Contaminação de halos doadores córneo-esclerais em ceratoplastia penetrante no Hospital de Clínicas de Porto Alegre

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Data
2008-02-01
Autores
Borowsky, Cláudia Martins
Wallau, Anelise Dutra [UNIFESP]
Reetz, Aline
Kwitko, Sérgio [UNIFESP]
Rymer, Samuel
Locatelli, Claudete Inês
Orientadores
Tipo
Artigo
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Resumo
PURPOSE: To determine the incidence of positive corneoscleral rim cultures preserved in Optisol GS medium, to identify pathogens involved and possible recipient eye infection. METHODS: A hundred sixty-three corneoscleral rim cultures penetrating keratoplasties performed from January 2001 to January 2003 in the Hospital de Clínicas de Porto Alegre were reviewed. Enucleations and corneal storage were done as aseptic as possible and gentamicin 0.3% was instilled. Corneoscleral rim was divided into two segments, half was inoculated into Sabouraud broth and the other half into thioglycolate broth; inoculation into blood agar, chocolate agar and MacConkey agar was done later if necessary for pathogen identification. The receiver's eye data were reviewed. RESULTS: There were eleven positive cultures (6.7%) out of 163 evaluated corneoscleral rim cultures. Of these, four were Staphylococcus epidermidis, one was Staphylococcus aureus, one was Serratia sp., one was Pseudomonas aeruginosa and the other four were different subtypes of Candida (two Candida sp., one Candida albicans and one Candida parapapilosis). All pathogens were resistant to gentamicin. None of the eleven cases of positive corneoscleral rim cultures resulted in ocular infection at the receiver's eyes (six months follow-up). CONCLUSIONS: We found low rates of positive corneoscleral rim cultures after penetrating keratoplasty at the Porto Alegre Clinical Hospital. The most frequent involved pathogens were Staphylococcus sp and Candida sp. Although we did not identify any postoperative infection at the receiver's eyes, we recommend corneoscleral rim culture for guidance of postoperative infection, a rare but possible devastating ocular event.
OBJETIVOS: Avaliar a incidência de positividade de culturas de halos doadores córneo-esclerais preservados em Optisol GS, identificar os patógenos envolvidos, a sensibilidade dos mesmos à gentamicina e a ocorrência de infecções em olhos receptores. MÉTODOS: Foram analisadas retrospectivamente 163 culturas de halos córneo-esclerais cujos botões corneanos foram utilizados em transplantes de córnea no Hospital de Clínicas de Porto Alegre entre janeiro de 2001 e janeiro de 2003. Os halos foram divididos em dois segmentos, metade inoculada em meio Sabouroud e a outra metade em tioglicolato, com posterior semeadura em ágar-sangue, ágar-chocoloate e meio de MacConkey, conforme necessidade para identificação dos patógenos. Os prontuários dos pacientes receptores foram revisados. RESULTADOS: Dos 163 halos analisados, 11 apresentaram culturas positivas, correspondendo a 6,7% do total. Destes, quatro foram por Staphylococcus epidermidis, um por Staphylococcus aureus, um por Serratia sp, um por Pseudomonas aeruginosa e os outros quatro por diferentes subtipos de Candida (dois por Candida sp, um por Candida albicans e um por Candida parapapilosis). No antibiograma, todas as bactérias apresentaram-se resistentes à gentamicina. Nenhum olho que recebeu córnea com cultura positiva apresentou infecção após a cirurgia. CONCLUSÕES: Baixos índices de positividade de cultura de halos utilizados em transplantes de córnea no Hospital de Clínicas de Porto Alegre foram encontrados. Os patógenos mais freqüentemente identificados não apresentam boa cobertura pelos antimicrobianos presentes nos meios de preservação. A cultura de halos corneanos é recomendada para auxílio no tratamento de possível infecção ocular pós-cirúrgica.
Descrição
Citação
Arquivos Brasileiros de Oftalmologia. Conselho Brasileiro de Oftalmologia, v. 71, n. 1, p. 13-17, 2008.