Navegando por Palavras-chave "Desespero"

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    Do desespero ao sacrifício: uma compreensão do suicídio a partir de Theodor Adorno e Max Horkheimer
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-04-12) Araújo, Thiago Bloss de; Crochik, Jose Leon; http://lattes.cnpq.br/5516424346600815; https://lattes.cnpq.br/3439221857575643
    O suicídio é uma das principais causas de morte no mundo, cujo número ultrapassa a soma de vítimas em decorrência de guerras e homicídios. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, quase 80% de todos os suicídios do mundo se concentram em países do chamado Sul global, indicando uma forte determinação do fenômeno com a violência estrutural. Enquanto nos últimos anos o suicídio apresentou uma queda no mundo, em alguns países da América Latina houve um aumento, sobretudo no Brasil, o que revela uma importante questão social. Apesar dessas questões, a maior parte dos estudos da Suicidologia tendem a reduzir o suicídio a questões individuais e psicopatológicas, segundo uma perspectiva fortemente medicalizada e ideológica, o que indica a necessidade de uma perspectiva crítica deste campo de estudos. Estudos historiográficos sobre a morte de si revelam como os afetos do medo e do desespero estão historicamente vinculados ao suicídio em distintos períodos e modos de produção. Com efeito, os autores da teoria crítica da sociedade, sobretudo da primeira geração, apresentam importantes produções sobre a questão do medo, do desespero e do sacrifício no interior do processo civilizatório, o que ofereceria elementos para uma compreensão crítica da morte de si. Desta maneira, o objetivo desta tese é compreender a noção de suicídio a partir do pensamento de Theodor Adorno e Max Horkheimer. Para tanto, será realizada uma análise das categorias medo, desespero e sacrifício na obra Dialética do Esclarecimento (1947). Posteriormente, em diálogo com outras obras dos autores, refletir-se-á sobre o conceito de suicídio, assim como de uma Suicidologia crítica. Os resultados revelam que o suicídio é determinado pelo medo e desespero objetivos resultantes do mal-estar na cultura, o qual impõe o sacrifício como condição de formação do indivíduo no processo civilizatório. A partir do conceito de mimese, o suicídio seria entendido como a forma subjetiva de resolução de conflitos sociais a partir do autossacrifício. O suicídio se revela, pois, como um ato contraditório, tal como a sociedade no qual é produzido.