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Cotas para a população negra nas universidades estaduais brasileiras: da precariedade dos dados aos novos desafios.
(SoU_Ciência, 2024-05) Silva, Maria Nilza da; Minhoto, Maria Angélica Pedra [UNIFESP]; Santos, Gabriel Gustavo dos; Dias, André Luiz Vieira [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/2994707153442186; http://lattes.cnpq.br/6564510847928702; http://lattes.cnpq.br/7478896619252611; http://lattes.cnpq.br/0089874187263445
Este relatório técnico, intitulado “Cotas para a população negra nas universidades estaduais brasileiras: da precariedade dos dados aos novos desafios”, elaborado pelos pesquisadores do Grupo de Estudos Sociedade, Universidade e Ciência (SoU_Ciência), vinculado à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), apresenta um diagnóstico sobre as ações afirmativas, notadamente a reserva de vagas para a população negra nas universidades estaduais brasileiras e uma análise das políticas de cotas dessas instituições. A pesquisa se inicia com um levantamento bibliográfico e uma análise documental a fim de compreender a complexidade e a diversidade das políticas de cotas, contudo, enfrenta desafios de inconsistência nos dados e heterogeneidade dos sistemas de cotas por região e instituição. Foram utilizados também os microdados do Censo da Educação Superior (CES), do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), de 2009 a 2022. O Censo é um instrumento fundamental para obtenção de dados e geração de informações que subsidiam a formulação, o monitoramento e a avaliação das políticas públicas das Instituições de Educação Superior (IES) brasileiras, além de ser uma ferramenta potente para a elaboração de estudos e pesquisas. O Censo coleta informações sobre as IES, os cursos de graduação e sequenciais de formação específica e sobre os discentes e docentes vinculados a esses cursos. A análise quantitativa concentrou-se nos estudantes dos cursos presenciais de graduação das universidades estaduais, e a qualitativa expandiu a compreensão dessas políticas e suas dinâmicas. Entre os principais resultados, destacam-se a inconsistência das informações prestadas por parte significativa das universidades públicas estaduais à plataforma de coleta de dados (Censup), do Inep, órgão público brasileiro responsável por organizá-las. Como consequência dessas lacunas, registra-se a impossibilidade de realizar uma análise consistente do impacto das políticas de ações afirmativas nessas instituições.
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Rienzi en chemise noire: o fenômeno dos usos do passado entre a Nova Direita francesa no mundo neoliberal (2000-2020)
(Universidade Federal de São Paulo, 0008-03-24) Barone, Victor [UNIFESP]; Silva, Glaydson José da [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/6399650055335751; http://lattes.cnpq.br/1160662030993103
Esta análise consiste em uma tentativa de encontrar na história do capitalismo europeu as raízes sociais de um fenômeno político que cresce significativamente nos últimos anos, a saber, os grupos identitários que integram a chamada nova direita francesa. A partir da análise das fontes, isto é, da revista do grupo Terre et Peuple e de autores ligados à Nouvelle Droite, buscou-se tanto compreender o discurso do grupo, que se vale assiduamente da História Antiga como instrumento de legitimação, quanto explicar a sua gênese e reivindicações diante de uma Europa globalizada, palco da imigração e das políticas de austeridade.
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Estudo randomizado controlado duplo-cego de avaliação do efeito da fotobiomodulação intravaginal em mulheres com transtorno da dor gênito-pélvica/penetração secundário a dor miofascial do assoalho pélvico
(Universidade Federal de São Paulo, 2023-05-02) Chamma, Bruna Mello [UNIFESP]; Schor, Eduardo [UNIFESP]; Ploger, Christine [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/4694996196890284; http://lattes.cnpq.br/8854353153245040; http://lattes.cnpq.br/2642338953044012
A dor gênito-pélvica/penetração inclui os conceitos de dispareunia e vaginismo, onde há espasmo da musculatura de assoalho pélvico. A dor miofascial do assoalho pélvico (DMFAP) possui duração de pelo menos seis meses, e é frequentemente associada com pontos gatilho. O tratamento para a dor miofascial é clínico e pode ser realizado com recursos mais invasivos (como infiltração de anestésicos, acupuntura e agulhamento a seco) ou mais conservadores (como relaxantes musculares, modificações comportamentais, termoterapia, crioterapia, técnicas de terapia manual e a fotobiomodulação). A fotobiomodulação aumenta o aporte sanguíneo para as células no ponto gatilho que estão em hipoxemia, com a melhora da microcirculação local e favorece a remoção dos metabólitos celulares, quebrando o ciclo dor-espasmo-dor. Objetivo: Verificar o efeito da fotobiomodulação, em mulheres com queixa do transtorno da dor gênito-pélvica/penetração, secundária a dor miofascial. Método: Estudo randomizado controlado duplo cego com 25 pacientes com queixa de dor gênito pélvica/penetração divididas em 2 grupos: grupo de fotobiomodulação e o grupo placebo. As mulheres foram submetidas a 10 sessões de fotobiomodulação no assoalho pélvico e responderam a questionários específicos de pré e pós o protocolo de 10 sessões. Resultados: Com relação a intensidade da dor gênito pélvica/ penetração houve redução da queixa após a aplicação da fotobiomodulação (p= <0.001). No questionário FSFI observamos, diminuição significativa, após a aplicação da FBM no domínio dor(p=<0,001). Houve, também melhora significativa no desejo (p= 0,010), excitação (p= 0,033) e satisfação (P= 0,018). Com relação a lubrificação vaginal e orgasmo não houve diferença estatística. Conclusão: A fotobiomodulação se apresenta como potencial nova ferramenta para o tratamento, fisioterapêutico, de mulheres com dor gênito pélvica/penetração.
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Aprimoramento de um protótipo de bomba de infusão de insulina de baixo custo: estudo pré-clínico
(Universidade Federal de São Paulo, 2024-04-26) Tenorio, Fernanda Silva [UNIFESP]; Uchiyama, Tatiana de Sousa da Cunha [UNIFESP]; Martins, Luiz Eduardo Galvão [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/0203910403476737; http://lattes.cnpq.br/6737487161341934; http://lattes.cnpq.br/7771051374988661
Objetivo: Desenvolver uma versão miniaturizada do protótipo de bomba de infusão de baixo custo, através do aprimoramento do sistema mecânico e acoplamento do sistema microeletrônico, e avaliar o seu desempenho e eficácia por meio de ensaios in vitro e in vivo. Métodos: Foi implementada e validada uma metodologia de avaliação de sistemas de infusão, adaptada ao aparato experimental da norma IEC 60601-2-24. Adicionalmente, foi conduzida uma análise e validação do uso de refis de caneta de insulina comercial como reservatório para a bomba de infusão, por meio de ensaios in vitro seguindo a norma IEC 60601-2-24 e o aparato experimental proposto neste trabalho, utilizando diferentes marcas de refis de insulina (Apidra, NovoRapid, Humulin e Humalog). O projeto incluiu a modelagem, prototipagem e avaliação de um produto minimamente viável, juntamente com testes in vitro para avaliar a precisão e confiabilidade do dispositivo. Além disso, foram realizados ensaios pré-clínicos (in vivo) utilizando um modelo experimental de diabetes induzido por estreptozotocina. Resultados: Os resultados indicam que o aparato experimental proposto neste estudo demonstrou um aumento de 27,2% na precisão dos dados em comparação com o aparato conforme a norma IEC 60601-2-24. Os ensaios realizados com os diferentes refis mostraram que os refis Apidra e Humalog apresentaram resultados melhores em termos de precisão na entrega das doses ao longo dos testes in vitro, enquanto os refis Humulin e NovoRapid apresentaram oclusão. Além disso, o produto mínimo viável desenvolvido apresentou 97% dos dados dentro do desvio de ±20% nos ensaios in vitro. Nos ensaios in vivo, o produto apresentou um perfil glicêmico semelhante ao dos animais tratados com a bomba de insulina comercial. Conclusões: Os resultados evidenciam o êxito do desenvolvimento da bomba de infusão de baixo custo, com alta precisão nos ensaios in vitro e eficácia comparável aos dispositivos padrão-ouro nos ensaios in vivo. Isso ressalta a viabilidade econômica do produto como uma alternativa acessível para a administração precisa e contínua de insulina em pacientes diabéticos de baixa e média renda, preenchendo uma lacuna significativa no acesso a essa tecnologia essencial.
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Perfil neuropsicológico de crianças brasileiras submetidas à cirurgia fetal da mielomeningocele
(Universidade Federal de São Paulo, 2024-03-22) Amoêdo, Sheila da Costa [UNIFESP]; Mello, Claudia Berlim de [UNIFESP]; Cavalheiro, Sergio [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/2579601954596213; http://lattes.cnpq.br/1758368777559433; http://lattes.cnpq.br/7055802875635269
A cirurgia fetal marca um avanço histórico no tratamento da mielomeningocele, uma complexa malformação do sistema nervoso central, que impacta diversos aspectos do desenvolvimento humano. A hidrocefalia, as malformações encefálicas e fatores ambientais contribuem para a formação de um perfil cognitivo característico desse diagnóstico. Os resultados alcançados com a cirurgia fetal, como a redução tanto na frequência quanto na gravidade da hidrocefalia, a diminuição da necessidade de tratamento com derivação liquórica e o aumento significativo de nascimentos prematuros motivaram a investigação do funcionamento neuropsicológico de crianças brasileiras que passaram por esse procedimento. Objetivo: Analisar o funcionamento neuropsicológico de crianças brasileiras submetidas à cirurgia fetal da mielomeningocele e o efeito de variáveis sociodemográficas, clínicas, gestacionais e neurológicas. Método: Participaram do estudo 31 crianças submetidas à cirurgia fetal da mielomeningocele (MMC) e 17 crianças prematuras (PR), da mesma faixa etária e de ambos os sexos. Para a avaliação do funcionamento neuropsicológico foram aplicadas a Escala Wechsler Abreviada de Inteligência (WASI), a bateria neuropsicológica NEPSY II, a Escala de Comportamento Adaptativo - Vineland 3, o Inventário Behavior Rating Inventory of Executive Function (BRIEF), o Child Behavior Checklist (CBCL 6/18) e o questionário MTA-SNAP-IV. Foram selecionadas variáveis de exposição de relevância clínica e da literatura. Resultados: A amostra apresentou a mesma média de idade ⦏MMC (M=7, DP=1,06); PR (M=7, DP=1,18)⦐ teve o predomínio do sexo masculino e os pais tinham escolaridade entre o ensino médio e a pós graduação. O grupo MMC apresentou frequência mais baixa de herniação de Chiari (24%), de histórico de hidrocefalia (35%) e de derivação liquórica (19%) comparada às crianças que realizam o fechamento pós-natal. Em termos de desempenho intelectual, as crianças com mielomeningocele apresentaram resultados dentro da média populacional, mas com diferença estatisticamente significativa e média de escores mais baixa no subteste Raciocínio Matricial ⦏MMC (M=42, DP= 10,3); PR (M=56, DP=6,7); p< ,001⦐, Vocabulário ⦏MMC (M=51, DP= 13,8); PR (M=64, DP=9,9); p=0,002⦐, do Quociente de Inteligência Total ⦏MMC (M=91,2, DP= 17,2); PR (M=109, DP=16,1); p=0,002⦐ e de Execução ⦏MMC (M=83,5, DP= 14,0); PR (M=99,8, DP=13,1); p﹤,001⦐, em comparação às crianças prematuras. O comportamento adaptativo do grupo mielomeningocele destacou-se positivamente no domínio de socialização, porém em comparação ao grupo de prematuros, apresentou desafios nas atividades de vida diárias, principalmente pelas especificidades relacionadas ao diagnóstico. O grupo mielomeningocele apresentou escores inferiores ao grupo prematuro em todos os domínios neuropsicológicos avaliados, especialmente em algumas tarefas que envolveram controle inibitório e flexibilidade cognitiva, memória verbal e visual de curto e longo prazo, teoria da mente em contextos verbais e percepção visoespacial. Por outro lado, o mesmo grupo obteve altos escores em tarefas de velocidade de nomeação e de repetição de pseudopalavras. Em relação ao funcionamento executivo no ambiente de casa e na escola, os grupos demonstraram diferença estatística no índice Flexibilidade ⦏MMC (M= 55, DP= 11,8); PR (M= 49, DP= 6,5); p= 0,03⦐, quando o grupo MMC demonstrou mais desafios nesta habilidade. No que diz respeito aos problemas comportamentais, o grupo MMC apresentou índice mais alto de problemas de ansiedade ⦏MMC (M= 61,5, DP= 7,7); PR (M= 56, DP= 4,8); p= 0,04⦐, enquanto o grupo PR em problemas de conduta ⦏MMC (M=52, DP= 3,7); PR (M= 53,6, DP= 5,3); p= 0,05⦐. A escolaridade dos pais, a composição familiar, índices de prematuridade, hidrocefalia e uso de válvula de derivação liquórica foram alguns dos preditores do funcionamento neuropsicológico. Conclusões: O funcionamento neuropsicológico de crianças brasileiras submetidas à cirurgia fetal para mielomeningocele se caracteriza por um desempenho intelectual dentro da média populacional, porém com médias de escores significativamente mais baixas de Quociente Intelectual de Execução e Total. Elas enfrentam desafios principalmente em tarefas que envolvem atenção, controle inibitório, flexibilidade, memória e percepção visuoespacial, além de apresentarem um índice mais alto de problemas de ansiedade. Fatores familiares, neurológicos e relacionados à prematuridade são preditores do funcionamento neuropsicológico dessas crianças.