Navegando por Palavras-chave "Exposição a ruído"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Exposição a ruído: a percepção do trabalhador e a educação em conservação auditiva(Universidade Federal de São Paulo, 2022-07-22) Marchi, Juliana de Azevedo [UNIFESP]; Queiróz, Maria de Fátima Ferreira [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/5408223929405036; http://lattes.cnpq.br/5020659649949219Introdução- A Perda Auditiva Induzida por Níveis de Pressão Sonora Elevados (PAINPSE) é passível de ser prevenida através de ações de educação em saúde que visem a conservação da audição de trabalhadores expostos a ruído. Neste processo de educação compreender o que o trabalhador entende sobre o risco e os fatores determinantes a que está submetido, além de colocá-lo em posição de participante ativo, favorece o compartilhamento de conhecimentos que, ao serem construídos conjuntamente, potencializam o efeito da ação educativa proporcionando a transformação de uma dada realidade. Objetivo - Analisar como os trabalhadores compreendem e percebem suas condições de exposição ao ruído, quais riscos identificam em seus ambientes de trabalho, os efeitos do ruído na saúde auditiva e suas experiências com educação em saúde auditiva. Método – Pesquisa qualitativa, de caráter exploratório, com orientação analítico- descritiva, mediante entrevistas semiestruturadas com questões em aberto. Os sujeitos são onze trabalhadores(as) de uma indústria alimentícia localizada no estado de São Paulo. A interpretação do material coletado seguiu os ensinamentos do “discurso sujeito coletivo” (DSC). Resultados: A partir da análise das entrevistas emergiram sete temáticas: (1) Percepção e sentimentos dos trabalhadores sobre o seu trabalho; (2) Conhecimentos e experiências relevantes sobre a saúde auditiva; (3) Compreensão da relação trabalho e saúde; (4) Percepção e identificação de riscos no trabalho; (5) Saberes e percepção do risco ruido no trabalho; (6) As experiências educativas no campo da conservação auditiva e (7) Questões levantadas pelos trabalhadores(as) a partir da entrevista. No discurso dos trabalhadores(as) observamos que o trabalhador compreende e percebe o ruído no ambiente de trabalho como sendo nocivo para a saúde auditiva sendo possível também perceber que se sentem preocupados com a possibilidade de vir a desenvolver a perda auditiva. Compreendem que o uso correto e constante do protetor auditivo é muito importante para evitar a ocorrência da perda auditiva ocupacional. Entendem que um trabalho educativo em conservação auditiva deveria ser realizado continuamente. Quanto as estratégias a serem utilizadas indicam que o tema deveria ser abordado de maneira a “impactar” os trabalhadores não importando muito a estratégia se for palestra expositiva, cartaz ou teatro, mas entendem que ações educativas que favoreçam a participação e o diálogo parecem despertar mais o interesse. Conclusão: Compreender o que os trabalhadores conhecem e percebem sobre o risco ruído, a relação deste com a saúde auditiva, o contexto de trabalho e suas vivências e expectativas em relação as ações educativas em conservação auditiva possibilitou ampliar a compreensão em relação aos trabalhadores(as) da indústria alimentícia que além da exposição a ruído no trabalho tem também um contexto de trabalho com muitos desafios. Para esses trabalhadores(as) a conservação auditiva é uma preocupação dentre tantas outras que precisam lidar e enfrentar na rotina diária de trabalho. Diante disso se torna um desafio também para os profissionais que atuam com ações de educação em saúde compreender todo o contexto de trabalho, estar preparado para (suportar/acolher) demandas que podem ir além das questões de saúde auditiva e não menos importantes quando o objetivo é o de proporcionar melhores condições de saúde e trabalho para os(as) trabalhadores(as). O espaço de educação em saúde pode ser um momento de diálogo entre profissionais de saúde e trabalhadores na busca de soluções. Nesse sentido uma abordagem educativa como a proposta pela metodologia da problematização, favorece o diálogo, estimula a participação e autonomia dos trabalhadores, favorecendo o conhecimento de situações- problema e a construção conjunta de soluções.