Navegando por Palavras-chave "Maconha"
Agora exibindo 1 - 10 de 10
Resultados por página
Opções de Ordenação
- ItemAcesso aberto (Open Access)Características sociodemográficas e perfis de uso de maconha entre brasileiros(Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), 2019-09-26) Morais, Paulo Rogerio [UNIFESP]; Silveira Filho, Dartiu Xavier Da [UNIFESP]; Fidalgo, Thiago Marquês; http://lattes.cnpq.br/2125056709432095; http://lattes.cnpq.br/0876669702022083; http://lattes.cnpq.br/2440046189560841; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)To increase the knowledge concerning the sociodemographic characteristics, quality of life and mental health of people living in Brazil who use marijuana at least four timeper month.Methods: through advertisements on the Facebook virtual social network, 9499 individuals were recruited who agreed to participate in the survey and answered the questionnaires and scales arranged in online forms.After the electronic data capture and application of exclusion criteria, data adherence to normal distribution was verified with the Kolmogorov-Smirnov test.Participants were then allocated into three subgroups based on their reported frequency of cannabis use: ―nonusers‖ (never used or just tried); ―Occasional users‖ (up to four times a month), ―regular users‖ (between two and three times a week) and ―frequent users‖ (four or more times a week) and descriptive measures were calculated based on these subgroups. The Cramer‘s coefficient (V) was used to verify the association between the frequency of cannabis use with categorical variables, and the Kruskal-Wallis test was used to verify the association between the frequency of cannabis use with numerical variables.To verify the factors associated with the frequency of marijuana use and to estimate the magnitudes of these associations, logistic regression analyzes were performed.A significance level of 0.05 was adopted at all analyzes.Results: the analyzed sample consisted of 7850 adults (mean ± SD of 23.9 ± 7.4 years), with predominance of frequent marijuana users (60.2%), men (70.4%), living in the South, Southeast or Midwest regions (80.3%), without children (84.0%), with some religion (62.9%), working (52.8%) and higher education (56 , 5%).Significant differences were detected between non-users and user groups concerning to sociodemographic characteristics (more women, more religious, lower proportion of paid work and higher proportion of students among non-users), involvement with other drugs (experimentation and past month use, except for opiates), quality of life (worse quality of life for non-users, except in the environmental dimension) and presence of psychiatric symptoms (higher prevalence of possible cases of anxiety and depression among non-users).Conclusion: the present study gathered information about the sociodemographic characteristics, the cannabis and other drugs use, quality of life, and mental health in a sample of heavy cannabis users. Despite the limitations that are discussed, the results reveal that even a heavy pattern of cannabis use is not necessarily associated with lower quality xviii of life or with the presence of psychiatric symptoms when compared to nonusers. Studies with more robust designs are needed to better understand the relationship between frequent cannabis use with the quality of life and the mental health of Brazilian adults.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Correlates of substance use during adolescent pregnancy in São Paulo, Brazil(Associação Brasileira de Psiquiatria - ABP, 2010-03-01) Bessa, Marco Antonio [UNIFESP]; Mitsuhiro, Sandro Sendin [UNIFESP]; Chalem, Elisa [UNIFESP]; Barros, Marina Carvalho de Moraes [UNIFESP]; Guinsburg, Ruth [UNIFESP]; Laranjeira, Ronaldo [UNIFESP]; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP); Mário de Moraes Altenfelder Silva Maternity HospitalOBJECTIVE: To investigate the association of cocaine and marijuana use during adolescent pregnancy in São Paulo-SP, Brazil, with psychiatric disorders, social status and sexual history. METHOD: One thousand pregnant adolescents were assessed by using the Composite International Diagnostic Interview, and sociodemographic and socio-economic questionnaire at the obstetric center of a public hospital in São Paulo. Hair samples were collected for analysis. RESULTS: The following data were associated with cocaine and/or marijuana use during the third trimester of the pregnancy: being younger than 14 years of age, having a history of more than 3 sexual partners, and having psychiatric disorders, specifically, bipolar disorder, post-traumatic stress disorder, and somatoform disorder. CONCLUSION: In early adolescence pregnancy, having 3 or more sexual partners in life for this population is significantly associated with the use of cocaine or marijuana during gestation. This association suggests that specific intervention programs should target these young women.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Da proibição aos usos terapêuticos da maconha: um diálogo livre entre a literatura convencional e não-convencional sobre o tema(Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), 2020-08-14) Soncini, Fernanda [UNIFESP]; Surjus, Luciana Togni de Lima e Silva [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/8786999221233177; http://lattes.cnpq.br/5814251737166655; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Este trabalho se propôs a fazer uma revisão bibliográfica da literatura convencional e não convencional acerca dos interesses e motivações que levaram à proibição dos usos da maconha e tambèm à retomada do debate e das pesquisas dos usos e potenciais terapêuticos da planta. O uso da literatura convencional e não convencional buscou a tessitura de um diálogo livre e diverso das perspectivas históricas, sociais, culturais, econômicas, políticas, jurídicas e biomédicas sobre os diversos usos da maconha pelas populações.
- ItemRestritoDesestigmatizando a maconha: divulgação científica através da produção de audiovisuais(Universidade Federal de São Paulo, 2022-01-24) Coqueiro, Luiza Francisco Uchôa [UNIFESP]; Rodrigues, Eliana [UNIFESP]; Bianco, André Amaral Gonçalves [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/1848716002041734; http://lattes.cnpq.br/2830288889321370; http://lattes.cnpq.br/6873752643620175A divulgação científica tem um importante papel no estabelecimento da transposição didática do conhecimento científico para a sociedade, permitindo que o público em geral se aproprie de informações científicas necessárias ao debate crítico e reflexivo sobre questões complexas e de seu interesse. Uma forma de realizar essa divulgação é por meio de produtos audiovisuais, que devido ao seu dinamismo e objetividade, demonstra grande potencial de alcance. O presente trabalho tem como objetivo produzir o quinto episódio da minissérie “Maconha através do tempo”, que apresenta informações a respeito do uso da maconha com fins terapêuticos, tendo como protagonista o Padre Ticão e como sua militância vem contribuindo para democratizar o acesso ao conhecimento científico por meio do Curso da Cannabis Medicinal. O público alvo do vídeo são jovens e adultos e a sua duração será de aproximadamente 45 minutos. Esperamos que com essa produção possamos incluir a sociedade no debate de um tema tão estigmatizado nos dias atuais.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Do pito do pango à criminalização: pessoas negras podem usar maconha para seu bem-estar?(Universidade Federal de São Paulo, 2023-07-07) Nunes, Douglas Martins [UNIFESP]; Surjus, Luciana Togni de Lima e Silva [UNIFESP]; Souza, Tadeu de Paula; http://lattes.cnpq.br/9097512115715636; http://lattes.cnpq.br/8786999221233177; http://lattes.cnpq.br/0095027818523468; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Introdução: O Brasil é um país fundado a partir do tráfico negreiro e da posterior criminalização de corpos negros e indígenas. O Estado, por meio de políticas criminalizadoras, se encarrega em ditar quais espaços o corpo negro deve ocupar, promungando leis, desde do periodo colonial, que estigmatizaram ritos da cultura afro-brasileira, como a capoeira, os cultos religiosos e o consumo de maconha. Com objetivo de higienismo social e embranquecimento populacional, o encarceramento em massa, fruto de políticas como a falsa guerra as drogas, alia-se à necropolitica, efetivando-se de modo a operar propostas que eliminem manifestações do corpo negro. A legalização da maconha tem ganhado centralidade no debate internacional e têm evidenciado a desproporção da incidência da guerra às drogas sobre algumas populações específicas, alertando para a necessidade de que se incluam medidas de reparação social e de promoção da equidade, de modo que tais populações possam ser preferencialmente incluídas nos potenciais benefícios desse processo. Objetivo: Produzir elementos para evidenciar possíveis atravessamentos do racismo na experiência do uso de maconha por pessoas negras, identificando o perfil socioeconômico de pessoas negras dentre aquelas que fazem uso de maconha para promoção do bem-estar, verificando se há diferenças nos usos da maconha para o bem-estar, em se tratando de populações racializadas, e se há diferenças significativas nos riscos do uso e da proibição da maconha entre homens e mulheres, negros/as e brancos/as. Método: Foi realizado um estudo quantitativo transversal e exploratório, a partir de dados secundários de pesquisa anteriormente realizada, contemplando no presente estudo 2685 respondentes. Na análise descritiva, as variáveis foram resumidas em frequências absolutas e relativas. Modelos de regressão logística foram ajustados para identificar os fatores associados às variáveis-resposta. As variáveis foram primeiro analisadas separadamente usando modelos de regressão logística univariados. Em seguida, um modelo de regressão logística multivariável foi ajustado para associação com características raciais e de gênero. Resultados: Quanto ao perfil socioeconômico de pessoas negras dentre aquelas que fazem uso de maconha para promoção do bem-estar, podemos observar que a população negra participante teve menor escolaridade e menor renda familiar, em comparação com a população branca. Com relação verificar as diferenças nos usos da maconha para o bem-estar, foi possível observar que houve uma menor frequência de uso e início de uso mais tardio entre pessoas negras em comparação às pessoas brancas. Houve efeito da cor para as motivações para o uso de maconha: se divertir; relaxamento; gestão de estresse; e promoção de saúde, com maiores chances da população branca usar para tais finalidades, bem como para os tipos usos da maconha: casual e intencional. Os usuários do sexo masculino e outros tiveram maiores chances de obter a droga de forma mais perigosa do que as mulheres, e no que diz respeito à cor, usuários negros tiveram menores chances de obter maconha de modo perigoso e ilegal, quando comparado com usuários brancos, contudo teve maiores chances de vivências de preconceitos e estigmas relacionados a maconha. Conclusão: Podemos inferir alguns motivos frente aos achados. Um deles pode se referir ao fato de que as populações marginalizadas estão numa constante luta por sobrevivência e que seus usos associados ao bem-estar se colocam em segundo plano. Do mesmo modo, embora não tenha havido diferenças significativas de gênero e cor em associação com os riscos do uso da maconha, no caso dos riscos da proibição, o recorte racial fica explicitado. O que nos leva a inferir que o corpo negro estar marcado pelas violências independente dos meios que se utiliza para viabilizar seu acesso à droga, reproduzindo o ciclo de hipervigília em seus territórios e corpos. Pensar os cotidianos por meio das ocupações e da justiça ocupacional tem sido um recurso da Terapia Ocupacional e, nesse sentido, entendemos sua potência em especial quando é permite a construção de um olhar mais crítico ao uso de drogas, não somente como problema, mas como uma ocupação que evidencia os constrangimentos históricos e sociais a que estão submetidas desproporcionalmente as populações racializadas.
- ItemSomente MetadadadosExplorando o efeito da terapia familiar sobre o padrão de uso de cannabis: uma análise de escopo(Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), 2021) Aguiar, Bruna Monteiro [UNIFESP]; Fidalgo, Thiago Marques [UNIFESP]; Universidade Federal de São PauloCannabis use disorder (CUD) is a chronic disease that might initiate during late childhood or early adolescent age, and that typically does not receive treatment until adulthood. As with other substances, the diagnosis of addiction involves the significant insertion of the substance into a patient's life, with clinically significant impairment of functionality in several areas. Among adolescents, CUD may manifest itself as an impairment in school performance, peer and family relationships, as well as basic emotional, cognitive, and psychological functioning. In view of the possible therapeutic approaches, recent studies show benefits of different types of family therapy in adolescent cannabis users. The objective of this dissertation is to review the literature in search of studies that correlate family therapy approaches such as Multifamily Educational Intervention (MEI), Multidimensional Family Therapy (MDFT), Family Functional Therapy (FFT), Family Support Network (FSN), Brief Strategic Family Therapy (BSFT), and cannabis use among adolescents. Research studies that found a correlation between these two factors were reviewed. From this survey, 663 papers were identified, of which, after reading their titles and abstracts, 564 were excluded. The remaining 99 articles were reviewed and 80 of them were excluded, resulting in 19 articles that were included in the review. The results of the review suggest that different family therapy approaches may help to reduce cannabis use among adolescents. The different modalities of family therapy can also prevent possible relapses, since they address essential themes for the development of good parenting practices and family functioning, reaching all members of the family.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Fatores preditivos de Aderência no tratamento de usuários de maconha(Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), 2011-11-24) Vilela, Fabiana Andrioni de Biaze [UNIFESP]; Laranjeira, Ronaldo [UNIFESP]; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)The present study involved secondary analysis of data from a Randomized Clinical Trial including 169 cannabis-dependents not only dependents assessed at baseline and submitted to brief treatment. Patients were first randomized into three treatment groups. OBJECTIVES: The objective was to identify characteristics which could be considered predictors of treatment dropout. RESULTS: Patients initially allocated into the control group presented a 3.47 greater chance of drop out than those of the treatment groups. Based on the socio-demographic data, it was concluded that for every year of patient age, the chances of drop out would be multiplied by 0.91, representing lower risk. For every year of cannabis use, chances of drop out would be multiplied by 0.92, again representing reduced risk. CONCLUSIONS: The importance of specific interventions for groups with a higher risk of treatment drop out was discussed, along with the relevance of other studies involving cannabis users and possible guidelines for professionals help patient to adhere.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Percepção de pessoas que fizeram uso de drogas (álcool, maconha e crack) sobre o estigma a que estão sujeitos na sociedade(Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), 2019) Gonçalves, Janaina Rubio [UNIFESP]; Nappo, Solange Aparecida [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/4675292090990088; http://lattes.cnpq.br/3068315700449796; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Introduction: In the contemporary world, drugs, in a simplistic way, were classified as licit and illicit, making the sale and consumption of a group of psychoactive substances prohibited. Considered major villains in public health, illegal drugs bring serious consequences to the user. Besides the punishment of those who consume them, they produce and market the marginalization and stigmatization generated by society in relation to this population, are some of these great damages, creating barriers in the quality of treatment, recovery and social reintegration of these users. Objective: This study aims to analyze and identify the perceptions of people who have used alcohol, marijuana or crack cocaine in relation to stigma and prejudice. Method: This is a qualitative research, developed through in-depth interviews. The theoretical saturation point technique was used as indicative that the sample was sufficient. The interviews were literally transcribed, inserted and analyzed by the software NVivo 10, with data exploration, using the technique of content analysis. Results/Discussion: The three groups experienced some kind of stigma/discrimination/prejudice in some sphere of life. The family, school and health professionals had different reactions with the users interviewed, depending on the drug in question. The view of lack of character and little collaboration to cease use compromised the relationship of these spheres with the users interviewed. Crack has awakened the most intense and violent stigma, sometimes leading the user to social exclusion. Marijuana stigma was mild and there was a tolerance for use. Reports of actions that compromise the lives of these users were non-existent. Alcohol also generated stigma, especially from health professionals, who did not believe in the recovery of these users. Conclusion: The stigma interfered in the life of the research participants in a definitive way, modifying several outcomes, such as the performance in treatment, school and family relationship. Stigma has often contributed to increased drug use, dropping out of school and treatment and abandonment of the home. Instances that should protect the user from stigma directed at them by society, have absorbed common sense and they behaved in a similar way, but generating greater harm by the meaning and ascension they have in the lives of these participants.
- ItemAcesso aberto (Open Access)O sub-relato e fatores correlacionados ao uso de cocaína e maconha no terceiro trimestre de gestação em adolescentes grávidas(Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), 2010-11-25) Bessa, Marco Antonio [UNIFESP]; Laranjeira, Ronaldo [UNIFESP]; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Introduction: The use of drugs by pregnat adolescents is a serious problem of public health because it can harm the mother and the newborn. So, the correct identification of the cases and the correlates of use of drugs in this population are important for the comprehension of this condition, for the identification of adolescents in high risk for this situation and for helping the development of public politics of prevention and correct treatment of these cases. Aims: 1) To check the validity of the self-report of drug use by pregnant adolescents, by comparing their responses to a structured interview about their use of cocaine and marijuana during the pregnancy with an analysis of their hair. 2) To investigate the association of cocaine and marijuana use during adolescent pregnancy in São Paulo, Brazil, with psychiatric disorders, social status and sexual history. Method: One thousand pregnant adolescents were evaluated using the Composite International Diagnostic Interview, and sociodemographic and socio-economic questionnaire at the obstetric center of a public hospital in São Paulo, Brazil. Hair sample was collected for analysis. Results: Hair analysis detected the use of cocaine and/or marijuana in the third trimester of pregnancy in 60 (6%) patients. 40 (4%) patients used only marijuana, 17 (1.7%) used only cocaine, and 3 (0.3%) used both drugs. None of the patients had reported the use of these substances in their interviews with healthcare professionals. The following are associated with cocaine and/or marijuana use during the third trimester of the pregnancy: Being younger than 14 years of age, having a history of more than 3 sexual partners, and having psychiatric disorders, specifically, bipolar disorder, post-traumatic stress disorder, and somatoform disorder. Conclusion: Although the prevalence of the use of drugs during pregnancy is significant despite consistent evidence about the compromise of the neurobehavioral development of the newborns that are exposed to drugs during the prenatal period, drug use is frequently not reported. Therefore, more sensitive methods of detection should be used so that appropriate medical and psychosocial interventions can be implemented for the mothers as well as for their children. In early adolescence pregnancy, having 3 or more sexual partners in life for this population is significantly associated with the use of cocaine or marijuana during gestation. This association suggests that specific intervention programs should target these young women.
- ItemAcesso aberto (Open Access)“Uso da maconha para promoção do bem-estar: repercussões do uso e da proibição no cotidiano”(Universidade Federal de São Paulo, 2022-02-11) Dainesi, Natalia Cavalcante [UNIFESP]; Surjus, Luciana Togni de Lima e Silva [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/8786999221233177; http://lattes.cnpq.br/4694423139788617; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)A maconha é uma planta milenar usada pela humanidade que sofreu ao longo da história um processo de criminalização. São crescentes as evidências sobre suas potencialidades terapêuticas e a revisão da proibição de seu uso, seja para fins medicinais, seja para uso recreativo. Esse estudo partiu do pressuposto que a proibição atravessa as concepções sobre a planta, tendo como hipótese que a maconha é amplamente usada para a promoção do bem-estar das pessoas, seja sob prescrição médica, ou não. A proposta é uma aproximação ao cotidiano das pessoas que fazem uso da substância, em seus diferentes usos e apresentações, identificando possíveis efeitos biopsicossociais do seu uso e da sua proibição, sob o olhar da Terapia Ocupacional. Trata-se de um estudo exploratório que contou com um Painel de Especialistas como procedimento de qualificação do instrumento de coleta de dados, composto por representantes de Associações Canábicas, do Movimento Social Marcha da Maconha, pesquisadores sobre o tema de drogas, pesquisadoras do campo da Terapia Ocupacional e da área estatística. Foi disponibilizado em meio virtual um questionário de preenchimento anônimo, destinado a pessoas adultas moradoras no Brasil que fazem uso de maconha para seu bem-estar, alcançando 2777 participantes. Numa caracterização sociodemográfica, os participantes foram em sua maioria pessoas brancas, com idade entre 18 e 45 anos, cursando ou tendo concluído o ensino superior e pós graduação, sem filiação religiosa ou ateus/agnósticos, com renda familiar entre 1 a 5 salários mínimos, residindo com familiares, na Região Sudeste do país. Trataram-se de pessoas que fazem uso regular e diário de maconha, com idade do primeiro uso entre 12 a 20 anos, e que usam entre 1 a 20 anos. Foi realizada análise estatística onde variáveis-resposta foram escolhidas de modo a identificar possíveis fatores que ajudam a melhor compreender a complexidade dos atravessamentos do uso de uma substância ilícita tão largamente utilizada e que podem indicar maior exposição e possibilidades proteção aos efeitos cotidianos do uso e da proibição. Com vistas a contribuir com os conhecimentos desenvolvidos na terapia ocupacional acerca do uso de maconha, identificamos dialeticamente: a) a faixa etária e tempo de uso como fatores de associação em todas as variáveis de escolha, perpassando as dimensões da diversão, de ficar chapado e não conseguir cumprir tarefas, de ter problemas com a polícia, de exposição a modos perigosos de obtenção, ao uso diário e a utilização de estratégias de redução de danos; b) gênero presentificando nas dimensões da diversão, problemas com a polícias, modo de obtenção perigosa e uso diário; c) escolaridade associando-se à diversão, ficar chapado, uso diário e escolaridade; d) religião presente nas dimensões de se divertir, ficar chapado, modo de obtenção perigosa, uso diário, e) renda, tão somente em se divertir, uso diário; f) cor presente nas associações referentes a ficar chapado, problemas com a polícia e modo de obtenção perigosa. Nos indicando uma relação complexa e em movimento, em que configuram como fatores de proteção e risco, de modo a reconhecer a necessidade da ampliação dos estudos que se pautem mais pela experiência humana do uso de drogas, do que tão somente por prejuízos oriundos do consumo, que podem carregar traços de uma desejável desobediência civil.