A necessidade de cuidados intensivos em obstetrícia

Date
2003Author
Viggiano, Marcello Braga [UNIFESP]
Advisor
Camano, Luiz [UNIFESP]Type
Dissertação de mestradoMetadata
Show full item recordAlternative Title
The necessity of intensive care in obstretricsAbstract
Objetivos: Avaliar aspectos epidemiologicos e parturitivos de gestantes e puerperas transferidas para unidades de terapia intensiva (UTI's), e sobretudo analisar a frequencia com que estas pacientes necessitam de cuidados intensivos. Pacientes e Metodo: Estudo observacional e descritivo das transferencias obstetricas do Hospital Materno Infantil de Goiania - GO para UTI's, entre janeiro de 1999 e dezembro de 2001, incluindo as seguintes variaveis: idade materna, paridade, indicacoes obstetricas e nao-obstetricas para as transferencias, momento em que estas ocorrem no ciclo gravidico-puerperal, tipo de parto, desfecho materno, e frequencia com que estas transferencias ocorrem em relacao ao numero total de partos (Razao de Morte Iminente - RMI), e em relacao a outros eventos obstetricos (Near-Miss Mortality - NMM - de Fitzpatrick et al, 1992). A analise estatistica foi realizada pelo teste do x2 ou teste exato de Fisher, com nivel de significancia fixado em 5 por cento. Resultados: No periodo estudado de 36 meses, ocorreram 86 transferencias maternas em 4.560 partos. Entre as pacientes transferidas, 52,33 por cento (n = 45) eram nuliparas com idade entre 19 e 35 anos (73,26 por cento). As sindromes hipertensivas representaram 57,75 por cento (n = 41) das indicacoes e as sindromes hemorragicas 19,72 por cento (n = 14). Eclampsia (n = 23), sindrome HELLP (n = 13) e descolamento prematura da placenta normalmente inserida (n = 5) foram as causas obstetricas mais prevalentes na determinacao destas transferencias. As cardiopatias maternas somaram 4 casos entre as indicacoes nao-obstetricas. Houve predominio das transferencias puerperais (82,35 por cento). Cinquenta e cinco pacientes (72,37 por cento) tiveram seus partos realizados atraves de cesarianas. O tempo medio de internacao nas UTI's foi 5,07 dias. A mortalidade materna encontrada neste estudo correspondeu a 24,29 por cento, sendo que as sindromes hipertensivas foram responsaveis por 52,94 por cento (9/17) das mortes obstetricas diretas. Nao houve diferenca estatisticamente significante (p = 0,81) entre os decessos maternos e suas causas (sindromes hipertensivas, hemorragicas, infecciosas ou outras) ou entre mortalidade materna e duracao da internacao (< ou > 48 horas) nas UTI's (p = 0,08). A RMI encontrada foi de 18,8/1.000 partos e NMM de 10,8/1.000. Conclusoes: Nesta serie de casos contendo 86 pacientes, a necessidade de cuidados intensivos estimada pela RMI foi de 18,8/1.000 partos, sendo que as sindromes hipertensivas induzidas pela gestacao foram responsaveis pela maioria das indicacoes para as transferencias maternas. A observacao clinica, desta populacao obstetrica especifica, implica na definicao da qualidade assistencial destes casos graves e auxilia na projecao de estimativas de morbi-mortalidade materna
Citation
São Paulo: [s.n.], 2003. 83 p.Keywords
Terapia intensivaUnidades de terapia intensiva
Mortalidade materna
Intensive care
Intensive care units
Maternal mMortality