Navegando por Palavras-chave "Transtorno comportamental do sono REM"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Avaliação da olfação e da composição corporal em pacientes com narcolepsia(Universidade Federal de São Paulo, 2023-05-08) Truzzi, Giselle de Martin [UNIFESP]; Coelho, Fernando Morgadinho Santos [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/4520146294812879; http://lattes.cnpq.br/8858807536474672Introdução: A Narcolepsia é um transtorno do sono caracterizado pela sonolência excessiva diurna, cataplexia, paralisia do sono, alucinações hipnagógicas e hipnopômpicas e fragmentação do sono. Além desses aspectos, a doença está relacionada a outras mudanças em diversos sistemas, incluindo alterações olfatórias, maior ganho ponderal, diminuição da saciedade alimentar, transtornos psicológicos, sintomas relacionados à disautonomia e aumento da prevalência do transtorno comportamental do sono REM. Dessa forma, esse estudo busca avaliar e encontrar correlações entre os diversos sintomas secundários da narcolepsia que, apesar de não serem seus definidores, podem auxiliar no diagnóstico e, devem ser reconhecidos e tratados nos indivíduos acometidos. Métodos: Foi realizado um estudo transversal, com a participação de pacientes com diagnóstico de narcolepsia, com deficiência de hipocretina-1 e níveis de hipocretina-1 dentro da normalidade. Para a detecção de distúrbios olfatórios foi utilizado o University of Pennsylvania Smell Identification Test (UPSIT). A avaliação da composição corporal foi realizada através das medidas antropométricas, por bioimpedância tetrapolar, de pesquisa da presença de compulsão alimentar por meio da Escala de Compulsão Alimentar Periódica (ECAP). Foram investigadas queixas de alterações do sistema nervoso autonômico e de Transtorno Comportamental do sono REM através de questionários. Resultados: Foram incluídos 42 participantes no estudo, com diagnóstico de narcolepsia. Não houve diferenças significantes na avaliação olfatória entre pacientes com níveis de hipocretina-1 baixos quando comparados aos com níveis de hipocretina-1 normais, embora uma leve diminuição da função olfatória tenha sido observada em grande parte dos indivíduos, de ambos os grupos (grupo com deficiência de hipocretina-1: mediana 32,50, intervalo 10-38; grupo com níveis normais de hipocretina-1: mediana: 33,00, intervalo 16-39; p=0,86). Constatou-se diferença nos parâmetros antropométricos, com maior tendência à obesidade nos indivíduos com deficiência de hipocretina-1 (grupo com deficiência de hipocretina-1: 32,64±5,88; grupo com níveis normais de hipocretina-1: 26,40±7,68; p=0,01). Houve melhor desempenho no UPSIT naqueles que apresentavam mais anos de estudo (grupo com resultados olfatórios normais 15,19±4,3 versus grupo com resultados olfatórios alterados: 11,10±4,84; p=0,01). Os resultados obtidos através do questionário que avaliou carga de sintomas do sistema nervoso autonômico se mostraram elevados entre os pacientes, com e sem deficiência de hipocetina-1, apesar de não haver diferenças significantes entre eles (resultado COMPASS-31 total - grupo com deficiência de hipocretina-1: 26,6±16,46 versus grupo com níveis normais de hipocretina-1: 16,46±11,46; p=0,39). O Questionário de Triagem de Transtorno Comportamental do sono REM também apontou pontuações elevadas nos dois grupos (grupo com deficiência de hipocretina-1: 8,39±2,69 versus grupo com níveis normais de hipocretina-1: 7,27±4,65; p=0,41). Houve relação entre a pontuação obtida no questionário de triagem para transtorno comportamental do sono REM e queixas de disautonomia apresentadas através do COMPASS-31 (r=0,41, p=0,03), que foram ainda maiores quando considerados somente as pessoas com deficiência de hipocretina-1 (r=0,64; p=0,003). Conclusão: A pesquisa mostrou que as alterações olfatórias estão presentes nos pacientes com narcolepsia, independentemente dos níveis de hipocretina-1 dosados. Observou-se também diversas queixas de disautonomia e sintomas de transtorno comportamental do sono REM nos participantes do estudo, além de elevação nas diversas medidas na composição corporal daqueles com deficiência de hipocretina-1. Essas disfunções secundárias da narcolepsia podem se tornar futuros biomarcadores da doença e o reconhecimento e tratamento trazem melhora das comorbidades e qualidade de vida aos indivíduos acometidos.