Necessidade crescente de médicos de família para o SUS e baixa taxa de ocupação nos Programas de Residência em Medicina de Família e Comunidade: um paradoxo?

Date
2015Author
Zambon, Zeliete Linhares Leite
Advisor
Demarzo, Marcelo Marcos PivaType
Dissertação de mestradoMetadata
Show full item recordAlternative Title
Growing need for family physicians for SUS and low occupancy rate in Family and Community Medicine Residency Programs: a paradox?Abstract
In Brazil, since 1994, is experienced the Family Health Strategy as a mode of organization of primary health care in the Brazilian public health system. Since then, it hás increased the number of jobs for medical work in the Family Health Strategy. The mostre quested medical special ty to work in the Family Health Strategy is the Family Medicine and Community because of their general performance characteristics, family and community, person-centered, tracking over time, work with undifferentiated problems, work with all age groups and genders and Bethe coordinator of health care of people. In 2011,Brazil had 60,000 primary care units and about 32,000 teams of the Family Health Strategy. The amount of existing jobs in these teams is very large. Through out Brazil we have, Just around 5000 Family Medical graduates or medical residency. In addition to these jobs in the Brazilian public health there is a demand of Family Physicians and Community in under graduate courses in medicine to work as teachers in the private healthcare system to act as medical coordinators of care associated with patients of health plans and health management. Even having a great need for this specialist in Brazil idleness rate of residency positions is around 70 %. Then comes the need to know the possible causes of this high rate of idleness of Housing vacancies in Family and Community Medicine. To this end was carried out the literaturere view that guided the creating of pre-analytical categories that were the basis for creation of an interview script. We interviewed 15 key informants, supervisors and tutors of residency programs in Family Medicine and Community representatives all over Brazil. The analysis were based on Grounded Theory where, in which was held triangulation of the interviews with one another and content with the existing literature on the subject. Among the findings high lighted the following issues as influencing the choice of the Residency in Family and Community Medicine: medical training graduation, teacher training and family doctors of role models, the labor market and public policies health. No Brasil, desde 1994, é vivenciada a Estratégia Saúde da Família como modalidade de organização de Atenção Primária à Saúde no sistema de saúde público brasileiro. Desde, então, vem crescendo o número de postos de trabalho para médicos atuarem na Estratégia Saúde da Família. A especialidade médica mais solicitada a trabalhar na Estratégia Saúde da Família é a Medicina de Família e Comunidade devido às suas características de atuação generalista, centradas na família e na comunidade, centrada na pessoa, seguimento ao longo do tempo, trabalho com problemas indiferenciados, trabalho com todas as faixas etárias e gêneros e, como coordenadora dos cuidados de saúde das pessoas. Em 2011, o Brasil contava com 60.000 unidades de Atenção Primária e cerca 32.000 equipes de ESF. A quantidade de postos de trabalho existentes nessas equipes é muito grande. Em todo o Brasil temos, apenas, em torno de 5000 Médicos de Família titulados ou com Residência Médica. Além desses postos de trabalho na saúde pública brasileira, há uma demanda de Médicos de Família e Comunidade nos cursos de graduação em Medicina para atuarem como professores; no sistema de saúde suplementar, para atuarem como médicos coordenadores de cuidados dos pacientes associados dos planos de saúde e em gestão de saúde. Mesmo tendo uma grande necessidade desse especialista médico no Brasil, a taxa de ociosidade das vagas de Residência gira em torno de 70%. Surge, então, a necessidade de conhecer as possíveis causas dessa alta taxa de ociosidade das vagas de Residência em Medicina de Família e Comunidade. Com essa finalidade foi realizada a revisão bibliográfica que norteou a criação de categorias pré-analíticas que serviram de base para a criação de um roteiro de entrevista. Foram entrevistados 15 informantes-chave, supervisores ou preceptores de Programas de Residência em Medicina de Família e Comunidade, representantes de todas as regiões do Brasil. As entrevistas foram analisadas com base na Teoria Fundamentada (groundedtheory) na qual foi realizado a triangulação do conteúdo das entrevistas entre si e desses conteúdos com a literatura existente sobre o assunto. Dentre os resultados encontrados destacaram-se estes assuntos como influenciando, fortemente, na escolha da Residência em Medicina de Família e Comunidade: 1) Formação médica na graduação - 12 dos 15 entrevistados, ou seja, 80% consideram que a graduação em medicina, da forma que está organizada, desestimula a procura pela Residência em Medicina de Família e Comunidade; 2) Formação de professores e modelos de Médicos de Família a serem seguidos - 8 dos 15 entrevistados, ou seja, 53.4% consideram que influencia positivamente na escolha da Residência em Medicina de Família e Comunidade; 3) Mercado de trabalho – todos os 15 entrevistados, ou seja, 100% consideram que o mercado de trabalho influencia na escolha da Residência em Medicina de Família e Comunidade com influências estimuladoras e desestimuladoras para essa escolha e; 4) Políticas públicas de saúde – todos os 15 entrevistados, ou seja, 100% consideram que as políticas públicas adotadas no Brasil como Estratégia Saúde da Família, Pró-residência, o Provab e o Programa mais Médicos para o Brasil influenciam na ordenação da formação de especialistas no Brasil e na escolha da Residência em Medicina de Família e Comunidade, as vezes, estimulando e outras desestimulando.
Citation
ZAMBON, Zeliete Linhares Leite. Necessidade crescente de médicos de família para o SUS e baixa taxa de ocupação nos Programas de Residência em Medicina de Família e Comunidade: um paradoxo? 2015. 199f. Dissertação (Mestrado Profissional em Ensino em Ciências da Saúde) – Escola Paulista de Enfermagem, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 2015.Keywords
Medicina de Família e ComunidadeResidência em Medicina de Família
Formação do Médico de Família
Políticas de Saúde
Family and Community Medicine
Residency in Family Medicine
Formation of the GP
Health policies
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