Avaliação do impacto do parto vaginal sobre a anatomia do músculo esfíncter externo do ânus em primíparas e secudíparas, através da ultra-sonografia endoanal

Abstract

Objetivo: Investigar eventuais alterações anatômicas dos segmentos superior, médio e inferior do canal anal, após parto vaginal não instrumental realizado com episiotomia médio-lateral, por meio da ultra-sonografia endoanal. Casuística e método: comparar trinta mulheres pós-parto vaginal com trinta mulheres submetidas à cesariana após franco trabalho de parto, todas no período de três meses a três anos após o evento. Todas submeteram-se à ultra-sonografia com o uso de transdutor rotatório biplano (corte radial de 355 graus) de alta freqüência (7,5mHz). Utilizados testes estatísticos: t de Student (comparar médias), Qui-Quadrado (analisar tabelas), odds ratios (OR) I intervalo de confiança (CI) 95 por cento e modelo de regressão logística (este aplicado às variáveis significantes). Resultados: houve 11/30 rupturas da parte superficial do músculo esfíncter externo do ânus (grupo parto vaginal), e 0/30 no grupo cesariana (36,6 por cento; p= 0,000). As variáveis clínicas associadas com ruptura foram: ritmo intestinal (p= 0,005; OR 0,22; CI 0,08 - 0,62) e a duração do trabalho de parto (p= 0,013; OR 0,86; CI 0,77 - 0,97). Conclusões: a ultra-sonografia endoanal define lesões do músculo esfíncter externo do ânus no segmento médio do canal anal; o parto vaginal espontâneo associa-se significantemente à ruptura da parte superficial do músculo esfíncter externo do ânus.