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Avaliação de estudos clínicos de tratamentos medicamentosos em pacientes acometidos por COVID-19 (SARS-CoV-2): Uma abordagem estatística crítica de ensaios clínicos Fase III
(Universidade Federal de São Paulo, 2024-05-23) Santos, Rodolfo Rodrigo Pereira [UNIFESP]; Atallah, Álvaro Nagib [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/8461078281290598; http://lattes.cnpq.br/3033736457834804
Contexto: A pandemia de COVID-19 motivou extensas pesquisas sobre tratamentos, incluindo ensaios clínicos com padrões flexíveis. Esta revisão avalia a qualidade dos ensaios clínicos para tratamentos e vacinas contra a COVID-19, com o objetivo de identificar lacunas e limitações. Objetivos: Analisar criticamente ensaios clínicos randomizados de Fase III para tratamentos de COVID-19 referentes a prevenção de infecções, agravamentos da doença e mortalidade. Métodos: Seguindo as diretrizes estabelecidas, foi realizada uma revisão dos ensaios de Fase III. Os estudos elegíveis envolveram adultos e foram pesquisados sem restrições de idioma ou data de publicação. Extração de dados, avaliação de risco de viés e avaliação da estrutura GRADE foram realizadas. As análises estatísticas incluíram poder de teste post-hoc e recálculos do tamanho da amostra. Resultados: A revisão incluiu 46 ensaios de Fase III com aproximadamente 64.000 participantes. Foram encontradas discrepâncias entre tamanhos amostrais empregados e tamanhos recalculados, destacando possíveis limitações. A avaliação do risco de viés identificou vieses significativos, particularmente no cegamento e no desempenho. A qualidade da evidência variou entre os tratamentos, principalmente com níveis moderados a baixos. Conclusão: As considerações metodológicas são cruciais em ensaios clínicos, enfatizando o planejamento cuidadoso, a definição de hipóteses e a determinação do tamanho da amostra. A comunicação transparente de metodologias estatísticas é essencial para a replicação dos resultados. Estudos piloto são propostos como alternativa ética. A ausência de análise de poder de teste e de justificativa para o tamanho da amostra levanta preocupações. A integração de análises estatísticas e perspectivas clínicas possibilita mais resultados confiáveis. O poder estatístico e os recálculos do tamanho da amostra são vitais para práticas baseadas em evidências durante emergências. A combinação do risco de viés e do GRADE facilitaram as avaliações críticas dos estudos encontrados.
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Antineoplastic drugs in environmentally relevant concentrations cause endocrine disruption and testicular dysfunction in experimental conditions
(Elsevier, 2023-04-07) Medeiros, Paloma da Cunha de [UNIFESP]; Perobelli, Juliana Elaine [UNIFESP]; Nascimento, Cinthia Castro do [UNIFESP]; https://lattes.cnpq.br/9844283096155413; http://lattes.cnpq.br/2047233951021632; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
5-fluorouracil (5-FU) and methotrexate (MTX) are among the most widely consumed antineoplastic drugs worldwide. These drugs are known as emerging pollutants, once after consumption are excreted by feces and/or urine in a mixture of compounds and metabolites, entering the aquatic environment due to low efficiency in drug removal by effluent treatment plants. Considering that these substances may interact with the DNA, causing metabolic and morphological changes, leading to cell death, the present study aimed to investigate the potential impact of a long-term exposure to these antineoplastic drugs in environmentally relevant concentrations, on testicular morphophysiology of rats. Male Wistar rats (70 days old) were distributed into 4 groups (n = 10 / group): control, received only vehicle; MTX, received methotrexate at 10ng/L in drinking water; 5-FU received 5-fluorouracil at 10ng/L in drinking water; and MTX+ 5FU, received the combination of MTX and 5-FU at 10ng/L each. The treatment period was from postnatal day (PND)70 to PND160, when the animals were euthanized for evaluation of testicular toxicity and changes in endocrine signaling. In these experimental conditions, both drugs acted as endocrine disruptors causing cytotoxic effects in the testes of exposed rats, altering the structural pattern of seminiferous tubules and leading to oxidative stress even at environmental concentrations.
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Avaliação das alterações hepáticas causadas pelo uso de decanoato de nandrolona e/ou oxandrolona em ratos ou camundongos jovens: revisão de literatura
(Universidade Federal de São Paulo, 2023-12-19) Pacheco, Vitor Pereira de Oliveira [UNIFESP]; Nagaoka, Marcia Regina [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/3554142919645884; http://lattes.cnpq.br/2327864629642106; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Atualmente tem-se inúmeras evidências referentes ao uso de Decanoato de nandrolona (DECA) com a finalidade de aumentar o desempenho em exercícios resistidos e consequentemente aumentar o índice de massa muscular. Sabe-se que o uso isolado de DECA gera alterações hepáticas, como fibrose, cirrose, esteatose e até câncer. Entretanto, quando associado ao exercício físico, tais lesões parecem ser diminuídas. O objetivo foi analisar as alterações hepáticas causadas pelo uso de DECA e/ou oxandrolona em modelos experimentais em ratos e camundongos. Esta revisão abrangeu estudos de 2013 a 2023, utilizando a base de dados PubMed. No contexto do DECA, verificou-se que seu uso crônico e em doses elevadas resultou em danos significativos ao fígado. Isso incluiu desde alterações histológicas, como sangramento, degeneração e necrose dos hepatócitos, até mudanças moleculares, como aumento da atividade da CYP sem afetar a expressão gênica da enzima. Ademais, o DECA induziu estresse oxidativo, perturbações no metabolismo glicêmico e remodelação da membrana plasmática mitocondrial, impactando diretamente a função hepática. Por outro lado, a oxandrolona, em doses terapêuticas, mostrou efeitos mínimos no fígado, evidenciando apenas leves anormalidades hepáticas em pacientes com queimaduras graves. Contudo, observa-se que esses resultados podem não refletir as consequências do uso crônico e supra fisiológico, como comumente praticado em contextos esportivos. Há uma lacuna notável de estudos sobre os efeitos combinados da oxandrolona e DECA no fígado, sugerindo a necessidade de investigações mais aprofundadas nessa área. Essas descobertas ressaltam a importância de uma avaliação mais abrangente dos efeitos hepáticos dos esteroides anabolizantes, especialmente em situações de uso prolongado e combinações dessas substâncias. Compreender as implicações dessas drogas no fígado pode fornecer insights essenciais para a saúde hepática, ajudando a orientar práticas clínicas e políticas de uso responsável dessas substâncias.
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Utilização da neurociência para avaliação de melhora do quadro depressivo leve após o uso frequente de maquiagem
(Universidade Federal de São Paulo, 2024-04-26) Zalla, Souvenir [UNIFESP]; Leite e Silva, Vânia Rodrigues [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/0737387413540260; http://lattes.cnpq.br/7778354850472917
Introdução: O aumento global da prevalência da depressão impacta especialmente mulheres e populações de menor renda. A utilização de cosméticos é conhecida por elevar a autoestima feminina, porém os efeitos na saúde mental raramente são avaliados de forma objetiva. Objetivo: Este estudo objetivou investigar os efeitos do uso frequente de maquiagem na melhoria de sintomas depressivos em mulheres, aplicando métodos de neurociência. Materiais e métodos: Foi realizado um estudo dividido em duas etapas empregando o eye-tracking. Selecionaram-se 62 mulheres por meio do questionário de Escala de Autoavaliação de Sintomas Depressivos de Zung. As 62 participantes foram divididas em dois grupos com 31 mulheres: um com sintomas leves de depressão (GCD) e outro sem sintomas (GSD). A primeira etapa teve como foco a aplicação do eye-tracking para detectar e quantificar o viés atencional por meio da fixação ocular e reações emocionais em indivíduos com sintomas leves de depressão em comparação aos sem sintomas. Na segunda etapa, as 31 participantes com depressão leves foram subdivididas em dois grupos: o GCD-com.maq, que praticou automaquiagem com frequência, e o GCD-sem.maq, sem práticas de maquiagem. Avaliaram-se os resultados de viés atencional por eye-tracking e reações emocionais através de variações na resposta galvânica da pele (GSR) e do diâmetro pupilar diante de estímulos emocionais negativos em três momentos: antes da prática regular de maquiagem e após 30 e 60 dias. Conclusão: Na primeira etapa, constatou-se viés atencional e aumento no diâmetro pupilar somente nas participantes com sintomas, frente a estímulos negativos. Na segunda etapa, evidenciou-se que o grupo GCD-com.maq, após uso frequente de maquiagem, apresentou melhora do viés atencional nos períodos de 30 e 60 dias, diferentemente do grupo GCD-sem.maq. Tal achado destaca a utilidade do eye-tracking na identificação e mensuração da melhoria dos sintomas, além de sugerir que a prática de automaquiagem contribui para a diminuição dos sintomas depressivos. As variações no GSR e no diâmetro pupilar não apresentaram significância estatística.
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Prevalência de doença pulmonar obstrutiva crônica e distribuição da contagem de eosinófilos sanguíneos em pacientes com fator de risco para DPOC (tabagismo e/ou exposição à biomassa) atendidos em quatro unidades básicas de saúde de três estados brasileiros
(Universidade Federal de São Paulo, 2024-04-23) Barros, Juliana Oliveira [UNIFESP]; Jardim, José Roberto de Brito [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/4320654878656075; http://lattes.cnpq.br/2625355140965779
Objetivos: Descrever prevalência de DPOC e distribuição da contagem de eosinófilos em pacientes com fatores de risco para DPOC, atendidos em quatro UBS de três estados brasileiros. Métodos: Estudo multicêntrico transversal em quatro UBS (Porto Alegre, Londrina, Araraquara, Botucatu). Após avaliação médica, incluímos pacientes com ≥35 anos, tabagistas e/ou expostos à biomassa que chegaram consecutivamente à UBS por qualquer motivo e que não tinham contraindicação aos procedimentos. As variáveis avaliadas foram: dados clínicos e sociodemográficos, exposição ambiental, história tabagística, mMRC, CAT, hemograma e espirometria. O diagnóstico de DPOC foi espirométrico pela relação fixa (RF) e limite inferior da normalidade (LIN). Resultados: Foram avaliados 737 pacientes consecutivos que compareceram às UBS do estudo. A prevalência de DPOC foi de 23,7% (RF) e 26,1% (LIN). O LIN diagnosticou mais pacientes com DPOC na faixa etária entre 35 e 39 anos (7,3% LIN vs 4,6% RF) e a RF diagnosticou mais pacientes com DPOC >70 anos (30,3% RF vs 24,5% LIN). Pelo menos 50% tinham DPOC grave a muito grave. Os pacientes eram bastante sintomáticos, porém a carga de sintomas era maior no grupo DPOC (p<0,01). A RF alcançou 76% de subdiagnóstico e 12% de sobrediagnóstico. A distribuição da contagem de eosinófilos no sangue foi semelhante a estudos internacionais em países desenvolvidos (228,4 ± 260,5). No grupo DPOC, ter utilizado antiparasitários nos últimos 3 meses foi associado a contagem de eosinófilos <100 (p=0,04). Não houve associação significante entre o número de eosinófilos e as exacerbações moderadas/graves nos 12 ou 24 meses prévios, porém indivíduos com contagem >300 células apresentam 20% mais exacerbações que as demais contagens. Conclusões: Um em cada quatro pacientes tinha diagnóstico de DPOC, com alto percentual de subdiagnóstico e alta carga de sintomas. A maioria apresentava doença moderada ou grave. A contagem de eosinófilos nos pacientes com/sem DPOC apresentou distribuição semelhante em todas as categorias de contagem de eosinófilos, porém pacientes com DPOC e >300 células apresentam 20% mais exacerbações.