Atualização sobre o tratamento neurocirúrgico do transtorno obsessivo-compulsivo

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Data
2004-03-01
Autores
Lopes, Antonio Carlos [UNIFESP]
Mathis, Maria Eugênia de
Canteras, Miguel Montes
Salvajoli, João Victor
Porto, Jose Alberto Del [UNIFESP]
Miguel, Euripedes Constantino
Orientadores
Tipo
Artigo
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Resumo
Responses to pharmacotherapy and psychotherapy in obsessive-compulsive disorder (OCD) range from 60 to 80% of cases. However, a subset of OCD patients do not respond to adequately conducted treatment trials, leading to severe psychosocial impairment. Stereotactic surgery can be indicated then as the last resource. Five surgical techniques are available, with the following rates of global post-operative improvement: anterior capsulotomy (38-100%); anterior cingulotomy (27-57%); subcaudate tractotomy (33-67%); limbic leucotomy (61-69%), and central lateral thalamotomy/anterior medial pallidotomy (62.5%). The first technique can be conducted as a standard neurosurgery, as radiosurgery or as deep brain stimulation. In the standard neurosurgery neural circuits are interrupted by radiofrequency. In radiosurgery, an actinic lesion is provoked without opening the brain. Deep brain stimulation consists on implanting electrodes which are activated by stimulators. Literature reports a relatively low prevalence of adverse events and complications. Neuropsychological and personality changes are rarely reported. However, there is a lack of randomized controlled trials to prove efficacy and adverse events/complication issues among these surgical procedures. Concluding, there is a recent development in the neurosurgeries for severe psychiatric disorders in the direction of making them more efficacious and safer. These surgeries, when correctly indicated, can profoundly alleviate the suffering of severe OCD patients.
O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) responde aos tratamentos habituais (fármacos e psicoterapia) em cerca de 60 a 80% dos casos. Existe, assim, uma parcela de pacientes resistente aos tratamentos usuais, mesmo que adequadamente conduzidos, com grave prejuízo psicossocial. Nestas situações, a neurocirurgia pode ser indicada. Existem cinco técnicas cirúrgicas disponíveis, com as seguintes taxas de melhora global pós-operatória: capsulotomia anterior (38 a 100%); cingulotomia anterior (27 a 57%); tractotomia subcaudado (33 a 67%); leucotomia límbica (61 a 69%) e talamotomia central lateral com palidotomia anteromedial (62,5%). A capsulotomia anterior pode ser realizada através de diferentes técnicas: neurocirurgia padrão, radiocirurgia ou estimulação cerebral profunda. Na neurocirurgia padrão, circuitos neurais são interrompidos por radiofreqüência via trepanação no crânio. Na radiocirurgia, uma lesão actínica é induzida sem a necessidade de abertura do crânio. A estimulação cerebral profunda consiste na implantação de eletrodos ativados a partir de estimuladores. A literatura indica taxas relativamente baixas de eventos adversos e complicações, sendo raramente descritas alterações neuropsicológicas e de personalidade. Cumpre ressaltar, no entanto, a falta de ensaios clínicos randomizados que comprovem a eficácia e investiguem os eventos adversos ou complicações dos procedimentos cirúrgicos acima mencionados. Concluindo, há um recente aprimoramento das neurocirurgias dos transtornos psiquiátricos graves no sentido de torná-las cada vez mais eficazes e seguras. Estas cirurgias, quando adequadamente indicadas, podem trazer alívio substancial ao sofrimento de pacientes com TOC grave.
Descrição
Citação
Revista Brasileira de Psiquiatria. Associação Brasileira de Psiquiatria - ABP, v. 26, n. 1, p. 62-66, 2004.
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