Uso de betabloqueadores na fase hospitalar do infarto agudo do miocárdio: análise do período 1990-1994

Data
1997
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Este estudo retrospectivo foi realizado para avaliar a utilizacao de betabloqueadores em pacientes com infarto agudo do miocardio (IAM). Pesquisamos os prontuarios de 523 pacientes admitidos com diagnostico de IAM no Hospital São Paulo - Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina, no periodo de 1o de janeiro de 1990 a 31 de dezembro de 1994. Excluimos do estudo 49 pacientes que fizeram uso minimo de betabloqueador a internacao e interromperam o seu uso em menos de 24 horas. Foram avaliados 474 pacientes, divididos em dois grupos - grupo 1 (com betabloqueadores): pacientes que fizeram uso de betabloqueadores (metoprolol endovenoso e/ou propranolol via oral) na fase hospitalar do IAM; 271 pacientes pertenceram a este grupo e todos foram admitidos nas escalas I ou II de Killip; grupo 2 (sem betabloqueadores): constituido de 203 pacientes que nao utilizaram betabloqueadores na fase aguda do IAM; sendo 149 admitidos nas escalas de Killip I ou II, e 54 pacientes admitidos nas escalas III ou IV. A mortalidade hospitalar de todos os pacientes foi de 14,55% (69 obitos/474 pacientes). A mortalidade nos pacientes com menos de 65 anos foi de 7,28% contra 29,11% (p < 0,0001 *) naqueles com mais de 65 anos. No sexo masculino, a mortalidade foi de 8,95% (28 obitos/313 pacientes) e de 25,47% (41 obitos/161 pacientes) no feminino; p < 0,0001*. A mortalidade nas escalas I e II de Killip foi de 6,67% (28 obitos/420 pacientes) e de 75,92% nas escalas III e IV (41 obitos/54 pacientes); p < 0,0001 *. O uso da terapia trombolitica ocorreu em 49,8% dos pacientes; a mortalidade observada foi de 10,17% (24/236) naqueles pacientes que a utilizaram contra uma taxa de mortalidade de 18,91% (45/238) nos pacientes sem uso de tromboliticos (p = 0,0103 *). A maior parte dos pacientes (57,17%) fez uso de betabloqueadores. Em 74,17% dos pacientes, os betabloqueadores foram administrados nas primeiras 24 horas e mantidos ate a alta hospitalar. Receberam betabloqueadores via endovenosa 20,04% (95/474) de todos pacientes. Em 25,83% dos casos, a droga foi interrompida e as razoes mais frequentes foram insufiCiência: cardiaca congestiva leve a moderada (25,0%), nenhum motivo justificavel (23,7%), pacientes encaminhados para angioplastia transluminal coronaria (19,7%) e cirurgia de revascularizacao miocardica (13,2%). InsufiCiência cardiaca congestiva severa/edema agudo de pulmao e bradiarritmias ocorreram em 10,5% e 5,3%, enquanto em 1,3 % dos casos houve hipotensao arterial e broncoespasmo. Para avaliar a mortalidade com ou sem betabloqueadores, comparamos 420 pacientes nos dois grupos admitidos nas escalas de Killip I ou II. Encontramos uma mortalidade no grupo betabloqueador de 2,95% (8/271) contra 13,42% (20/149) no grupo sem betabloqueador; p = 0,0001*. A associacao de betabloqueadores e tromboliticos esteve relacionada a mortalidade de 1,95% (3/154) contra 4,27% (5/117) no grupo sem trombolise; (p = 0,4484). Os betabloqueadores administrados em pacientes selecionados com IAM, por via endovenosa, a admissao hospitalar, seguido de betabloqueadores por via oral, demonstraram ser uma terapeutica segura. O uso de betabloqueadores provoca reducao de mortalidade na fase hospitalar do IAM, com significado estatistico. Associado ao trombolitico, parece ser uma boa opcao terapeutica coadjuvante com efeito benefico aditivo na sobrevida desses pacientes, mas sem significancia estatistica
Descrição
Citação
São Paulo: [s.n.], 1997. 117 p.