Micofenolato versus Azatioprina: resultados semelhantes na evolução em longo prazo do transplante renal

Date
2011Author
Cristelli, Marina Pontello [UNIFESP]
Advisor
Pestana, José Osmar Medina de Abreu [UNIFESP]Type
Tese de doutoradoMetadata
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Mycophenolate versus Azathioprine: similar results in the long-term outcomes of kidney transplantsAbstract
Objetivo: Comparar os resultados do transplante renal em longo prazo de regimes imunossupressores contendo azatioprina (AZA) versus micofenolato (MF), no que diz respeito a eficacia, seguranca e tolerabilidade. Metodos: Foram avaliados 929 receptores de primeiro transplante renal, com idade acima de 18 anos, com reatividade contra painel de anticorpos < 20%, transplantados entre 1998 e 2007, em uso de MF (267) ou AZA (662), alem de tacrolimo e corticoide. Resultados: O grupo AZA apresentou menor tempo em dialise (36 meses versus 45 meses, p 0,001) e maior proporcao de doadores vivos (66% versus 45%, p < 0,001). Entretanto, menor frequencia de uso de terapia de inducao (3% versus 13%, p < 0,001) e pior creatinina final entre os doadores falecidos (creatinina final > 1,5 mg/dl em 31% versus 19%, p 0,01). Em cinco anos, as sobrevidas do paciente, do enxerto e do enxerto censorado por obito foram equivalentes entre os grupos AZA e MF (89% versus 90%, p 0,78; 81% versus 78%, p 0,08; 87% versus 90%, p 0,16, respectivamente). A incidencia de rejeicao aguda comprovada por biopsia foi semelhante (17% versus 18%, p 0,69), mesmo quando estratificado por tipo de doador. Cerca de 75% dos episodios de rejeicao aguda ocorreram no primeiro mes pos-transplante, nos dois grupos, e nao houve diferenca quanto a frequencia de eventos corticorresistentes (24% versus 26%, p 0,74). O regime imunossupressor contendo AZA foi mais bem tolerado: houve necessidade de reducao da dose do antiproliferativo em 41% versus 68% dos casos (p < 0,001) e, ao final de cinco anos, 36% (AZA) versus 26% (MF) dos pacientes encontravam-se vivos, com enxerto funcionante, em uso do esquema triplice inicial (p 0,03). As complicacoes infecciosas ocorreram com menor intensidade no grupo AZA. Observou-se que 55% versus 67% dos pacientes desenvolveram alguma infeccao bacteriana (pneumonia em 25% versus 33%, p 0,02; infeccao do trato urinario em 34% versus 45%, p 0,002; infeccao de sitio cirurgico em 9% versus 18%, p 0,005). Doenca por citomegalovirus foi observada em 14% versus 21% (p 0,01). Nefropatia por poliomavirus tambem foi menos frequente (1,2% versus 4,1%, p 0,005). Conclusao: Os resultados desse estudo indicam que os beneficios previamente relatados do uso de MF em relacao a AZA podem nao ser tao evidentes em populacao adulta, de baixo risco imunologico. Alem disso, maior tolerabilidade e menor incidencia de complicacoes infecciosas observadas no grupo AZA podem influenciar a decisao sobre a escolha do esquema imunossupressor.