Expressão da desiodase do tipo III no hipocampo de animais com epilepsia

Data
2012
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Existe uma alta densidade nos cerebros de ratos, tanto no desenvolvimento como no estagio adulto, de receptores de a 3,5,3Æ-triiodotironina (T3), sugerindo uma intensa interacao dos hormonios tireoidianos (HT) e o sistema nervoso central (SNC). Recentes estudos demonstram que perturbacoes tireoidianas comprometem a integridade de tecidos cerebrais, como hipocampo e cortex parietal, influenciando no comportamento e processo de aprendizado e memoria. Falhas nos niveis deste hormonio estao relacionadas com defeitos na regulacao bioquimica, metabolica, estrutural e genetica no SNC de ratos adultos. As desiodases do tipo I (D1), do tipo II (D2) constituem um grupo de proteinas que agem ativando o pro-hormonio T4 em sua forma biologicamente ativa, T3. Em contraste a desiodase tipo III (D3), previne a ativacao do T4, convertendo este em T3 reverso, (T3r), e T3 em T2, que sao consideradas formas inativas do hormonio. Esta enzima e pouca expressa em tecidos pos-natal, porem diversas pesquisas observaram o aumento da sua expressao em pacientes criticamente doentes, principalmente em tecidos com lesao hipoxico-isquemica. A epilepsia e a desordem neurologica grave mais comum, tendo no Brasil incidencia na ordem de 18.6/1000 habitantes, sendo o lobo temporal o mais epileptogenico dos lobos cerebrais, confirmando dados de que a epilepsia do lobo temporal (ELT) e a mais comum entre os casos de epilepsias, principalmente nos adultos. A formacao hipocampal e a estrutura mais danificada na ELT, exibindo uma perda neuronal seletiva resultando na esclerose hipocampal. Embora o mecanismo exato para o aparecimento dessas lesoes neuronais ainda nao esteja exatamente esclarecido, sabe-se que a hipoxia e a isquemia cerebral estao sendo associadas ao desenvolvimento de crises epilepticas, ou ate mesmo, possuem um papel crucial na auto-regulacao da interrupcao dessas crises. Com isso, podemos dizer que a hipoxia parece estar envolvida no inicio ou no termino das crises epilepticas, porem nao e claro o seu papel nessa patologia. A D3 possui sua expressao e atividade aumentada pela hipoxia, levando estes tecidos ao um estado hipotireoideo, reduzindo a taxa do metabolismo e a demanda de energia. A hipoxia nos tecidos do SNC envolvidos na epilepsia, tais como o hipocampo, pode apresentar aumento da atividade e expressao da D3. Seguindo esse raciocinio e interessante relacionar as consequencias da epilepsia e uma reducao local da atividade do HT nesta patologia. A pesquisa utilizou o modelo da Pilocarpina para induzir epilepsia nos animais. A atividade da D3 foi quantificada atraves dos metodos de Imunohistoquimica (IHC) e Western Blot (WB), no estagio agudo e cronico deste modelo. Os resultados observados foi o aumento da concentracao da D3, comparada com os animais do grupo controle, pelo metodo de WB. Reforcando este dado, o metodo de IHC revelou intensas marcacoes nas regioes hipocampais: CA3, CA1, Giro Denteado e Hilo nas fases aguda e cronica do modelo da pilocarpina, regioes estas envolvidas na esclerose hipocampal. Para confirmarmos o envolvimento da hipoxia no aumento da expressao da D3, quantificamos a concentracao de Neuroglobina (Ngb). A Ngb exerce uma funcao importante na manutencao do oxigenio intracelular, proporcionando integridade neuronal e protecao durante as condicoes de hipoxia e isquemia. Como resultado, foi verificado o aumento da concentracao da Ngb em todo cerebro dos animais, porem houve um aumento da expressao nas regioes afetadas pela esclerose hipocampal, nos grupos Agudo e Cronico. Podemos sugerir, dentre os resultados achados, que ha uma menor taxa metabolica em tecidos hipoxicos, observados nas consequencias epilepticas, podem ser um efeito neuroprotetor, reduzindo o HT local atraves do aumento da expressao de D3
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São Paulo: [s.n.], 2012. 72 p.
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