Fatores determinantes do status de vitamina D em pacientes de um ambulatório especializado em osteoporose e sua interferência sobre a absorção intestinal de cálcio

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Data
2013
Autores
Camargo, Marilia Brasilio Rodrigues [UNIFESP]
Orientadores
Lazaretti-Castro, Marise [UNIFESP]
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Osteoporose e hipovitaminose D, com consequente diminuicao da absorcao intestinal de calcio, afetam idosos e mulheres na pos-menopausa, em particular. Objetivos. Determinar o status de vitamina D e a prevalencia de hipovitaminose D em pacientes com osteoporose em tratamento medico ambulatorial. Verificar os fatores determinantes, modificaveis e nao modificaveis, do status de vitamina D nesta populacao. Avaliar a correlacao entre a concentracao serica de 25-hidroxivitamina D [25(OH)D] e as seguintes variaveis: forca muscular e capacidade funcional. Avaliar a relacao entre status de vitamina D e absorcao intestinal de calcio em mulheres na pos-menopausa. Casuistica e Metodos. Este estudo transversal desenvolveu-se em 2 fases, A e B. Fase A: 363 pacientes acompanhados no Ambulatorio de Doencas do Metabolismo Osseo da Universidade Federal de São Paulo, 343 mulheres na pos-menopausa e 20 homens com mais de 50 anos participaram do estudo. Concentracao serica de 25(OH)D, concentracao serica de paratormonio (PTH), parametros bioquimicos e antropometricos foram obtidos. Avaliou-se a massa ossea e a composicao corporal total dos pacientes atraves de absorciometria de raios X de dupla energia (DXA). O grupo foi avaliado atraves de 2 questionarios: um questionario abordou habitos de vida, habitos alimentares, fototipo de pele, exposicao solar, doencas concomitantes e suplementacao oral de vitamina D3 (doses administradas); o outro questionario avaliou a capacidade funcional dos pacientes (the Health Assessment Questionnaire Disability Index, HAQ-DI). Forca muscular de membros inferiores e superiores foram avaliadas atraves de dinamometros portateis. Os metodos a seguir foram utilizados nas analises estatisticas: correlacao de Pearson, regressao logistica e arvore de decisao. Fase B: 50 mulheres na pos-menopausa participaram desta fase do estudo. As voluntarias foram agrupadas de acordo com a sua concentracao serica de 25(OH)D: grupo de deficientes (DEF), 25(OH)D serica <50 nmol/L (20 ng/mL) e grupo de suficientes (SUF), 25(OH)D serica &#8805;75 nmol/L (30 ng/mL). Entao, as pacientes foram submetidas ao teste de sobrecarga oral de estroncio para a avaliacao da absorcao intestinal de calcio (Abs-Ca). Na manha do dia da realizacao do teste, amostras de sangue, em jejum, foram coletadas de todas as participantes para a avaliacao da concentracao basal de estroncio e de parametros hormonais e bioquimicos. A dose padrao de 1000 mg de ranelato de estroncio foi, entao, administrada via oral. As participantes permaneceram em jejum durante todo o teste. Para determinar a concentracao de estroncio, amostras de sangue foram coletadas aos 30, 60, 120 e 240 minutos. Abs-Ca foi indiretamente expressa como a area sob a curva da concentracao de estroncio no soro (AUC). Analise de variancia (ANOVA) com medidas repetidas foi utilizada para determinar as diferencas entre os grupos. Correlacao de Pearson e analise de regressao linear multipla foram utilizadas para estudar a associacao entre as variaveis. Resultados. Os resultados serao apresentados de acordo com as fases do estudo. Fase A: A media de idade da amostra como um todo foi de 67,9 ± 8,6 anos e a media da concentracao de 25(OH)D foi de 24,8 ng/mL (62 nmol/L). A prevalencia de um status de vitamina D inadequado (<30 ng/mL, <75 nmol/L) foi elevada (73,3%). A concentracao serica de 25(OH)D correlacionou-se positivamente com a densidade mineral ossea de colo de femur e com a densidade mineral ossea de corpo total. A concentracao serica de 25(OH)D correlacionou-se negativamente com a concentracao de PTH. A concentracao serica de 25(OH)D nao se correlacionou com capacidade fisica e forca muscular. Nas analises multivariadas, a dose da suplementacao de vitamina D3 (colecalciferol), pratica regular de atividade fisica e o mes da coleta de sangue (setembro) associaram-se a um melhor status de vitamina D. Fase B: As concentracoes sericas medias de 25(OH)D e de 1,25-di-hidroxivitamina D [1,25(OH)2D] diferiram entre os grupos (SUF vs. DEF): 98,7 ± 18,2 nmol/L vs. 38,4 ± 8,5 nmol/L (p <0,001) e 36,2 ± 10,2 pg/mL vs. 24,9 ± 4,6 pg/mL (p <0,001), respectivamente. Nao houve diferencas estatisticamente significativas entre os grupos com relacao as variaveis a seguir: PTH e AUC. Somente 1,25-di-hidroxivitamina D influenciou a absorcao de estroncio nas ultimas 2 horas do teste. Conclusoes. Atividade fisica regular, mes da coleta de sangue e dose de vitamina D3 foram determinantes do status de vitamina D na populacao estudada. Nesta populacao de pacientes em tratamento para osteoporose, a dose semanal de 7.000 UI de vitamina D3 nao parece ser suficiente para manter a concentracao serica de 25(OH)D &#8805;30 ng/mL (75 nmol/L). O status de vitamina D nao influenciou a Abs-Ca na populacao estudada
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Citação
São Paulo: [s.n.], 2013. 209 p.