Logo

Submissões Recentes

Item
Polimorfismos em genes relacionados ao metabolismo da homocisteína na arterite de Takayasu
(Universidade Federal de São Paulo, 2024-02-27) Zarur, Eduarda Bonelli [UNIFESP]; Souza, Alexandre Wagner Silva de [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/7033230017001241; http://lattes.cnpq.br/9700305476334878
Introdução. A arterite de Takayasu (AT) é uma vasculite sistêmica que afeta artérias de grande calibre, especialmente a aorta e seus ramos principais. Eventos isquêmicos, especialmente envolvendo o sistema nervoso central, são complicações relativamente frequentes da AT e trazem impacto ao prognóstico. Pacientes com AT apresentam concentrações plasmáticas de homocisteína mais elevadas em relação a controles e, entre pacientes com AT, elevação da concentração plasmática de homocisteína parece representar um fator de risco independente para eventos arteriais isquêmicos. Objetivos. Comparar a frequência de polimorfismos de nucleotídeo único (SNP) em genes da via de metabolismo da homocisteína entre pacientes com AT e controles e avaliar suas associações com a concentração de homocisteína, extensão de acometimento arterial e eventos isquêmicos agudos na AT. Métodos. Foi realizado um estudo transversal, onde foram incluídos pacientes com AT e controles. Tempo desde o diagnóstico de AT, tratamento medicamentoso, extensão de doença e dados laboratoriais foram avaliados em pacientes com AT, enquanto fatores de risco para hiperhomocisteinemia (HHcy), histórico de eventos arteriais isquêmicos agudos foram avaliados em ambos os grupos. Foram pesquisados os seguintes SNP nos genes das enzimas metilenotetrahidrofolato redutase (MTHFR) (C667T e A1298C), metionina sintase redutase (MTRR) (A66G), metionina sintetase (MTR) (A2756G) e do carreador reduzido do folato (RFC-1) (G80A) por sequenciamento genético de Sanger e realizada a dosagem de homocisteína pelo método de cromatografia líquida de alta performance, em ambos os grupos. Resultados. Foram incluídos 73 pacientes com AT e 71 controles no estudo, com média de idade semelhantes (p > 0,05). Pacientes com AT apresentaram maior frequência de fatores de risco para HHcy em comparação a controles: obesidade, sedentarismo, hipertensão arterial sistêmica (HAS), uso de inibidor de bomba de prótons e de metotrexato (p < 0,05). Eventos isquêmicos arteriais agudos foram observados em 32,9% dos pacientes com AT. Não houve diferenças significantes entre pacientes com AT e controles quanto à frequência dos SNP dos genes pesquisados (p > 0,05). A concentração de homocisteína foi mais elevada nos pacientes com AT em comparação a controles (13,85 ± 5,61 µmol/L vs. 8,61 ± 4,00 µmol/L; p < 0,0001). Pacientes com o polimorfismo MTHFRC677T em homozigose apresentavam uma maior concentração de homocisteína em comparação aos em heterozigose (20,4± 7,8 µmol/L vs. 13,0±4,7 µmol/L) e aos em homozigose para o alelo selvagem (13,7±5,2 µmol/L, p = 0,024 e p = 0,009), enquanto nos controles não houve diferença (p = 0,989). Não foram observadas associações entres os SNP ou a concentração de homocisteína com eventos isquêmicos agudos nos pacientes com AT, e pacientes em remissão apresentaram tendência a maiores níveis de homocisteína (11,53 ± 5,28 µmol/L vs. 14,62 ± 5,59 µmol/L; p = 0,054). Houve uma correlação negativa moderada entre função renal e tempo de doença (rho = -0,432 p <0,0001) e correlação fraca entre idade e concentração de homocisteína nos pacientes (rho = 0,242; p = 0,043). Finalmente, a AT foi um fator de risco independente para HHcy [Odds ratio (OR) = 10,2; 95% intervalo de confiança (IC): 4,162-25,002; p < 0,0001] e, entre pacientes com AT, HAS foi um fator de risco independente para HHcy (OR = 4,591; 95% IC 1,046-20,153; p = 0,043). Conclusões. A HHCy já descrita em pacientes com AT foi confirmada nesse estudo, mas não se deve à maior frequência de SNP de genes que codificam enzimas do metabolismo da homocisteína e não houve relação entre homocisteína e eventos isquêmicos agudos. A AT foi associada de forma independente a maior risco de HHcy e, entre pacientes, a HAS foi associada de forma independente. A HHcy em AT não se deve a fatores genéticos e pode estar associada a inflamação crônica e HAS. Mais estudos são necessários para destrinchar a patogênese da HHcy em AT e para avaliar possível benefício de medidas redutoras de homocisteína e uma possível aplicabilidade da HHcy como biomarcador de risco cardiovascular na AT.
Item
Avaliação dos níveis de anticorpos IgG, IgA e anticorpos totais anti-SARS-CoV-2 no leite materno de mulheres que tiveram COVID-19 durante a gestação
(Universidade Federal de São Paulo, 2024-03-15) Dutra, Letícia Veríssimo [UNIFESP]; Souza, Fabíola Isabel Suano [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/4205596362106074; http://lattes.cnpq.br/0130269624579952
Objetivo: Avaliar os níveis de IgA, IgG e anticorpos totais anti-SARS-CoV–2 no colostro e leite materno de gestantes que tiveram infecção por COVID-19 no parto/puerpério e com 90 dias pós-parto, além de descrever a evolução clínica e os indicadores antropométricos dos filhos dessas mulheres. Métodos: Foi realizado um estudo de coorte prospectiva no Hospital da Mulher de São Bernardo do Campo (HM-SBC), com gestantes e puérperas que tiveram infecção por COVID-19 e seus recém-nascidos (RN). As avaliações aconteceram em dois momentos. No momento do parto, foram identificadas 263 gestantes, no qual foram coletadas amostras de sangue materno e de cordão umbilical e colostro para a identificação de IgA e IgG anti-SARS-CoV-2 e coleta de dados sociodemográficos, antecedentes gestacionais, avaliação nutricional da gestante e avaliação do RN. Aos 90 dias após o parto, as duplas foram reconvocadas para nova avaliação, compareceram nesse momento 85 duplas, e foram coletadas novas amostras de sangue materno e do lactente e leite materno para identificação de IgA e IgG anti-SARS-CoV-2 e evolução clínica e antropométrica do bebê. Resultados: Sintomas clínicos neonatais durante a internação foram observados em 55 recém-nascidos (33,3%) e dois (1,6%) testaram RT-PCR positivo para COVID-19. Colostro positivo para IgA anti-SARS-CoV-2 foi encontrado em 117 (70,9%) mulheres. A mediana do tempo entre a infecção por COVID-19 e o parto foi de 86,0 dias (26,5; 179). Quinze (21,7%) dos recém-nascidos apresentaram intercorrências clínicas durante o período de hospitalização. Recém-nascidos que tinham RT-PCR positivo para SARS-CoV-2 tiveram mais de vinte vezes mais chance de apresentar síndrome do desconforto respiratório (OR = 21,31; IC 95% 2,24 a 201,68; p = 0,008) e para cada dia de infecção de COVID-19 na gestação mais próximo do parto aumentava em 0,07% a chance de positividade nos recém-nascidos (OR = 1,007; IC 95%1,001 a 1,014; p = 0,026). Aos 90 dias pós-parto, 61 (71,8%) dos lactentes estavam em aleitamento materno. Observou-se piores indicadores antropométricos em comparação ao padrão de referência. Observou-se aumento da positividade dos níveis séricos para Anti-SARS-CoV-2 IgG (p < 0,001) e Anti-SARS-CoV-2 IgA (p = 0,022) nas mulheres. Por outro lado, houve uma queda significativa do percentual de valores positivos de Anti-SARS-CoV-2 IgA no leite materno (p < 0,001). Quanto aos lactentes, pode-se verificar redução da positividade para Anti-SARS-CoV-2 totais entre os dois momentos (p = 0,008). Conclusões: A presença de IgA anti-SARS-CoV-2 no colostro foi detectada em mais de dois terços das mulheres avaliadas e foi associada a uma menor frequência de sintomas clínicos neonatais em seus recém-nascidos. Recém-nascidos, que testaram positivo para SARS-CoV-2 apresentaram maior risco de distúrbios respiratórios e a infecção materna mais próxima do parto aumentou a chance de positividade nos recém-nascidos. Lactentes aos 90 dias de vida apresentaram piores indicadores antropométricos e foi possível se detectar anticorpos totais e IgA Anti-SARS-CoV-2 no sangue e leite materno, além do lactente aos 90 dias pós-parto.
Item
Os papéis do óxido nítrico (NO) e da enzima no sintase induzível na promoção da transição epitelial-mesenquimal em linhagens humanas de câncer colorretal
(Universidade Federal de São Paulo, 2023-09-13) Toledo, Maytê dos Santos [UNIFESP]; Monteiro, Hugo Pequeno [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/6154759166234850; http://lattes.cnpq.br/6969195816173560
O câncer é caracterizado por mutações genéticas que afetam a proliferação e diferenciação celular. A inflamação crônica está relacionada ao desenvolvimento de vários tipos de câncer, incluindo o câncer colorretal (CCR). O óxido nítrico (NO) e outras espécies reativas estão envolvidas na regulação das vias de sinalização associadas à progressão tumoral, especialmente no CCR. A enzima óxido nítrico sintase induzida 2 (NOS2) produz NO e desempenha um papel essencial na progressão do CCR. Em estágios iniciais do desenvolvimento tumoral, a produção de NO• é reduzida, mas aumenta nas etapas seguintes, quando ocorre a migração das células tumorais para locais de metástase. O NO também ativa vias de sinalização canônicas e oncogênicas, como EGFR/RAS/RAF/MEK/ERK, RAS-ERK e PI3K-AKT, associadas à indução da transição epitelial-mesenquimal (EMT), um passo importante para a progressão tumoral e metástase. Nosso objetivo foi compreender o papel do NO/NOS2 na relação entre a ativação de vias de sinalização oncogênicas e a indução da EMT no CCR. Para isso, foram utilizadas três linhagens celulares: SW480 (células tumorais do sítio primário), SW620 (metástase em linfonodos das células SW480) e células SW480 transfectadas com cópias adicionais do gene NOS2.Os resultados indicaram que a superexpressão de NOS2 em células SW480 levou a mudanças significativas em marcadores da EMT. Sob estresse nutricional, as células apresentaram características híbridas entre as células epiteliais e mesenquimais, acompanhadas de uma redução leve na expressão de E-caderina e um aumento substancial na expressão do fator de transcrição SNAIL, que é crucial para a EMT. Além disso, as células com superexpressão de NOS2 mostraram maior invasividade e padrões semelhantes às células metastáticas da linhagem SW620. Essas descobertas fornecem novos insights sobre a complexidade da EMT e destacam a importância da via NO/NOS2 como um possível alvo terapêutico para inibir a progressão tumoral e metástase no CCR. Compreender os mecanismos envolvidos nesse processo é fundamental para o desenvolvimento de abordagens terapêuticas mais eficazes para o tratamento do câncer colorretal e outras neoplasias. Portanto, este estudo contribui para a expansão do conhecimento na área e abre caminho para futuras pesquisas direcionadas a intervenções sobre a via NO/NOS2 na EMT.
Item
Desenvolvimento de aplicativo para mensuração da atividade de desgaste dentário e monitoramento de bruxismo do sono
(Universidade Federal de São Paulo, 2024-03-21) Tersi, Patricia Danuze Patricio [UNIFESP]; Nakano, Luis Carlos Uta [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/7498955151131694; http://lattes.cnpq.br/3834942804427747
Objetivo: Apresentar o desenvolvimento baseado em evidências dos resultados preliminares de um aplicativo para smartphone (e-Brux) que possibilita a abordagem multifatorial do bruxismo do sono e a mensuração (em pixels) da atividade de desgaste dentário. Métodos: A primeira fase do projeto consistiu no desenvolvimento do aplicativo e dos algoritmos. Para a validação interna foram analisadas 2.070 mensurações do aplicativo e-Brux. As análises de acurácia, compararam-nas quanto ao método de mensuração (n=45 e-Brux e n=45 ImageJ) e quanto ao método de aquisição das imagens (n=90 método manual e n=90 hands-free). As análises reprodutibilidade analisaram-nas em dois níveis fatoriais de estudo: momento de aquisição das imagens (n=900 T 1 e n=900 T2) e resolução da câmera (n=600 para câmera de 13 MP, n=600 para 24 MP, n=600 para 48 MP). As amostras foram analisadas por meio dos testes ANOVA, Coeficiente de Correlação Intraclasse (CCI) e Bland-Altman (IC95%, p>0,05). Resultados: o tempo de processamento da mensuração das áreas de atividade de desgaste registrado sobre as placas foi 375 vezes mais rápido que o método convencional. As análises de Bland-Altman revelaram concordância entre os métodos de mensuração (e-Brux e ImageJ) e entre os métodos de aquisição de imagem (manual e hands free) bem como a estabilidade das medidas entre os dois momentos de coleta. Os CCIs indicaram excelentes níveis de concordância entre os momentos de coleta T1 e T2 (CCI=0,8559) e entre os modos de aquisição manual e hands-free (CCI >0,99, IC = 95%). As ANOVAs sugeriram a ausência de diferenças estatisticamente significantes entre os momentos de coleta, as resoluções dos smartphones, entre as aferições feitas pelo e-Brux e pelo padrão de referência ImageJ e entre os modos de aquisição hands free e manual. Conclusão: O aplicativo foi concebido com sucesso. Consideradas as limitações técnicas, as aferições do aplicativo e-Brux demonstraram adequadas responsividade, reprodutibilidade, estabilidade e acurácia segundo os dados preliminares. O inovador aplicativo realizou as mensurações em um tempo notavelmente menor, podendo ser uma promissora ferramenta diagnóstica com aplicabilidade clínica e acadêmica para monitoramento do bruxismo do sono e mensuração de padrões de desgaste dentário.
Item
O conceito da segmentação epidemiológica na promoção da saúde para idosos
(Universidade Federal de São Paulo, 2023-11-23) Cohrs, Frederico Molina [UNIFESP]; Ramos, Luiz Roberto [UNIFESP]; Pisa, Ivan Torres [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/2841925497526792; http://lattes.cnpq.br/3798829566782422; http://lattes.cnpq.br/6635518894771293
Introdução: O aumento da população idosa global, com curva acentuada no Brasil, exige políticas focadas na promoção da autonomia e qualidade de vida dos idosos. Enfrenta-se o desafio de doenças crônicas, necessitando estratégias de promoção usando segmentação de dados para aprimorar a saúde da pessoa idosa. Objetivo: desenvolver um modelo de promoção da saúde para idosos, focando em segmentação de dados e capacidade intrínseca para melhorar a qualidade de vida e prevenção de doenças, por meio de estratégias personalizadas de promoção da saúde. Método: estudo exploratório, retrospectivo, com uso de dados secundários advindos de avaliações multidimensionais realizadas com idosos, com mapeamento de variáveis do projeto Epidoso, um projeto longitudinal que avaliou idosos moradores de um bairro de classe média alta em São Paulo-SP de 1991 a 2020, usando instrumentos multidimensionais para identificar fatores associados ao envelhecimento saudável e fatores de risco para a mortalidade. As variáveis foram mapeadas considerando os domínios da capacidade intrínseca, posterior aplicação de técnica de segmentação de dados, classificação de segmentos emergidos e vinculá-los a modelos de promoção da saúde. Resultados: foi desenvolvido um modelo de segmentação de dados denominado segmentação epidemiológica. Os dados foram mapeados pelos domínios da capacidade intrínseca e anexados três conjuntos de dados: descrição, patrimônio afetivo e fator ambiental. Os dados passaram pela segmentação epidemiológica onde emergiram 4 segmentos. Os segmentos foram classificados e nominados como “senhoras vulneráveis”, “senhores comunitários”, “sociais satisfeitos” e “ágeis ativos”. E foram sugeridos 2 modelos de promoção da saúde para cada segmento identificado. Conclusão: a segmentação epidemiológica é uma técnica que se mostrou valiosa para identificação de grupos semelhantes para uma promoção da saúde com direcionamento objetivando melhores resultados. Foi possível identificar a necessidade de inclusão de novos domínios para a capacidade intrínseca. Neste trabalho, o conjunto de dados, considerando os domínios clássicos e os sugeridos emergidos, formam o ICARE (Intrinsic Capacity Augmented with Realm Expansion - Capacidade Intrínseca Aumentada com Expansão de Áreas).