Avaliação dos fatores determinantes do tamanho do enxerto no transplante renal de doador criança

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Data
2004
Autores
Feltran, Luciana de Santis [UNIFESP]
Orientadores
Pacheco-Silva, Alvaro [UNIFESP]
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Introdução: Rins provenientes de doadores crianças representam parcela significativa dos doadores cadáveres. Apresentam características próprias e bastante eficientes de adaptação ao organismo receptor. Um melhor conhecimento das particularidades desses rins pode trazer informações que permitam criar estratégias para seu melhor aproveitamento Objetivos: Esse trabalho visa verificar o tamanho do enxerto de pacientes transplantados com rim de doador pediátrico e identificar fatores responsáveis pelo tamanho atingido por esses rins. Além disso, visa procurar relações entre tamanho do rim pediátrico transplantado e sua função. Métodos: 162 transplantes renais com doador cadáver menor de 16 anos, realizados no período de 1978 à 2001, na Escola Paulista de Medicina-UNIFESP, há mais de 6 meses, foram selecionados, dos quais 77 tiveram o enxerto renal medido por ultrassonografia e a função renal avaliada por "clearance" de creatinina estimado, dosagem de RBP e proteína urinária. Os fatores tidos como possíveis influenciadores do volume atingido pelo enxerto foram analisados através de análise bivariada (teste t ou correlação de Pearson) seguida de análise multivariada. Resultados: Após o transplante, os rins apresentaram as seguintes variações de medidas: diâmetro longitudinal 10,61 ± 1,13 cm, diâmetro transversal 4,67 t 0,84 cm e diâmetro ântero-posterior 4,76 t 0,99 cm. 0 volume renal variou de 47,52 a 271,10 cm 3, com média de 126,62 t 47,76 cm3. Idade e gênero do receptor foram os fatores que significantemente influenciaram o volume de rim de doador criança a longo prazo. Assim sendo, rins de crianças atingiram volumes maiores quando transplantados em indivíduos adultos e do sexo masculino. Rins de maior volume apresentaram significantemente mais proteinúria. Não houve diferença estatística nos valores de "clearance" de creatinina ou RBP urinária entre rins de tamanhos diferentes. Discussão: No processo de adaptação do rim transplantado ao receptor, os rins passam por hipertrofia compensatória e em geral aumentam de volume. Esse fenômeno é importante mas pode ser lesivo se ocorrer em excesso, por gerar hiperfiltração e menor sobrevida do enxerto. Transplantar rins de criança em indivíduos com menor tamanho corporal(crianças) pode evitar sobrecarga ao enxerto e ser uma estratégia para utilização desses rins. Conclusões: O tamanho do receptor (idade e gênero) é o principal fator responsável pelo volume que rins provenientes de doadores pediátricos atingem após o transplante. Os mecanismos implicados no aumento de tamanho do rim não são ainda conhecidos, e estão em discussão na literatura. O volume atingido por esses rins não demonstrou ter relação com a função glomerular ou tubular do órgão, medidos por “clarance” de creatinina e RBP, respectivamente. Entretanto, rins de maior volume apresentaram significantemente mais proteína.
Descrição
Citação
São Paulo: [s.n.], 2004. 86 p.