Estudo urodinamico em mulhere com transtornos miccionais

Data
2011
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Nesse contexto, a questao central que norteou o estudo consistiu em saber quais as dificuldades, limitacoes e insegurancas enfrentadas pelas mulheres no momento que antecede o estudo urodinanico que poderiam ser minimizadas mediante o manejo adequado, envolvendo cuidados efetivos e comunicacao adequada. Objetivos. Amenizar o impacto causado nas mulheres que se submetem ao estudo urodinamico, mediante a implementacao de uma proposta de orientacao e cuidados no manejo antes, durante e apos o procedimento urodinamico. Casuistica e Metodos. O enfoque metodologico adotado para a realizacao deste estudo e do tipo exploratorio-descritivo, de natureza quantitativa, mas abrangendo tambem aspectos qualitativos levantados por meio de roteiro de entrevista. O estudo foi realizado no ambulatorio de Uroginecologia da UNIFESP Universidade Federal de São Paulo/SP, que atende pacientes que utilizam seus servicos. Foram selecionadas 71 mulheres com transtornos miccionais encaminhadas ao estudo urodinamico. Para composicao da amostra adotou-se os seguintes criterios: mulheres que se submeteram ao estudo urodinamico, com idade acima de 18 anos, que concordaram em participar do estudo, conscientes e que pudessem responder ao instrumento de coleta de dados. Resultados. Quanto a faixa etarea, 58% das entrevistadas estavam na 5ª ou 6ª decadas, 7% na 7ª decada ou mais, e 21% na 4ª decada. No que tange a religiao, 75% declararam-se catolicas e 25% evangelicas. Todas mostraram-se laborativas, com 32% em afazeres do lar e 68% em profissoes extradomiciliares. Quanto a paridade, do total de 265 gestacoes referidas, ocorreram 203 partos normais, 50 cesareanas e 12 abortos. Com relacao as alteracoes anatomicas genitais, 74% das entrevistadas apresentaram algum grau de prolapso genital. Diagnosticos urodinamicos encontrados: IUE 36%; IUE e Hiperatividade Detrusora (HD) 20%; Bexiga Hiperativa (BH) 17%; IUE e Urge Incontinencia 14%; Bladder Outlet Obstruction 7% and UUI (DH) in 6%. Quanto aos habitos e cuidados relacionados a bexiga e ao ato de urinar, 96% afirmaram higienizar-se diariamente, sendo que 29% por duchas higienicas, 29% por banhos de assento, 26% banho e 15% outros. Com relacao a frequencia, 52% realizam 2x/dia; somente no banho 18%; varias vezes ao dia 17% (pelo odor das perdas) e apos urinar 13%. A situacoes desagradaveis vivenciadas, a perda involuntaria de urina foi referida por 88.7% das entrevistadas, sendo que 90.1% sentiam-se constrangidas e 73.2% necessitavam de forro genital (pads), e pouco menos da metade (45.1%) referiram odor desagradavel ao impacto dos transtornos miccionais no cotidiano diario, 24% referiram prejuizos nas atividades fisicas; 22% prejuizos nos compromissos sociais; 18% prejuizos no trabalho; 16% prejuizos no relacionamento com familiares e 11% no relacionamento com o parceiro e 6% na vida sexual. Para Girao et al (2004), apesar do impacto na QV dos afetados, nao se sentem confortaveis para discutir o problema com outras pessoas da familia ou com profissionais da Saúde, em concordancia com a populacao alvo deste estudo. Quanto ao nivel de conhecimento sobre o EUD, 50% referiram nada saber sobre o exame e ainda que 34% o consideraram muito importante para um diagnostico, 7% o referiram como um exame demorado e 9% como desconfortavel e constrangedor. Relevante salientar que 39% procuraram informacoes sobre o exame com outras mulheres que ja o haviam realizado. Com relacao aos procedimentos do EUD que causaram impacto nas mulheres durante a sua execucao, a miccao diante de outros respondeu por 38%, a Introdução de sondas na bexiga por 29.6%, o uso de sonda retal por 25.4% e ser um exame demorado por 7%. Alem disso, relataram outras sensacoes como dor (23.9%); constrangimento (21.1%); medo (15.5%) e ansiedade(37.4%). Conclusoes. A analise dos resultados parece confirmar os pressupostos que orientaram esta pesquisa e enseja as seguintes conclusoes: a) mulheres com transtornos miccionais tem indices de sofrimento humano aumentados e perda de qualidade de vida; b) o EUD, pela sua natureza, exerce grande impacto psiquico e emocional nas mulheres que sao encaminhadas e se submetem a este tipo de exame; c) o manejo adequado nas diversas fases do EUD, mediante cuidado efetivo e comunicacao eficaz, fornece as mulheres informacoes uteis a sua Saúde uroginecologica, incentiva a cooperacao e promove mais tranquilidade na realizacao do exame
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São Paulo: [s.n.], 2011. 112 p.
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