Navegando por Palavras-chave "DFC"
Agora exibindo 1 - 1 de 1
Resultados por página
Opções de Ordenação
- ItemAcesso aberto (Open Access)Drogas facilitadoras de crime: uma revisão bibliográfica.(Universidade Federal de São Paulo, 2023-12-04) Marcolino, Daniella Salles [UNIFESP]; Garcia, Raphael Caio Tamborelli [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/7921656182943609; http://lattes.cnpq.br/0165112033981471Desde os tempos remotos, foi descrito o uso de substâncias psicoativas para benefício sexual ou obtenção de algum bem sem resistência ou consentimento da vítima. Essas substâncias são classificadas como drogas facilitadoras de crime e a grande maioria das vítimas atingidas são mulheres, enquanto os criminosos são homens. A Organização Mundial de Saúde considera a violência contra a mulher como um sério problema de saúde pública. Desta forma, o objetivo desse trabalho foi realizar uma revisão bibliográfica sobre as drogas facilitadoras de crime, a fim de descrever quais são as principais substâncias utilizadas e seus mecanismos de ação, quais são as dificuldades em identificá-las, o perfil dos criminosos e como a toxicologia analítica pode ser útil nesses casos. Para isso, foi realizada uma pesquisa bibliográfica na plataforma Pubmed utilizando as palavras-chave “Drug Facilitated Crime”, “Drug Facilitated Sexual Assault” e “Drug Facilitated Rape”. Foram coletados 194 artigos, dos quais apenas 41 foram utilizados, uma vez que atingiram os critérios de inclusão: publicações (revisões bibliográficas, estudos de caso ou surveys) a partir de 2001, uma ou mais substâncias químicas descritas nos estudos. Foram excluídos da pesquisa estudos in vivo e in vitro. Pôde-se observar que as drogas mais comumente utilizadas como facilitadoras de crime incluem medicamentos analgésicos, antidepressivos, anti-histamínicos e alguns antipsicóticos, sendo as mais encontradas os benzodiazepínicos e a cetamina, além de drogas como o etanol (o mais utilizado) e o ácido gama-hidroxibutírico. Dessa forma, o foco do trabalho foi nessas substâncias com maior prevalência. Também foi possível observar características relacionadas ao perfil do criminoso, bem como a diferença de perfil quando há a violência facilitada pelas drogas e quando não há o uso de substância. Além disso, a análise toxicológica para determinação dessas substâncias nas vítimas pode ser feita com a utilização de matrizes biológicas como urina (mais comum), sangue, fluidos orais e cabelo. Tais análises são dificultadas pela natureza do crime, gerando um dano psicológico imensurável nas vítimas, impossibilitando ou atrasando as denúncias e, assim, a detecção / quantificação das drogas. Por meio dessa investigação, pôde-se notar que há diversas dificuldades relacionadas à denúncia do abuso e até mesmo a sua comprovação. Foi possível observar a indispensável importância das análises toxicológicas para detecção e quantificação dessas substâncias para a comprovação do crime, além da importância da implementação de protocolos de assistência às vítimas e de maneiras para se evitar o golpe.