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Acesso aberto (Open Access)
Memórias, relações raciais e os sonhos das juventudes
(Universidade Federal de São Paulo, 2024-10-15) Santos, Anderson dos [UNIFESP]; Imbrizi, Jaquelina Maria [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/8682215618761531; http://lattes.cnpq.br/6217304416225515; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
O objetivo da pesquisa foi investigar como as situações de violência geradas pelos sistemas racista, colonial e capitalista são transmutadas para os conteúdos dos sonhos e quais memórias e perspectivas de futuro são aspiradas pelas juventudes paulistanas. Para isso, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com três jovens da cidade de São Paulo, entre 20 e 25 anos, de ambos os sexos, sendo dois jovens negros e uma jovem branca. Cada jovem passou por quatro encontros, nos quais foram discutidas suas relações com as memórias, questões raciais e sonhos. As categorias de juventudes, memórias e sonhos foi discutida com base em autores da psicanálise, bem como em referências da filosofia e ciências sociais. Conclui-se com a adoção do termo juventudes no plural e o reconhecimento a memória como uma ferramenta essencial de trabalho para refletir sobre as temporalidades (passado, presente e futuro) e sobre os sonhos em sua relação com as narrativas de história de vida e construção social dos corpos. As relações raciais receberam destaque, alinhando o trabalho antirracista e anticolonialista com o uso da memória como ferramenta para deslocar o que permanece ausente ou excluído (a violência colonial, racial, heteronormativa, patriarcal e capitalista) do campo social manifesto, e que, conforme o trabalho dos sonhos, persiste como um conteúdo latente. A pesquisa revelou memórias de diversas temporalidades na história de vida de cada jovem, além de identificar o atravessamento do discurso social em seus sonhos, manifestado pela repetição ou tentativa de elaboração de traumas. Embora frequentemente considerada individualizante, a teoria freudiana destacou-se neste trabalho pelo olhar permeado pelo viés social, especialmente por meio da aplicação do método psicanalítico da associação livre.
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Acesso aberto (Open Access)
Validação da escala caos no ambiente familiar e o uso experimental de alcool na adolescência
(Universidade Federal de São Paulo, 2024-11-12) Espíndola, Marília Ignácio de [UNIFESP]; Noto, Ana Regina [UNIFESP]; Pompeia, Sabine [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/7010761150041393; http://lattes.cnpq.br/1146514655934224; http://lattes.cnpq.br/6654232178343451
Objetivo: Esta tese teve como objetivo explorar o uso experimental de álcool no final da infância e início da adolescência, além de apresentar evidências de validade do construto "caos no ambiente familiar" em amostras por conveniência de adolescentes da cidade de São Paulo. Método: Para alcançar esse objetivo, foram desenvolvidos três artigos. O primeiro focou na adaptação e tradução da Escala de Confusão, Alvoroço e Ordem no Sistema Familiar (CAOS) para o português do Brasil. O processo incluiu tradução, retrotradução e avaliação por cinco juízes, seguido de uma Análise Fatorial Exploratória (AFE) com 180 adultos e uma Análise Fatorial Confirmatória (AFC) com 239 adolescentes. A validade convergente foi avaliada por meio de Modelagem de Equações Estruturais. O segundo artigo, em fomato de revisão, analisou 523 estudos sobre a iniciação ao consumo de álcool disponíveis na base de dados PubMed, nos últimos seis anos. Destes, 59 artigos foram selecionados para avaliar as perguntas relativas ao consumo de álcool em crianças e adolescentes. O terceiro artigo foi uma pesquisa transversal com 238 adolescentes brasileiros, de 9 a 16 anos, que analisou os padrões de consumo inicial de álcool por meio de Análise de Classes Latentes (LCA) e regressão logística multinomial, explorando variáveis preditoras, como a influência dos pares, o consumo em casa e as pontuações no AUDIT-C. Resultados: A versão brasileira da escala CAOS demonstrou validade de conteúdo e uma estrutura unifatorial, mas com alguns ajustes necessários. A validade interna foi confirmada, e o caos familiar foi associado a sintomas externalizantes e ao estresse percebido por adolescentes, evidenciando a adequação da escala para uso no Brasil. O segundo artigo revelou grande variabilidade nas definições de iniciação ao consumo de álcool, variando de pequenos goles a bebidas completas. Apenas 17 dos 59 estudos consideraram o contexto do uso, e as definições foram classificadas como heterogêneas e insuficientes, apontando para a falta de padronização. No terceiro artigo, três classes de padrões de consumo de álcool foram identificadas: "Abstêmio" (41,03%), "PDFD" (16,99%) e "PDS" (41,97%). A influência dos pares e a presença de um bebedor em casa foram fatores determinantes para a diferenciação dos padrões, sendo a classe "PDS" representativa de um padrão de transição. Conclusões: A adaptação da Escala de Caos para o português brasileiro foi inovadora, e a análise fatorial exploratória indicou sua unidimensionalidade, com validação em três níveis: conteúdo, estrutura interna e relação com medidas externas. O estudo sobre iniciação ao consumo de álcool revelou grande variabilidade nas definições, indicando a necessidade de padronização para permitir a comparabilidade entre estudos. A análise dos padrões de consumo inicial de álcool destacou a importância das influências sociais e familiares, identificando categorias transicionais que podem orientar futuras intervenções. Recomenda-se investigar a relação entre caos familiar e padrões de iniciação ao álcool, além de testar intervenções preventivas focadas na educação parental, como as que já estão sendo implementadas em outros países e no Brasil.
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Acesso aberto (Open Access)
Ferramenta para classificar os subtipos de incontinência urinária feminina baseada em questionários de sintomas urinários recomendados pela International Continence Society (ICS)
(Universidade Federal de São Paulo, 2024-11-13) Girotti, Marcia Eli [UNIFESP]; Almeida, Fernando Gonçalves de [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/9336208077764596; http://lattes.cnpq.br/4684527524158764
Objetivo: Desenvolver uma ferramenta para classificar os subtipos mais frequentes de IU feminina, baseado em questionários de sintomas urinários recomendados pela International Continence Society (ICS). Métodos: este é um estudo observacional transversal descritivo, baseado em uma coleta de dados planejada e sistematizada. Foram incluídas no banco de dados (BD), 635 mulheres incontinentes com idade superior a 18 anos, encaminhadas das Unidades Básicas de Saúde, localizadas no estado de São Paulo. O atendimento especializado foi realizado no ambulatório de Disfunção Miccional Feminina da Disciplina de Urologia da UNIFESP. O diagnóstico clínico foi obtido através da avaliação do especialista, baseado na anamnese e no exame físico e, quando necessários, exames complementares. O diagnóstico de sintomas foi obtido pela combinação de respostas dos questionários: International Consultation on Incontinence Questionnaire-Short Form (ICIQ-SF) e Overactive Bladder Validated 8-question (OAB-V8). Resultados: sequencialmente, foram incluídas no banco de dados 635 mulheres com incontinência, com idade média de 58 anos (±12,7) e IMC de 28,4 kg/m². Destas, 86% tinham filhos, 66% estavam na menopausa, 49% apresentavam hipertensão arterial sistêmica, 17% faziam uso de antidepressivos e 15% eram tabagistas. Entre as 467 pacientes com diagnóstico clínico, 181 (32%) apresentavam incontinência urinária de esforço (IUE), 219 (54%) incontinência urinária mista (IUM) e 67 (13%) incontinência urinaria de urgência (IUU). Um total de 590 mulheres foram capazes de preencher os questionários e tiveram seu diagnóstico baseado nestes instrumentos, 132 (23%) apresentavam IUE, 357(62%) IUM e 101 (15%) IUU. Segundo o coeficiente de Kappa ponderado, uma concordância moderada de 0,43, com intervalo de confiança de 95% [0,30; 0,55], foi encontrada entre o diagnóstico médico e o diagnóstico autorreferido pelas pacientes nos questionários. Na análise das discordâncias, das 229 pacientes que foram diagnosticadas com IUM nos questionários, 77 foram diagnosticadas pelo médico como portadoras de IUE, entretanto, 67% delas responderam que se incomodavam muito ou muitíssimo com os sintomas de urgência. A correlação moderada entre os dois diagnósticos avaliados neste estudo parece indicar que existe uma dificuldade, até mesmo entre os especialistas, em detectar sintomas de bexiga hiperativa.
Conclusões: A correlação moderada entre os diagnósticos avaliados neste estudo parece indicar que o médico especialista durante sua avaliação clínica não percebe os sintomas de urgência e urge-incontinência referido pelas pacientes nos questionários. Este método diagnóstico possui potencial para ser utilizado como método reprodutível em estudos médicos e também para outros profissionais de saúde.
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Acesso aberto (Open Access)
Reabilitação pulmonar domiciliar pós-alta hospitalar em pacientes pós-COVID-19 imediato
(Universidade Federal de São Paulo, 2024-10-18) Carneiro, Ana Carolina Carvalho [UNIFESP]; Gazzotti, Mariana Rodrigues [UNIFESP]; Nascimento, Oliver Augusto [UNIFESP]; Jardim, José Roberto [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/2225674564595145; http://lattes.cnpq.br/4320654878656075; http://lattes.cnpq.br/5901080332011696; http://lattes.cnpq.br/4387746091332746
Introdução: Em dezembro de 2019, houve o surgimento de um novo coronavírus, o SARS-CoV-2, que causa uma doença infectocontagiosa e sistêmica chamada COVID-19. Nesta doença os pacientes desenvolvem disfunções respiratórias, física, psicológica e sistêmica generalizada. Uma em cada seis pessoas infectadas por esta doença desenvolvem sintomas, que podem permanecer após três meses. Objetivo: Avaliar a capacidade física dos pacientes no Pós-Covid-19 imediato, submetidos a um programa de reabilitação pulmonar domiciliar. Métodos: Trata-se de um ensaio clínico controlado quase experimental, realizado entre maio de 2021 a abril de 2022. Foram avaliados pacientes acompanhados no ambulatório de COVID-19, após a alta hospitalar, sendo dividos em dois grupos, intervenção (n=37) e controle (n=16). Pacientes foram avaliados quanto a fadiga, qualidade de vida, dispneia, índice de comorbidades, cognição geral, capacidade de exercício e força muscular periférica dos membros superiores e inferiores. Os pacientes receberam orientação do protocolo de reabilitação pulmonar domiciliar de 24 sessões (3x/semana), sendo entregue uma cartilha educativa de exercícios e diário para registro das atividades e foram acompanhados por ligações telefônicas semanais. Resultados: Ambos os grupos avaliados, intervenção e controle, eram semelhantes quanto a idade, maioria do sexo masculino, tinham nível de dispneia leve. Na avaliação do teste de caminhada de seis minutos (TC6) pré e pós-reabilitação, o grupo intervenção apresentou um Δ 77,3 ± 51,8 m (p = 0,009) e o grupo controle Δ 32 ± 65,2 m (p = 0,009). Nas demais avaliações do grupo intervenção houveram: aumento de força muscular dos membros inferiores e superiores no pós-reabilitação (<0,001) e da carga máxima no teste incremental de membros superiores de 0,9 (0,4) para 1,3 (0,4) (p <0,001). Houve melhora no nível de fadiga muscular no pós-reabilitação com aumento da pontuação para 127,0 pontos (p < 0,001), assim como melhora na qualidade de vida entre seu domínio físico, com pontuação de 3,36 (0,74) para 3,72 (0,72) (p < 0,001). Conclusões: O programa de Reabilitação Pulmonar Domiciliar após alta hospitalar em pacientes no Pós-Covid-19 imediato apresentou bons resultados, trazendo benefícios aos pacientes, com importante melhora da capacidade de exercício, qualidade de vida e nível de fadiga muscular. Apresenta baixo custo, viabilidade e segurança.
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Acesso aberto (Open Access)
A espessura da cartilagem acetabular como medida complementar ao método de Graf para a displasia do desenvolvimento do quadril
(Universidade Federal de São Paulo, 2024-11-08) Motta, Giovanna Galvão Braga [UNIFESP]; Iared, Wagner [UNIFESP]; Duarte, Marcio Luis; https://lattes.cnpq.br/1842227342641417; http://lattes.cnpq.br/0900714290963020; http://lattes.cnpq.br/4106898867952027
Introdução: A Displasia do desenvolvimento do quadril (DDQ) se caracteriza por uma alteração do desenvolvimento do acetábulo, usualmente presente ao nascimento ou nos primeiros meses de vida e cursa com diferentes graus de incongruência articular. O tempo de tratamento não cirúrgico é variável e é realizado até a normalização do quadril. Alguns estudos buscando a causa dos casos que evoluem com displasia residual apontaram alterações na área do teto cartilaginoso associadas a esses casos. Objetivo: Avaliar a acurácia da medida da espessura da cartilagem acetabular (ECA) avaliada pela ultrassonografia no diagnóstico da DDQ; sua relação com os tipos sonográficos de Graf; e como fator influenciador do tempo de tratamento não cirúrgico. Métodos: Este trabalho foi subdividido em três estudos sequenciais e interdependentes. O estudo 1, foi um estudo de acurácia da ECA para diagnóstico da DDQ tendo como padrão referência o método de Graf. O estudo 2 foi uma coorte prospectiva que avaliou se a medida da ECA tem relação com a evolução do quadril durante o tratamento não cirúrgico. Um estudo adicional foi realizado para avaliar a reprodutibilidade da medida da ECA pelo método ultrassonográfico. Os participantes foram crianças de zero a seis meses de vida encaminhados por pediatras, ortopedistas ou ortopedistas pediátricos com suspeita de DDQ, para avaliação ultrassonográfica dos quadris pelo método de Graf, incluídos no trabalho de forma consecutiva. Resultados: Foram avaliados 2.738 quadris de 1.369 pacientes. Desses 877 eram do sexo feminino (64%) e 492 do sexo masculino (36%), com média de idade de seis semanas de vida. A ECA foi medida em todos os quadris, e avaliada sua relação com os tipos sonográficos de Graf. Todos os valores tiveram significância estatística, mais evidente nos quadris tipo III, no entanto não há valor de corte suficientemente acurado para o diagnóstico de DDQ. O aumento da ECA durante o tratamento se correlacionou com maior necessidade de tempo de uso da órtese para atingir o quadril tipo I de Graf. Conclusão: A ECA tem significância estatística comparada a classificação de Graf, principalmente no quadril do tipo III, porém não pode ser utilizada para diagnóstico da DDQ. Quando a ECA aumenta durante o tratamento não cirúrgico, a resolução da DDQ tende a ser mais lenta, com necessidade de um tempo maior do uso da órtese.