Distribuição e papel da gordura corporal em pacientes com síndrome de Turner e sua interação com outros fatores de risco para doença cardiovascular: estudo para validação de métodos clínicos antropométricos e bioimpedanciometria
Data
2009
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
INTRODUÇÃO: A síndrome de Turner (ST) é uma doença genética definida pela presença de um cromossomo X íntegro e deleção completa ou parcial do segundo cromossomo sexual em paciente fenotipicamente feminino, com uma ou mais características clínicas atribuídas à síndrome. Baixa estatura, insuficiência gonadal, auto-imunidade tireoidiana, alterações congênitas renais e cardiovasculares, alterações auditivas, oculares e ortopédicas fazem parte do quadro clínico da síndrome. Na ST, a doença cardiovascular (DCV) é a principal causa de mortalidade por complicações na aorta e por doença cardíaca aterosclerótica. Diabetes e hipertensão arterial sistêmica (HAS), fatores de risco para DCV, são também mais prevalentes com mecanismos fisiopatológicos próprios. A caracterização do perfil lipídico e a relação da obesidade e gordura corporal na ST estão menos claras. Em populações sem ST, medidas antropométricas como a cintura e índices simples, como o índice de massa corporal (IMC), identificam indivíduos sob maior risco de ter DCV. Porém, devido às proporções corporais próprias das mulheres com ST, é inadequado extrapolar diretamente estas medidas validadas para outros grupos populacionais para as pacientes com a síndrome. Da mesma forma, é impróprio utilizar métodos indiretos de quantificação de gordura corporal como a bioimpedanciometria sem um estudo de validação do método numa população com ST. Neste método, a utilização do corpo humano como um condutor elétrico e a consequente obtenção de sua impedância (resistência e reactância) permite, com fórmulas matemáticas, predizer a massa magra e de gordura da população para a qual foi validada. PACIENTES, MATERIAIS E MÉTODOS: Cinquenta pacientes adultas com ST foram avaliadas com coletas de história clínica e exame físico (peso, estatura, níveis pressóricos, cintura), dosagens de lipídios, insulina e glicemia basais e, após 75g de dextrose oral, densitometria, para composição corporal e bioimpedanciometria para obtenção da resistência e reatância. Os dados antropométricos colhidos e os índices gerados a partir deles (IMC, cintura e relação cintura-para-estatura) foram correlacionados com as dosagens bioquímicas e os dados da composição corporal. Estes últimos, juntamente com peso, altura, resistência e reatância, foram também utilizados para o estudo de elaboração de uma fórmula matemática por regressão linear múltipla para predizer a composição corporal por bioimpedanciometria, específica para mulheres com ST. RESULTADOS: A análise dos parâmetros bioquímicos e antropométricos e da composição corporal por densitometria definiu que no subgrupo de pacientes com HAS todas as medidas antropométricas, índices estudados e percentuais de gordura corporal foram superiores aos das demais pacientes. Definiu também que os coeficientes de correlação entre níveis pressóricos sistólicos e diastólicos, insulinemia basal e percentual de gordura disposto no abdome e tronco foram maiores para a cintura e relação cintura-para-estatura do que para o IMC. Através de regressão linear múltipla, foi possível desenvolver uma equação específica para predição das massas corporais magra e gorda na síndrome de Turner. CONCLUSÃO: A partir deste estudo conclui-se que, em mulheres com ST, a cintura e a relação cintura-para-estatura correlacionam-se melhor que o IMC na avaliação de fatores de risco para DCV, que a presença de hipertensão distingue estas pacientes quanto à idade, cintura, IMC, relação cintura-para-estatura e percentuais de gordura corporal e que é possível predizer a composição corporal utilizando a bioimpedanciometria criando-se uma equação específica para esta população..
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São Paulo: [s.n.], 2009. 115 p.