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Crianças e adolescentes trans/dissidentes de gênero: Direito à Saúde e Serviço Social
(Universidade Federal de São Paulo, 2024-03-25) Caetano, Liliane de Oliveira [UNIFESP]; Rodrigues, Terezinha de Fátima [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/0214861191886771; http://lattes.cnpq.br/5775669008685613; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
A violenta experiência colonial que marca a formação do Brasil impôs, no mesmo processo, o trabalho forçado, a racialização, o racismo e o cis-heteropatriarcado com impactos em todos os aspectos da sociedade, dentre os quais estão a diversidade sexual e a de gênero. As expressões e identidades de gênero não normativas, vivenciadas por crianças e adolescentes, têm gerado repercussões sociais, pois tanto se cruzam com as fronteiras do binarismo de gênero, como com as barreiras adultocêntricas que determinam, em diferentes medidas, a corpos e vidas infanto-juvenis, formas de subserviência. No contexto nacional, se inicia, em 2010, no Estado de São Paulo, a assistência em saúde específica a crianças e adolescentes, trans/dissidentes de gênero. O presente estudo apresenta, como objetivo, dar visibilidade a essa pauta enquanto uma demanda de saúde pública, desvelando desafios assistenciais que se colocam nesse âmbito. Ademais, destaca dentro desse campo, a área de Serviço Social. No percurso metodológico, considerando a abordagem qualitativa e referencial materialista e decolonial, desenvolvemos a pesquisa bibliográfica e documental para a construção do referencial teórico. A trajetória do Serviço Social no Ambulatório Transdisciplinar de Identidade de Gênero e Orientação Sexual – AMTIGOS do Hospital das Clínicas - HC de São Paulo, foi elaborada a partir de relato de experiência da pesquisadora enquanto assistente social desse serviço de 2010 a 2020. Na dimensão da pesquisa de campo, aplicamos um questionário, na modalidade online, para conhecer o trabalho de assistentes sociais com crianças e adolescentes trans/dissidentes de gênero no Brasil. Responderam 29 profissionais da área da saúde e de outras políticas sociais, como Educação, Assistência Social, Defensoria Pública, dentre outras, as quais consideramos relacionar-se com o direito à saúde em uma perspectiva ampliada. Como achados relevantes, verificou-se que assistentes sociais reconhecem as demandas de crianças e adolescentes trans/dissidentes de gênero e, em todo país, trabalham com essa população. O presente estudo é publicado quando o Ministério da Saúde recém pactuou o Programa de Atenção Especializada à Saúde da População Trans - PAES Pop Trans, que após mais de uma década de negligência, irá contemplar os cuidados transespecíficos para o público infanto-juvenil. Consideramos que este trabalho corrobora com a produção de conhecimentos na área, em uma conjuntura em que o neoconservadorismo e a extrema direita buscam a manutenção dos mecanismos de exploração-opressão impostos pelo sistema cis-heteropatriarcado-racista-capitalista, o qual precisam ser enfrentado, como vem sendo nas lutas e perspectivas que tem no seu esperançar a emancipação humana.
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Análise metabolômica no plasma seminal de pacientes com varicocele
(Universidade Federal de São Paulo, 2024-03-15) Araújo, Sophia Costa [UNIFESP]; Bertolla, Ricardo Pimenta [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/8479803539567479; http://lattes.cnpq.br/1258540605837356
Introdução: A varicocele é uma condição médica caracterizada pela dilatação anormal das veias do plexo pampiniforme. Em alguns casos, a varicocele pode afetar a fertilidade, uma vez que o aumento das veias pode elevar a temperatura local, prejudicando a produção e qualidade dos espermatozoides. A metabolômica se define como a identificação, quantificação e análise de um conjunto amplo de metabólitos para entender como os processos metabólicos estão funcionando em um sistema biológico específico. Essa técnica pode auxiliar na investigação dos processos bioquímicos associados à fertilidade masculina, além de doenças como a varicocele. Objetivo: Avaliar o perfil metabolômico de pacientes diagnosticados com varicocele, comparando-os com pacientes sem varicocele e apresentando normozoospermia. Metodologia: Trata-se de um estudo de coorte que realizou a análise metabolômica por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas (GC-MS) em amostras de pacientes divididos, inicialmente, em dois grupos: (i) controle; (ii) com varicocele. Posteriormente, o grupo de varicocele foi dividido em: (iii) com varicocele e normozospérmicos; (iv) com varicocele e sêmen alterado. Resultados: Considerando a comparação entre os três grupos de análise, foi observada diferença significativa nos metabólitos ureia (N_urea), serina (N_serine), ácido aspártico (N_aspartic acid), treitol (N_threitol), manitol (N_mannitol/sorbitol) e maltose (N_maltose/cellobiose) entre os grupos. Comparando apenas os dois grupos, foi observada diferença significativa nos seguintes metabólitos: fenilacetaldeído (N_phenylacetaldehyde), ureia (N_urea), serina (N_serine), treitol (N_threitol), ácido piroglutâmico (N_pyroglutamic acid), ribose (N_ribose) e N-acetilmanosamina (N_N-acetyl-D-mannosamine). Conclusão: Foram observadas diferenças significativas entre os grupos de análise.
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Uso do implante intravítreo de dexametasona nas doenças vitreoretinianas e suas complicações: estudo clínico multicêntrico de vida real e modelo matemático de biodegradação
(Universidade Federal de São Paulo, 2024-05-02) Gonçalves, Mariana Batista [UNIFESP]; Maia, Mauricio [UNIFESP]; Lima, Luiz Henrique Soares Gonçalves de [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/0399713306487727; http://lattes.cnpq.br/6377105744231862; http://lattes.cnpq.br/1049429774167164
Objetivos: Estudo 1: Avaliar a prevalência, os fatores de risco e o manejo da migração do implante intravítreo de dexametasona para a câmara anterior (MICA) nos olhos com edema macular (EM). Estudo 2: Introduzir um modelo matemático para representar liberação de medicação e o processo de degradação do Ozurdex® (Allergan, Inc, Irvine, CA) em olhos vitrectomizados e não vitrectomizados. Estudo 3: Introduzir um modelo matemático para representar os efeitos do Ozurdex® no EM, utilizando imagens de tomografia de coerência óptica (OCT). Métodos: Estudo 1: Foi realizado um estudo multicêntrico, que consistiu na revisão de prontuários médicos de pacientes com EM submetidos a, pelo menos, uma injeção de Ozurdex®. Estudo 2: O modelo matemático foi desenvolvido em três etapas. Inicialmente, um modelo geométrico do olho humano foi desenvolvido utilizando-se parâmetros anatômicos, fisiológicos e dados do Ozurdex®. Em seguida, um modelo da dinâmica de fluidos no vítreo e na retina foi construído, levando em conta três possíveis cenários: cavidade vítrea preenchida por: 1) vítreo; 2) solução salina balanceada (BSS); e 3) óleo de silicone (OS). Por fim, um modelo para representar a liberação de medicação e a degradação do implante foi elaborado. Estudo 3: O modelo matemático foi desenvolvido em quatro etapas. Assim como no Estudo 2, um modelo geométrico do olho humano foi inicialmente construído, com uma representação anatômica adicional da área de EM. Posteriormente, um modelo da dinâmica de fluidos no vítreo e na retina foi desenvolvido. Em seguida, as mudanças na área de edema macular ao longo do tempo foram modeladas, considerando fatores como a taxa de extravasamento de líquido e a taxa de bombeamento de líquido através da bomba do epitélio pigmentado da retina. Por fim, o modelo matemático de liberação de medicação e a degradação do implante, elaborado no Estudo 2, foi incorporado ao Estudo 3. Resultados: Estudo 1: Dentre as 764 injeções incluídas nesse estudo, foram observados 12 casos de migração do implante, representando uma prevalência de MICA de 1,6%. Uma associação estatisticamente significativa foi observada entre a MICA e a cirurgia de catarata (p = 0,043) e entre a MICA e o status da LIO (p = 0,005), e uma tendência à significância estatística foi observada entre a MICA e a vitrectomia (p = 0,057). Uma maior taxa de migração do implante foi observada em olhos vitrectomizados (4,8%), em comparação a olhos não vitrectomizados (1,6%). O tempo médio entre a injeção e a MICA foi de 17 dias e 91,7% dos pacientes que sofreram essa complicação desenvolveram edema de córnea. Os implantes que migraram foram removidos da câmara anterior (CA) através de fórceps (com ou sem a ajuda de substância viscoelástica), ou através da aspiração com uma cânula de 20-gauge conectada ao sistema de extrusão do vitreófago. Estudo 2: As simulações numéricas evidenciaram um padrão em três etapas no comportamento da molécula de dexametasona, tanto no vítreo quanto na retina. A concentração dessa medicação aumentou de forma pronunciada nos primeiros 20 dias e de forma lenta nos dez dias seguintes, período após o qual começou a cair. Em olhos não vitrectomizados, o comportamento da dexametasona foi qualitativamente similar ao observado em olhos preenchidos com BSS, embora maiores concentrações de droga tenham sido observadas nos primeiros. Em olhos preenchidos por OS, o comportamento da medicação diferiu qualitativa e quantitativamente do observado em olhos não vitrectomizados. Estudo 3: A espessura macular obtida a partir das simulações numéricas 94 e 176 dias após a injeção do implante diferiu, respectivamente, 0,45% e 0,39% da espessura obtida a partir das imagens de OCT. Na etapa de validação do modelo, a diferença média entre as medidas de espessura simuladas e as reais foi de 0,24%. Conclusões: Estudo 1: A MICA é uma complicação potencialmente grave, devido ao risco de edema e descompensação corneana, não tendo sido descrita nos estudos pivotais. Quando diagnosticada, recomenda-se a retirada do implante da CA assim que possível. Estudos 2 e 3: Os modelos matemáticos desenvolvidos nos Estudos 2 e 3 foram capazes de estimar o comportamento farmacocinético do Ozurdex®, bem como seu efeito no EM. Futuros estudos são necessários para validação e aperfeiçoamento desses modelos.
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Duplo bloqueio do sistema renina-angiotensina-aldosterona como medida antiproteinúrica em glomerulopatias primárias
(Universidade Federal de São Paulo, 2024-03-27) Menezes, Shirley Gonçalves (UNIFESP); Kirsztajn, Gianna Mastroianni (UNIFESP); http://lattes.cnpq.br/5744106277657588
Introdução: A proteinúria é uma das principais características da doença glomerular, e mudanças precoces na proteinúria reduzem a progressão da doença renal no longo prazo. Algumas estratégias anti-proteinúricas estão disponíveis, incluindo a inibição do sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA) com inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECA) ou bloqueadores do receptor de angiotensina II (BRA). Existem algumas razões fisiopatológicas para o uso combinado de IECA e BRA para controle de proteinúria, porém existem divergências em relação à efetividade e segurança desta medida terapêutica. Objetivo: avaliar o grau de redução da proteinúria e os desfechos renais, assim como os efeitos colaterais da combinação de IECA e BRA em diferentes glomerulopatias proteinúricas com diagnóstico histológico definido por biópsia renal. Métodos e casuística: Trata-se de estudo observacional, retrospectivo e unicêntrico, através de coleta de dados de prontuários do Ambulatório de Glomerulonefrites da UNIFESP - EPM. Foram avaliados 400 prontuários, e incluídos 23 pacientes de idade < 65 anos, com os seguintes diagnósticos: Nefropatia por IgA (43,5%), doença de lesões mínimas ou glomeruloesclerose segmentar e focal (34,8%) e nefropatia membranosa (21,7%). Estes pacientes se encontravam já sem imunossupressão ou com dose estável, com proteinúria mantida após 6 a 12 meses a despeito do uso de IECA ou BRA, e que foram submetidos ao duplo bloqueio com associação IECA + BRA, com seguimento médio de 12 meses após a associação. Foram avaliados os seguintes desfechos: redução da proteinúria, aumento da creatinina sérica, hipercalemia, eventos cardiovasculares e óbito. Resultados: Em relação à função renal, 58% dos pacientes tiveram aumento percentual da creatinina - resultado semelhante à taxa de filtração glomerular (TFG), porém nenhum paciente evoluiu com evolução para DRCET. Quanto à proteinúria, 47% reduziram mais que 25% seus níveis de proteinúria e 17% reduziram - porém menos que 25%. Ocorreu aumento de proteinúria em 21%. Os níveis de potássio não apresentaram alteração significativa ao longo do tempo (p=0,900). Não houve relato em prontuário de hipotensão documentada em consulta, e houve 1 evento cardiovascular (IAM) relatado. Nenhum óbito foi documentado durante o seguimento. Conclusão: em nossa amostra, verificamos redução satisfatória de proteinúria com a associação IECA + BRA. Excluímos da análise pacientes de alto risco para eventos adversos (idosos, portadores de DRC avançada, diabéticos) e, por isso, não observamos aumento de risco com a associação.
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Cartilha sobre estudantes com epilepsia no ensino superior e na Pós-graduação: o que o/a docente precisa saber?
(Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa - ProPGPq, 2024-12-05) Coordenadoria de Integração , ProPGPq [UNIFESP]; Escritório de Ações Afirmativas, ProPGPq [UNIFESP]; Martins-Berggreen, Haiane Stefane; Sacaloski, Marisa [unifesp]; http://lattes.cnpq.br/3501056496991426
Epilepsia é um distúrbio cerebral resultante da predisposição contínua do cérebro em gerar crises epilépticas e pelas implicações neurobiológicas, cognitivas, psicossociais e sociais decorrentes dessa condição, caracterizada pela presença de ao menos uma crise epiléptica (International League Against Epilepsy-ILAE, 2014). Devido à variedade de causas e formas de investigação, “os perfis epidemiológicos variam grandemente pelos vários países e regiões, com prevalências oscilando entre 4 e 10/1000” universitários/as (DIAS, 2011, p. 3). Há inúmeras causas e manifestações da epilepsia.