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O Transtorno de Espectro Autista e os relatos de familiares nas redes sociais: o que está em jogo?
(Universidade Federal de São Paulo, 2024-11-25) Santos, Daiane Souza dos [UNIFESP]; Frutuoso, Maria Fernanda Petroli [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/4750299902344077; https://lattes.cnpq.br/8755714489294636; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição de neurodesenvolvimento que possui origem multifatorial e que pode acarretar muita complexidade no manejo cotidiano de vida de uma criança e os pais/responsáveis, após o diagnóstico, acabam tendo que tomar decisões para as quais ainda não estão preparados e muitas vezes não encontram respaldo com os profissionais de saúde. Ainda que profissionais da saúde tenham papel fundamental no fornecimento de informações e tomadas de decisões durante o diagnóstico e tratamento do TEA, há relatos de famílias que demonstram dificuldades em receber informações, principalmente durante o período do diagnóstico, causando sofrimento para os familiares. É por meio de redes online, como o Instagram®, que as pessoas conseguem conectar-se com outras e ter acesso a uma variedade infinita de conteúdo, possibilitando a socialização de pessoas de diferentes lugares, que apresentam experiências semelhantes e objetivos em comum, interajam entre si, por meio de grupos, comunidades, fóruns, publicações, entre outros. Para a realização dessa pesquisa, foram analisadas 367 publicações, em um período de 6 meses (de agosto de 2023 a fevereiro de 2024) de dois perfis do Instagram® que divulgam conteúdos sobre o autismo, com o objetivo de descrever e analisar os conteúdos divulgados em perfis desta rede social virtual Instagram sobre o TEA. Observou-se que a maioria dos seguidores do Perfil 1 são pais e profissionais e que esse perfil se configura a partir de uma proposta comercial, com a oferta de cursos, palestras e especializações a seus seguidores, a partir de diversas informações que não possuem embasamento científico. Enquanto o perfil 2, apresenta como público-alvo, principalmente, adolescentes e adultos com TEA e o conteúdo de suas publicações está voltado para uma questão identitária, sobre como é ser autista e a influência do diagnóstico do TEA. A partir da interação dos internautas nos perfis, é possível observar como as publicações podem influenciar o modo como os pais lidam com o autismo de seus filhos, de forma que podem deixar de seguir recomendações médicas para fazer o que observam e aprendem na Internet, com potencial prejuízo ao desenvolvimento tanto fisiológico, quanto sociopsicológico da criança, podendo até privá-las de certos alimentos e atitudes comuns na comensalidade habitual da sociedade.
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Acesso aberto (Open Access)
Feminismos, maternidade, e universidade: os obstáculos e avanços das mulheres no ensino superior - um estudo aproximativo
(Universidade Federal de São Paulo, 2024-11-29) Bartholomei, Maria Alice [UNIFESP]; Cardoso, Priscila Fernada Gonçalves [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/4134515951014036; https://lattes.cnpq.br/6108035173981743; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
O presente trabalho buscou analisar os avanços das conquistas das mulheres mães no campo da inserção e permanência no ensino superior, especialmente nas universidades públicas brasileiras. Um dos pontos principais da pesquisa é mapear algumas das medidas institucionais adotadas pelas universidades nos últimos anos além de, compreender a construção dos papéis sociais de sexo/gênero na sociedade através do sistema capitalista, heteropatriarcal e racista. Consideramos imprescindível que haja o fomento de produções críticas sobre o tema, além de fortalecer a luta coletiva como instrumento de mudança estrutural, para que assim, haja avanços.
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Acesso aberto (Open Access)
Memórias, relações raciais e os sonhos das juventudes
(Universidade Federal de São Paulo, 2024-10-15) Santos, Anderson dos [UNIFESP]; Imbrizi, Jaquelina Maria [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/8682215618761531; http://lattes.cnpq.br/6217304416225515; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
O objetivo da pesquisa foi investigar como as situações de violência geradas pelos sistemas racista, colonial e capitalista são transmutadas para os conteúdos dos sonhos e quais memórias e perspectivas de futuro são aspiradas pelas juventudes paulistanas. Para isso, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com três jovens da cidade de São Paulo, entre 20 e 25 anos, de ambos os sexos, sendo dois jovens negros e uma jovem branca. Cada jovem passou por quatro encontros, nos quais foram discutidas suas relações com as memórias, questões raciais e sonhos. As categorias de juventudes, memórias e sonhos foi discutida com base em autores da psicanálise, bem como em referências da filosofia e ciências sociais. Conclui-se com a adoção do termo juventudes no plural e o reconhecimento a memória como uma ferramenta essencial de trabalho para refletir sobre as temporalidades (passado, presente e futuro) e sobre os sonhos em sua relação com as narrativas de história de vida e construção social dos corpos. As relações raciais receberam destaque, alinhando o trabalho antirracista e anticolonialista com o uso da memória como ferramenta para deslocar o que permanece ausente ou excluído (a violência colonial, racial, heteronormativa, patriarcal e capitalista) do campo social manifesto, e que, conforme o trabalho dos sonhos, persiste como um conteúdo latente. A pesquisa revelou memórias de diversas temporalidades na história de vida de cada jovem, além de identificar o atravessamento do discurso social em seus sonhos, manifestado pela repetição ou tentativa de elaboração de traumas. Embora frequentemente considerada individualizante, a teoria freudiana destacou-se neste trabalho pelo olhar permeado pelo viés social, especialmente por meio da aplicação do método psicanalítico da associação livre.
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Acesso aberto (Open Access)
Validação da escala caos no ambiente familiar e o uso experimental de alcool na adolescência
(Universidade Federal de São Paulo, 2024-11-12) Espíndola, Marília Ignácio de [UNIFESP]; Noto, Ana Regina [UNIFESP]; Pompeia, Sabine [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/7010761150041393; http://lattes.cnpq.br/1146514655934224; http://lattes.cnpq.br/6654232178343451
Objetivo: Esta tese teve como objetivo explorar o uso experimental de álcool no final da infância e início da adolescência, além de apresentar evidências de validade do construto "caos no ambiente familiar" em amostras por conveniência de adolescentes da cidade de São Paulo. Método: Para alcançar esse objetivo, foram desenvolvidos três artigos. O primeiro focou na adaptação e tradução da Escala de Confusão, Alvoroço e Ordem no Sistema Familiar (CAOS) para o português do Brasil. O processo incluiu tradução, retrotradução e avaliação por cinco juízes, seguido de uma Análise Fatorial Exploratória (AFE) com 180 adultos e uma Análise Fatorial Confirmatória (AFC) com 239 adolescentes. A validade convergente foi avaliada por meio de Modelagem de Equações Estruturais. O segundo artigo, em fomato de revisão, analisou 523 estudos sobre a iniciação ao consumo de álcool disponíveis na base de dados PubMed, nos últimos seis anos. Destes, 59 artigos foram selecionados para avaliar as perguntas relativas ao consumo de álcool em crianças e adolescentes. O terceiro artigo foi uma pesquisa transversal com 238 adolescentes brasileiros, de 9 a 16 anos, que analisou os padrões de consumo inicial de álcool por meio de Análise de Classes Latentes (LCA) e regressão logística multinomial, explorando variáveis preditoras, como a influência dos pares, o consumo em casa e as pontuações no AUDIT-C. Resultados: A versão brasileira da escala CAOS demonstrou validade de conteúdo e uma estrutura unifatorial, mas com alguns ajustes necessários. A validade interna foi confirmada, e o caos familiar foi associado a sintomas externalizantes e ao estresse percebido por adolescentes, evidenciando a adequação da escala para uso no Brasil. O segundo artigo revelou grande variabilidade nas definições de iniciação ao consumo de álcool, variando de pequenos goles a bebidas completas. Apenas 17 dos 59 estudos consideraram o contexto do uso, e as definições foram classificadas como heterogêneas e insuficientes, apontando para a falta de padronização. No terceiro artigo, três classes de padrões de consumo de álcool foram identificadas: "Abstêmio" (41,03%), "PDFD" (16,99%) e "PDS" (41,97%). A influência dos pares e a presença de um bebedor em casa foram fatores determinantes para a diferenciação dos padrões, sendo a classe "PDS" representativa de um padrão de transição. Conclusões: A adaptação da Escala de Caos para o português brasileiro foi inovadora, e a análise fatorial exploratória indicou sua unidimensionalidade, com validação em três níveis: conteúdo, estrutura interna e relação com medidas externas. O estudo sobre iniciação ao consumo de álcool revelou grande variabilidade nas definições, indicando a necessidade de padronização para permitir a comparabilidade entre estudos. A análise dos padrões de consumo inicial de álcool destacou a importância das influências sociais e familiares, identificando categorias transicionais que podem orientar futuras intervenções. Recomenda-se investigar a relação entre caos familiar e padrões de iniciação ao álcool, além de testar intervenções preventivas focadas na educação parental, como as que já estão sendo implementadas em outros países e no Brasil.
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Acesso aberto (Open Access)
Ferramenta para classificar os subtipos de incontinência urinária feminina baseada em questionários de sintomas urinários recomendados pela International Continence Society (ICS)
(Universidade Federal de São Paulo, 2024-11-13) Girotti, Marcia Eli [UNIFESP]; Almeida, Fernando Gonçalves de [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/9336208077764596; http://lattes.cnpq.br/4684527524158764
Objetivo: Desenvolver uma ferramenta para classificar os subtipos mais frequentes de IU feminina, baseado em questionários de sintomas urinários recomendados pela International Continence Society (ICS). Métodos: este é um estudo observacional transversal descritivo, baseado em uma coleta de dados planejada e sistematizada. Foram incluídas no banco de dados (BD), 635 mulheres incontinentes com idade superior a 18 anos, encaminhadas das Unidades Básicas de Saúde, localizadas no estado de São Paulo. O atendimento especializado foi realizado no ambulatório de Disfunção Miccional Feminina da Disciplina de Urologia da UNIFESP. O diagnóstico clínico foi obtido através da avaliação do especialista, baseado na anamnese e no exame físico e, quando necessários, exames complementares. O diagnóstico de sintomas foi obtido pela combinação de respostas dos questionários: International Consultation on Incontinence Questionnaire-Short Form (ICIQ-SF) e Overactive Bladder Validated 8-question (OAB-V8). Resultados: sequencialmente, foram incluídas no banco de dados 635 mulheres com incontinência, com idade média de 58 anos (±12,7) e IMC de 28,4 kg/m². Destas, 86% tinham filhos, 66% estavam na menopausa, 49% apresentavam hipertensão arterial sistêmica, 17% faziam uso de antidepressivos e 15% eram tabagistas. Entre as 467 pacientes com diagnóstico clínico, 181 (32%) apresentavam incontinência urinária de esforço (IUE), 219 (54%) incontinência urinária mista (IUM) e 67 (13%) incontinência urinaria de urgência (IUU). Um total de 590 mulheres foram capazes de preencher os questionários e tiveram seu diagnóstico baseado nestes instrumentos, 132 (23%) apresentavam IUE, 357(62%) IUM e 101 (15%) IUU. Segundo o coeficiente de Kappa ponderado, uma concordância moderada de 0,43, com intervalo de confiança de 95% [0,30; 0,55], foi encontrada entre o diagnóstico médico e o diagnóstico autorreferido pelas pacientes nos questionários. Na análise das discordâncias, das 229 pacientes que foram diagnosticadas com IUM nos questionários, 77 foram diagnosticadas pelo médico como portadoras de IUE, entretanto, 67% delas responderam que se incomodavam muito ou muitíssimo com os sintomas de urgência. A correlação moderada entre os dois diagnósticos avaliados neste estudo parece indicar que existe uma dificuldade, até mesmo entre os especialistas, em detectar sintomas de bexiga hiperativa. Conclusões: A correlação moderada entre os diagnósticos avaliados neste estudo parece indicar que o médico especialista durante sua avaliação clínica não percebe os sintomas de urgência e urge-incontinência referido pelas pacientes nos questionários. Este método diagnóstico possui potencial para ser utilizado como método reprodutível em estudos médicos e também para outros profissionais de saúde.