Resultados da terapia nutricional enteral por meio de algoritmo em crianças e adolescentes com câncer
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Data
2006
Autores
Garófolo, Adriana [UNIFESP]
Orientadores
López, Fábio Ancona [UNIFESP]
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Introdução: a desnutrição prejudica o prognóstico, aumenta os custos do tratamento e reduz a qualidade de vida de pacientes com câncer. Ambos, tumor e terapia têm efeitos adversos, podendo levar à necessidade de terapia nutricional. Objetivo: avaliar os resultados quanto à adesão, eficiência e eficácia da terapia nutricional protocolada, por meio de suplementação oral e sonda nasoenteral, utilizando-se um algoritmo desenvolvido para crianças e adolescentes com tumores malignos durante o tratamento antineoplásico. Casuística e métodos: tratou-se de um ensaio clínico desenvolvido no Instituto de Oncologia Pediátrica da Universidade Federal de São Paulo. Foram incluídos pacientes com desnutrição leve e grave e idade superior a um ano, de janeiro de 2002 a janeiro de 2004. O principal critério de exclusão foi o uso de corticosteróide. O acompanhamento foi realizado de acordo com um algoritmo. Os desnutridos leves foram randomizados para receberem suplementação oral industrializada ou não industrializada (artesanal), sendo seguidos por três semanas para a 1° reavaliação. Dependendo da resposta no grupo com suplemento industrializado, estes tiveram indicação de sonda ou mantiveram suplementação oral e foram reavaliados nas semanas 8 e 12, segundo os mesmos critérios da semana três. Caso o paciente estivesse eutrófico, a suplementação oral era suspensa. Aqueles com desnutrição leve que receberam suplemento artesanal com resposta positiva permaneceram com a mesma orientação por 8 e 12 semanas e foram reavaliados. Se a resposta foi negativa, os pacientes iniciaram com suplementação oral industrializada. Nos pacientes com desnutrição grave, a resposta negativa indicou a sonda. Porém, se a resposta era positiva, mantinha-se a suplementação industrializada por 8 e 12 semanas, porém se eutrofia, o suplemento era suspenso e o acompanhamento mantido. O suplemento oferecido foi Nutren Jr e Nutren 1.0 para cobrir 45 por cento e 100 por cento das RDAs/kg/dia para suplementação oral e sonda nasoenteral, respectivamente. Orientação dietética padronizada foi realizada concomitantemente. Os indicadores nutricionais utilizados para a avaliação das respostas foram: escore-z de peso para estatura, índice de massa corpórea, prega cutânea triciptal, circunferência do braço e circunferência muscular do braço. Resultados: cento e dezessete pacientes de 141 completaram três semanas de acompanhamento; 58 tinham desnutrição grave e 59 leve. Evolução nutricional positiva foi observada em 41 por cento dos graves, em 97 por cento dos desnutridos leves que receberam suplementação industrializada e em 77 por cento dos que receberam suplemento não industrializado. A suplementação oral industrializada, bem como o grau da gravidade de desnutrição, apresentou associação com a resposta nutricional. Dos 117 pacientes que completaram o estudo, 47 tiveram indicação de sonda; 23 usaram-na e 19 mantiveram a suplementação oral industrializada por se recusarem a utilizar a sonda. O tempo médio de permanência com sonda foi 5.78 :!: 4.99 semanas. Os pacientes que usaram sonda apresentaram um consumo do suplemento industrializado superior ao grupo que se recusou a usá-la e manteve-se com suplemento via oral; o consumo de suplemento com a sonda também foi superior ao período que a antecedeu, comparando-se os mesmos pacientes. O uso de sonda nasoenteral demonstrou evolução nutricional positiva entre as semanas zero até sua última semana de uso, sendo possível observar uma associação positiva significante entre a duração do uso da sonda e os indicadores do estado nutricional. Conclusão: a suplementação oral industrializada foi capaz de minimizar o déficit nutricional, principalmente entre desnutridos leves, sendo a desnutrição grave mais associada com o pior desfecho nutricional. Esses resultados também sugerem que a sonda nasoenteral favoreceu a recuperação nutricional nesse grupo de pacientes, demonstrando que, quanto maior o tempo de uso, melhores são os resultados.
Descrição
Citação
São Paulo: [s.n.], 2006. 156 p.