Navegando por Palavras-chave "Occupational Therapy/trends"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Contrafeitiçarias na Terapia Ocupacional: resistindo ao desencantamento da vida por meio da arte e do cuidado(Universidade Federal de São Paulo, 2023-09-22) Mendes, Mariana Louver [UNIFESP]; Liberman, Flávia [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/8790313628912498; http://lattes.cnpq.br/7700263513263702; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Considerando as transformações do campo de interface da terapia ocupacional com as artes, o corpo e a cultura a partir dos anos 2000, bem como o mais recente acontecimento pandêmico que refez algumas práticas, mobilizou outras e provocou novos modos de pensar, a pesquisa constrói cartografias atuais deste campo de saberes e práticas, a fim de refletir criticamente sobre suas contribuições às populações acompanhadas em um contexto de crises ambientais, sociais, éticas e políticas. O método de pesquisa-intervenção da cartografia, que implica a intersecção entre conhecer, agir e criar, permitiu acompanhar processos, buscando problematizar o campo e as forças que o compõem. As cartografias foram produzidas tanto por meio de pesquisa bibliográfica e do trabalho conceitual, que retoma fragmentos históricos da instauração deste território de interface, quanto da pesquisa de campo, que escutou doze terapeutas ocupacionais de seis estados do Brasil, retraçando com elas suas trajetórias, ações e pensamentos. A escuta a estas terapeutas ocupacionais se deu por meio de entrevista individual e o material produzido originou o que a tese chama de paisagens atuais do campo, que apresentam novas problemáticas e multiplicam compreensões deste campo híbrido de intersecção que envolve dimensões éticas, estéticas e políticas. As paisagens atuais são postas em diálogo com as cartografias da instauração visando analisar deslocamentos e devires, bem como a emergência de novos universos de referência com consistência suficiente para revirar certa situação e provocar mutações no próprio campo. As reflexões que emergiram deste processo permitiram analisar as ações das terapeutas ocupacionais por aquilo que as transversaliza: as práticas grupais com dispositivos artísticos, o cuidado e a cooperação, esta que emerge com mais intensidade no período pandêmico. Em uma sociedade marcada pelo avanço do capitalismo neoliberal, considerado na tese como um sistema feiticeiro que captura a atenção e a sensibilidade, atingindo diretamente os corpos, moldando subjetividades e reduzindo a capacidade de pensar e agir juntos, as práticas das terapeutas ocupacionais são lidas como contrafeitiçarias, que têm potência para reativar qualidades das quais fomos separados — como a criatividade, o sensível, a delicadeza, a beleza, o afeto etc. — e fomentar imaginários que permitam reencantar a vida e o futuro.