis e inviáveis. A coleta de dados foi realizada em duas etapas, a primeira na admissão da gestante no ambulatório, após ter assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), e a segunda, após ter passado pela consulta de aconselhamento genético reprodutivo e por pelo menos dois atendimentos psicoprofiláticos. Utilizaram-se como instrumentos de pesquisa o questionário para obtenção dos dados socioeconômicos e demográficos, e o inventário de coping. Testes qui quadrado, teste Exato de Fisher ou razão de verossimilhança foram utilizados para comparar as variáveis categóricas entre viável/inviável. O teste t de Student foi usado para comparar as variáveis contínuas entre viável e inviável, e, quando necessária, foi usada a análise de variância. Resultados: Identificaram-se 50,8% das mulheres de cor branca; 58,3% eram casadas ou em união estável; 59,2% tinham Ensino Médio; 47,8% eram católicas; e 55,8% se referiram como do lar. Quanto às estratégias de enfrentamento, foi possível verificar o suporte social (fator 4) como o fator de coping mais usado pelas gestantes, seguido da reavaliação positiva (fator 8), no qual as estratégias que mais se destacaram foram ?Procurei ajuda profissional? e ?Rezei?. O fator menos usado foi aceitação da responsabilidade (fator 5). Quando comparado os dois grupos, encontrou-se uma diferença significativa com maior escore da estratégia autocontrole (fator 5) nas gestantes com diagnóstico de inviabilidade fetal do que as gestantes com fetos viáveis. Conclusão: As gestantes que receberam o diagnóstico de anomalia fetal utilizaram mais as estratégias focadas no suporte social e na reavaliação positiva. Chamou atenção a tendência ao autocontrole verificada no grupo de gestantes com fetos inviáveis.
Introdução: Com o desenvolvimento de técnicas de avaliação fetal, o estabelecimento de um diagnóstico pré-natal de anomalia fetal passou a ser uma realidade. Com as possibilidades diagnósticas, surge a preocupação quanto ao impacto deste, tanto para a gestante quanto para sua família. A notícia de uma anomalia fetal pode gerar um estado de ?estresse pós-traumático?, por apresentar uma resposta imediata ou tardia frente a uma situação ou evento estressante, e os modos de enfrentamento estão estreitamente ligados ao estresse subjetivo gerado nas gestantes diante do diagnóstico de malformação fetal, tanto com prognóstico de viabilidade como de inviabilidade. Objetivo: Identificar o impacto do diagnóstico de anomalia fetal e as formas de enfretamentos utilizadas pelas gestantes diante deste evento estressor, e comparar as estratégias de enfrentamento mediante ao diagnóstico de anomalia fetal viável e inviável. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal de análise quantitativa, desenvolvido em um ambulatório de Medicina Fetal na cidade de São Paulo (SP), entre janeiro de 2014 e janeiro de 2015. A amostra foi composta por 120 gestantes com diagnóstico de malformação fetal subdivididas em dois grupos: fetos viáveis e inviáveis. A coleta de dados foi realizada em duas etapas, a primeira na admissão da gestante no ambulatório, após ter assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), e a segunda, após ter passado pela consulta de aconselhamento genético reprodutivo e por pelo menos dois atendimentos psicoprofiláticos. Utilizaram-se como instrumentos de pesquisa o questionário para obtenção dos dados socioeconômicos e demográficos, e o inventário de coping. Testes qui quadrado, teste Exato de Fisher ou razão de verossimilhança foram utilizados para comparar as variáveis categóricas entre viável/inviável. O teste t de Student foi usado para comparar as variáveis contínuas entre viável e inviável, e, quando necessária, foi usada a análise de variância. Resultados: Identificaram-se 50,8% das mulheres de cor branca; 58,3% eram casadas ou em união estável; 59,2% tinham Ensino Médio; 47,8% eram católicas; e 55,8% se referiram como do lar. Quanto às estratégias de enfrentamento, foi possível verificar o suporte social (fator 4) como o fator de coping mais usado pelas gestantes, seguido da reavaliação positiva (fator 8), no qual as estratégias que mais se destacaram foram ?Procurei ajuda profissional? e ?Rezei?. O fator menos usado foi aceitação da responsabilidade (fator 5). Quando comparado os dois grupos, encontrou-se uma diferença significativa com maior escore da estratégia autocontrole (fator 5) nas gestantes com diagnóstico de inviabilidade fetal do que as gestantes com fetos viáveis. Conclusão: As gestantes que receberam o diagnóstico de anomalia fetal utilizaram mais as estratégias focadas no suporte social e na reavaliação positiva. Chamou atenção a tendência ao autocontrole verificada no grupo de gestantes com fetos inviáveis.
Descrição
Citação
NUNES, Tatiane Santos. O impacto do diagnóstico pré-natal de anomalia fetal: estratégias de enfrentamento utilizadas pelas gestantes. 2015. 105 f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) - Escola Paulista de Enfermagem, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2015.