O desfecho da gravidez Rh- sensibilizada avaliada pela espectrofotometria do líquido amniótico e pela doppervelocimetria da artéria cerebral média
Data
2004
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Objetivos: Este trabalho tem como proposição confrontar os resultados perinatais do apuro da anemia fetal pela espectrofotometria do líquido amniótico com o da Dopplervelocimetria da artéria cerebral média. Método: observacional descritivo com grupo de comparação. Nosso grupo de estudo foi constituído por 291 pacientes, avaliadas no período de janeiro de 1995 a janeiro de 2004. Foram analisados e comparados três grupos: 74 gestantes sensibilizadas pelo fator Rh cuja anemia fetal foi acompanhada pela espectrofotometria (grupo SE); 25 gestantes sensibilizadas pelo fator Rh cuja anemia fetal foi acompanhada pela Dopplervelocimetria (grupo SD) e 191 gestantes Rh negativo não sensibilizadas (controle, grupo NS). Avaliamos parâmetros relativos à gestação e ao neonato, como: alterações ultra-sonográficas no acompanhamento pré-natal, transfusão intra-uterina durante a gestação, via de parto, idade gestacional, peso ao nascimento, índice de Apgar no quinto minuto, transfusão no recém nascido, hematócrito do recém-nado, tempo de internação, natimortos e óbito neonatal intra-hospitalar. Resultados: No grupo SE apuramos que as alterações ecográficas são mais assíduas que as encontradiças no grupo SD. A transfusão intrauterina foi estatisticamente igual nos dois grupos estudos (SE e SD). Indicamos o parto cesáreo em 66 por cento dos casos nas gestantes sensibilizadas (S), intervenção esta maior que a observada no grupo controle (NS), onde a percentagem foi 44 por cento. No entanto, no grupo SE, bem como no grupo SD, apresentaram igual freqüência de tomotocia. Nas gestantes que não apresentavam anticorpos anti-eritrocitários (NS), os pré-termos chegam a 7 por cento, enquanto no grupo S, mostrou número acentuado de conceptos abaixo de 37 semanas (39 por cento). Além da prematuridade, nosso trabalho mostrou que 31 por cento do recém-nados pesavam menos que 2.500g, enquanto no grupo controle (grupo NS) representava apenas 7 por cento. O índice de Apgar no quinto minuto foi menor nos recém-nascidos do grupo S, quando comparado com oriundos de parturientes sem esta patologia (NS). Ressalta-se, contudo, que nos grupos SE e SD os valores do Apgar não foram estatisticamente diferentes. A necessidade de transfusão sangüínea no período neonatal foi maior quando o acompanhamento a anemia fetal foi apurada pela espectrofotometria (grupo SE). Outro fator relevante foi o hematócrito nos recém-nados e observamos níveis mais elevados no grupo SD quando comparadas com o grupo SE. No entanto, estes dois fatores assinalados (hematócrito e a necessidade de transfusão sanguínea) não modificaram o tempo de internação no berçário dos conceptos de gestantes sensibilizadas dos dois diferentes protocolos (SE e SD). A maneira pela qual acompanhamos a anemia quer seja através da espectrofotometria, quer pela Dopplervelocimetria, não alteraram os índices de natimortalidade e de óbito neonatal precoce. Conclusões: As alterações ultra-sonográficas foram detectadas em dobro quando a anemia foi avaliada pela espectrofotometria em comparação com o grupo seguido pela Dopplervelocimetria. O acompanhamento pelos dois métodos diagnósticos não modificou o número de indicações de terapia invasiva da transfusão intra-uterina e a incidência de parto cesáreo também foram a mesma para os dois grupos de estudo, da ordem de 65 por cento. Cerca de 40 por cento dos conceptos eram pré-termos e um terço dos infantes pesavam menos que 2500g, nos dois grupos de estudo; o índice de Apgar mostrou-se de valor preditivo importante no prognóstico neonatal precoce na sensibilização pelo fator Rh. O neonato foi mais resguardado quando o acompanhamento da anemia pré-natal se fez pela Dopplervelocimetria, pois exibiu hematócrito mais elevado e menor necessidade de transfusão neonatal. A maneira pela qual acompanhamos a anemia, ou pela espectrofotometria, ou pela Dopplervelocimetria, não alterou a natimortalidade ou o decesso neonatal intra-hospitalar.
Descrição
Citação
São Paulo: [s.n.], 2004. 99 p.