Navegando por Palavras-chave "Defectividade"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Formas verbais defectivas no pb infantil: um estudo de sua aquisição à luz da teoria gerativista(Universidade Federal de São Paulo, 2024-02-16) Silva, Rosemeire Maria da [UNIFESP]; Magalhães, Telma Moreira Vianna [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/0392294189757802; http://lattes.cnpq.br/6636910388068121Estudos sobre a aquisição da linguagem à luz da teoria gerativista comprovam que a criança aprende uma língua nativa de forma natural por exposição ao input linguístico da comunidade em que se encontra inserida. Em fase inicial no processo de aquisição da língua, a criança passa a conhecer e dominar estruturas sintáticas das mais simples às mais complexas, fazendo uso proativo de formas verbais mais comuns como as regulares e irregulares (Guasti, 2002; Lorandi, 2010). No entanto, a construção de sentenças com as chamadas formas defectivas pelo falante do PB, isso porque são poucas ou nunca encontradas nos dados a que ele tem acesso, pressupõe uma maior complexidade, pois o falante precisa reconhecer as restrições morfológicas, fonéticas e/ou semânticas presentes nelas e decidir dentre os recursos linguísticos disponíveis quais utilizar. A partir daí, levanta-se a questão de como as crianças produzem sentenças com esses verbos, uma vez que, de acordo com a tradição gramatical, apresentam lacunas no paradigma flexional, como por exemplo na primeira pessoa do singular (1a.sg) do presente do indicativo e, consequentemente, não são tão frequentes entre os usuários da língua. Para responder a essa problemática, o objetivo desta pesquisa é analisar a produção das crianças quando expostas aos verbos defectivos, além de apresentar as escolhas linguísticas feitas por elas para/na realização dessas formas. O aporte teórico usado nesta pesquisa é o da Teoria Gerativa (Chomsky, 1981, 1986) com a revisão da literatura sobre o processo de aquisição da linguagem (Chomsky, 1957, 1965, 1986; Guasti, 2002, 2016; Freitas e Santos, 2017) e da morfologia verbal pelas crianças falantes do PB infantil (Figueiras, 2003; Guasti, 2002; Lorandi, 2006; Slabakova, 2016; Wuerges, 2014). Em relação à defectividade verbal, apresenta o que as gramáticas prescritivas explicam e orientam quanto ao (não) uso dessas formas (Bechara, 2009; Cintra e Cunha, 2016; Lima, 2011) e como as gramáticas descritivas compreendem esse fenômeno (Castilho, 2015, 2022; Perini, 2005). Dos estudos linguísticos (Oliveira, 2017; Scher & Girardi, 2018), discorre sobre as hipóteses levantadas entre as razões (sociolinguísticas, morfológicas, fonológicas e/ou semânticas) e possíveis implicações na (não) produção dos falantes adultos, o que resulta no input exposto às crianças. A metodologia utilizada não é longitudinal, pois o corpus usado foi a coleta, por meio de áudio, da produção das formas verbais defectivas como colorir, explodir, esculpir, feder e doer por fazerem parte do contexto escolar e das práticas discursivas delas. As sessões foram realizadas com dois grupos: um na faixa etária de 3;0 e outro, na faixa de 5;11 anos de uma escola da rede municipal de São Bernardo do Campo. O resultado da análise do corpus, com base na Teoria de Princípios e Parâmetros (Chomsky, 1981), confirmou que as crianças, por desconhecerem ou não terem recebido o input desses verbos, tanto fazem uso das formas perifrásticas (construções com o ir (Pres,/Fut. do Ind.) + verbo principal (Ger./Inf.), possivelmente por exposição à gramática dos adultos, como também flexionam as formas defectivas escolhidas ao aplicarem as desinências número-pessoa e tempo-modo da 1ª e 2ª conjugação dos verbos regulares e irregulares. Concluiu-se, assim, que as crianças apresentam estranhamento e naturalização ao serem expostas às formas verbais que possuem lacunas no paradigma flexional na 1a.sg do presente do indicativo. Portanto, espera-se incentivar pesquisas que, de maneira longitudinal, estudem, não só na etapa da Educação Infantil, mas também durante o percurso na Educação Básica, o processo de aquisição verbal no ambiente escolar pelas crianças, onde, devido aos seus diferentes grupos linguísticos, há uma diversidade de input exposto a elas; contribuir com o papel dos professores/adultos quanto às interferências (correções adultrocêntricas) nas escolhas linguísticas realizadas por elas; e, por conta das dúvidas sobre o aspecto semântico/temporal de certas formas defectivas, contribuir com estudos linguísticos que se debruçam sobre o processo de aquisição aspectual, especificamente dos verbos defectivos.