Avaliação farmacológica da carqueja(Baccharis trimera) e do cipo-caboclo(Davilla rugosa), duas plantas brasileiras utilizadas popularmente como tônicas, em teste para ação adaptógena

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Data
2005
Autores
Mendes, Fúlvio Rieli [UNIFESP]
Orientadores
Carlini, Elisaldo Araujo [UNIFESP]
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
O termo adaptógeno foi criado por Lazarev para classificar substâncias capazes de induzir um aumento não específico da resistência do organismo frente a fatores estressantes de diferentes naturezas. Além disto, prega-se que um adaptógeno poderia aumentar as condições de saúde, melhorando a qualidade de vida, as funções cognitivas e aumentando o desempenho físico e sexual. Apesar de algumas dúvidas, se os adaptógenos poderiam agir em indivíduos saudáveis, a literatura aponta estudos em humanos tanto com resultados positivos como negativos. Os mecanismos de ação pelos quais os adaptógenos agem não estão claros, mas parece que seus efeitos ocorrem por meio de um conjunto de ações, incluindo modulação do eixo HPA e do sistema imunológico, aumento da síntese protéica, da atividade da hexoquinase e ação antioxidante. Entre as principais plantas utilizadas como adaptógenas, devem ser citadas o Panax ginseng, a Ginkgo biloba e o Eleutherococcus senticosus. No Brasil, o termo adaptógeno é pouco conhecido, porém a população faz uso de diversas expressões que lembram as características englobadas por um adaptógeno, como tônico, antiestresse, afrodisíaco, bom para a memória, entre tantos outros. Um levantamento realizado na literatura popular apontou um grande número de plantas com as indicações acima. Para este estudo foram selecionadas duas espécies bastante citadas e que não possuem estudos científicos relacionados com o efeito-alvo desta pesquisa: Baccharis trimera (BT) e Davilla rugosa (DR) - respectivamente chamadas pela população de carqueja e cipó-caboclo. Inicialmente, preparou-se o extrato hidroalcoólico (EHA) das partes aéreas das duas plantas e foi realizada a prospecção fitoquímica com eles, indicando a presença de flavonóides, cumarinas, saponinas, polifenóis / taninos para ambos os extratos. Lignanas foram identificadas apenas no extrato de BT. Outras classes fitoquímicas não foram detectadas ou pesquisadas. Os EHA foram administrados agudamente em camundongos para realização de um "screenig" e verificação da toxicidade. As duas plantas apresentaram baixa toxicidade por via oral, no entanto os extratos de DR e BT mostraram moderada toxicidade para a via ip. A administração oral dos EHA não alterou a coordenação motora, tempo de sono e atividade locomotora de camundongos nem induziu alterações significativas no consumo de água e alimento ou excreção de fezes e urina de ratos avaliados em gaiolas metabólicas. Para avaliar o potencial adaptógeno das duas plantas, foram utilizados testes bioquímicos e comportamentais relacionados com efeitos antiestresse, sobre a resistência física, cognição e ação afrodisíaca. As duas plantas não mostraram resultados positivos nos testes de memória e aprendizagem em ratos idosos, após administração aguda (esquiva passiva) ou crônica por quatro meses (labirinto em T). Entretanto, o teste da esquiva foi comprometido pelo desempenho não esperado dos animais controle idosos, que não diferiram estatisticamente dos controles jovens. O efeito da DR foi também avaliado em camundongos tratados por 70 dias e submetidos á esquiva passiva sob efeito de escopolamina. Não houve melhora do desempenho dos animais tratados nesse modelo. Em relação ao teste de resistência física, foram utilizados camundongos jovens administrados diariamente com BT ou DR e avaliados aos 21 e 45 dias de tratamento. Estes animais foram submetidos ao exercício físico forçado em esteira (30 minutos)e, em seguida, avaliados quanto à coordenação motora, força e atividade locomotora…(au).
Descrição
Citação
São Paulo: [s.n.], 2005. 173 p.