Navegando por Palavras-chave "decolonialidade"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Decolonialidade e Educação de Jovens e Adultos: uma agenda de enfrentamento da colonialidade potencializada pelo letramento digital(Universidade Federal de São Paulo, 2023-12-15) Joaquim, Bruno dos Santos [Unifesp]; Pesce, Lucila Maria; http://lattes.cnpq.br/4867232275873194; http://lattes.cnpq.br/0296714190666902A presente tese tem por objetivo analisar as possíveis contribuições teóricas das perspectivas decoloniais para potencializar a Educação Jovens e Adultos (EJA) escolar, suportada pelo letramento digital, em face do enfrentamento da colonialidade do saber. Do ponto de vista metodológico, a pesquisa configura-se como um ensaio teórico-conceitual baseado nos saberes de experiência advindos da minha trajetória como docente, coordenador e pesquisador da EJA e tendo como pano fundo os Centros Estaduais de Educação de Jovens e Adultos (CEEJA), unidades escolares do estado de São Paulo dedicadas exclusivamente à modalidade. O marco teórico de referência ergue-se em meio à intersecção de três campos de pesquisa: a) os estudos decoloniais, com foco na pedagogia decolonial, que alicerça a construção teórico-reflexiva de toda a pesquisa; b) o campo da educação de jovens e adultos, com destaque para a compreensão das condições dos seus sujeitos, subalternizados pela colonialidade, pelo capitalismo e pelo cisheteropatriarcado, e para a filosofia da educação ao longo da vida; c) os estudos sobre linguagem hipermídia, colonialismo digital e letramento digital, este último analisado a partir de uma perspectiva sociocultural e crítica. Os indícios teóricos demonstram que da intersecção desses campos emana um grande potencial para se pensar a transgressão da colonialidade do saber no contexto de EJA escolar. Este diálogo subsidiou a proposta ora apresentada de uma agenda insurgente composta por seis programas de descolonização da EJA escolar, suportados e potencializados pelo letramento digital: a) decolonizar a narrativa dominante sobre a EJA; b) decolonizar a produção do saber no interior da EJA; c) decolonizar a linguagem na EJA; d) decolonizar a didática na EJA; e) decolonizar o espaço e o tempo da EJA; f) construir uma EJA antirracista, anticapitalista e anticisheteropatriarcal. Considera-se que o letramento digital pode potencializar e suportar essa agenda, pois é essencial para o pleno exercício da cidadania na sociedade em rede, possibilitando o ativismo político, a resistência à colonialidade do saber e o acesso à produção cultural e científica global, de modo a viabilizar o diálogo intercultural em todos os ciclos de vida.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Volta ao mundo com o Projeto Bantu: a capoeira angola como instrumento de emancipação de jovens africanos refugiados na Austrália(Universidade Federal de São Paulo, 2022-05-22) Teixeira, Mariana [UNIFESP]; Vieira, Cleber; http://lattes.cnpq.br/6363945865784406; http://lattes.cnpq.br/9461161086279541Este trabalho investiga como a capoeira angola se conecta aos jovens africanos refugiados que participaram do Projeto Bantu realizado pelo mestre Roxinho em escolas na Austrália entre 2007 e 2020. O objetivo da pesquisa é entender como a capoeira angola colabora na emancipação desses sujeitos marcados pela violência colonial. A capoeira angola aqui é analisada através de seus elementos africanos e afrodiaspóricos – o ser mestre, a ginga, a roda, o autoconhecimento – e entendida como uma epistemologia decolonial negro-africana cujos princípios se conectam, de diferentes maneiras, aos jovens fora de seu continente natal. Compreendida dentro do espectro do projeto decolonial, a capoeira angola – subalternizada pela colonialidade – constitui uma epistemologia que prevê um corpo produtor de ciência e saberes, um eu incorporado ao coletivo capaz de emancipação e uma existência pautada pela pluriversalidade. Tudo isso coordenado ao processo de ‘ser mestre’ do mestre Roxinho e à prática educativa do Projeto Bantu. A pesquisa se debruça sobre depoimentos e entrevistas dos jovens participantes do Projeto Bantu e as ações desenvolvidas pelo mestre Roxinho e a sua equipe na Austrália. A escolha por esse objeto de estudo está ligada à sua visão da capoeira como uma prática afrodiaspórica relacionada às tradições centro-africanas banto. A capoeira angola não só é um instrumento transformador do ser humano, mas de uma humanidade que foi historicamente, filosoficamente e ontologicamente destruída. Ela tem poder transformador não somente do indivíduo, mas das comunidades da qual faz parte, inclusive, a da comunidade científica. A cultura e história afrodiaspórica da capoeira angola associada às origens dos centro-africanos – entendido através do complexo linguístico chamado de banto ocidental – compõem uma episteme que incorpora valores africanos e cujas bases filosóficas partem de aspectos rebeldes e transgressores do paradigma moderno eurocentrado e, por isso, facilitam a esses jovens um encontro identitário com paradigmas que lhes são próprios e que por séculos vem sendo inferiorizados e tidos como um não saber, uma não civilização e uma não forma de existir. Para tal, a presente tese desenvolve os conceitos: racionalidade do aú, educação angoleira, emancipação afrorreferenciada e ciência quilombista.